Este inovador serviço, há muito desejado pela comunidade surda, vem reforçar a estratégia de exibição e Adaptação de Conteúdos dirigidos a Públicos com Necessidades Especiais que a RTP, líder nos serviços prestados nesta área, tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos. O Sistema de Legendagem Automática foi desenvolvido pelo Laboratório de Sistemas de Língua Falada do INESC-ID Lisboa em colaboração com a RTP, no âmbito do Projecto Tecnovoz. Esta nova funcionalidade, baseada num Sistema de Reconhecimento Automático de Fala, realiza a transcrição para texto do áudio produzido nos Telejornais a partir de um vocabulário de 100.000 palavras, actualizado diariamente. Trata-se de um sistema totalmente automático pelo que a probabilidade de produção de erros e incorrecções derivadas das características imprevisíveis de um programa de informação foram uma das maiores dificuldades encontradas. A necessidade de reconhecimento da fala a partir de diferentes vozes, a especificidade dos ambientes sonoros das peças de reportagem, por natureza com elevado nível de ruído (trânsito, música, guerra, manifestações, etc.), a captação de som em condições não ideais (como num estúdio, por exemplo), ou a existência de vários intervenientes a falar ao mesmo tempo (debates, entrevistas, etc.) são exemplos das dificuldades que podem criar maiores problemas no sistema. Todavia, a entrada em funcionamento diário vai possibilitar uma melhoria sucessiva das características do sistema permitindo aumentar a sua eficiência. A operação do sistema é realizada em sequência de blocos o que cria um pequeno tempo de latência na geração da legenda. Esta versão do sistema apresenta as legendas em duas linhas de tamanho duplo, fundo preto e colocadas no topo da página do Teletexto. A transcrição da fala é mostrada em cores diferentes para os oradores masculinos (branco) e para os oradores femininos (amarelo). Como o sistema produz erros de transcrição apenas são visualizadas legendas cujo grau de confiança do sistema de reconhecimento seja superior a 85%. As legendas ficam activas durante um intervalo de tempo correspondente à duração respectiva do áudio produzido. A legenda apresenta uma tentativa de pontuação, tarefa difícil para fala espontânea. Todos estes conceitos, que levaram à configuração actual do modelo, foram desenvolvidos com a colaboração da Federação Portuguesa de Associações de Surdos no decorrer de diversas acções de focus group. Com o projecto Tecnovoz, onde se insere este novo serviço de Legendagem Automática, Portugal tem a oportunidade de contribuir activamente para o desenvolvimento das tecnologias da “fala” a nível Mundial, afirmando-se como actor pró-activo e defensor da sua aplicação na Língua Portuguesa. A área de Acessibilidades do Operador de Serviço Público de Rádio e de Televisão visa promover a integração Social das Pessoas com Deficiência assente em três princípios: Acesso Universal, sem necessidade de recorrer a equipamento específico; sem quaisquer custos adicionais para o utilizador; sistemas não impositivos, permitindo o acessos às funcionalidades disponíveis em função das respectivas necessidades. Com o início das emissões experimentais de Legendagem Automática, a RTP reforça a posição de liderança da oferta de serviços na área das acessibilidades, aumenta a oferta de conteúdos adaptados para Pessoas com Necessidades Especiais e introduz um novo serviço, de carácter inovador contribuindo para uma verdadeira Integração Social permitindo que, no seio da família e no que respeita à oferta de conteúdos televisivos relevantes, todos partilhem das mesmas experiências, em simultâneo e no mesmo espaço físico. Mais informações a respeito de legendagem automática: https://tecnovoz.l2f.inesc-id.pt/oquefazemos/ |
A Justiça Federal em São Paulo determinou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) exija, nos filmes que financiar, a inclusão de legendas ocultas (closed captions). A decisão da juíza substituta da 23ª Vara Cível, Fernanda Soraia Pacheco Costa, diz que em 60 dias os editais do banco deverão passar a exigir as legendas de apoio para deficientes auditivos.
A decisão atende a um pedido de tutela antecipada do Ministério Público Federal para garantia do cumprimento do dever constitucional de inclusão das pessoas com deficiência auditiva, oferecendo acesso à cultura.
A juíza entendeu, no entanto, que a inclusão de legendas abertas seria prejudicial às produções cinematográficas brasileiras, porque impossibilitaria que os filmes fossem assistidos sem legendas. Por isso, a magistrada preferiu seguir a sugestão da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), que apontou as closed captions como uma medida eficaz.
A magistrada Fernanda Costa destacou ainda que já existe uma lei que determina que as salas de cinema possuam meios eletrônicos para permitir o acesso às pessoas com esse tipo de deficiência. A juíza pondera, entretanto, que não há produção de filmes legendados para atender à legislação.