sábado, 21 de novembro de 2015

MANIFESTO DOS SURDOS ORALIZADOS - DOCUMENTO HISTÓRICO

Este material encontra‐se na íntegra no blog do SULP (Surdos Usuários da Língua Portuguesa): http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=1062   (Consultado em 10/12/2008) O Manifesto dos Surdos Oralizados “Exmos. Srs. Senadores da República, A recente legalização da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) como linguagem única e exclusiva dos surdos é, sem dúvida, um passo importante para a vida de muitos surdos e uma abertura sem precedentes para a discussão da situação legal do surdo no Brasil. Não resolve, porém, os nossos problemas mais importantes, que vão além do que muitos estão acostumados a ver. Antes de qualquer suposição, queremos deixar bem claro, neste texto, que nada temos contra a LIBRAS. Não sei se V. Exas. sabem da existência dos surdos oralizados. Estes comunicam‐se oralmente, sem problemas, embora alguns tenham dificuldade na fala e entendem por leitura labial. Como podem ver, nós, surdos oralizados, por nos comunicarmos oralmente, não usamos língua de sinais. Nada temos contra a língua de sinais, a oralização foi uma opção exclusivamente nossa e de nossos pais, sem menosprezarmos e negarmos nossa surdez, como muitos psicólogos e educadores de surdos gostam de afirmar. Nós, mais do que ninguém, sabemos que somente a oralização amplia nossas possibilidades e iniciativas como qualquer ser humano e, por isso mesmo, acreditamos que somente o oralismo é capaz, como um todo, de nos incluir na sociedade, sem sermos marginalizados. Por este motivo, não concordamos com o fato de a língua de sinais ser a língua exclusiva e única do surdo. Sabemos perfeitamente que a língua de sinais é uma fonte de comunicação para aqueles surdos que, por motivos diversos, não alcançaram a oralização. Que motivos seriam estes? A demora para realizar o diagnóstico da surdez (diagnóstico tardio), o que dificulta em muito a oralização, uma vez que "queima" as etapas naturais do desenvolvimento da fala da criança; a falta de informação por parte dos pais sobre a Surdez: quais as possibilidades e métodos de reabilitação da fala e do entendimento para a criança; a falta de dinheiro para financiar um tratamento fonoaudiólogo e compra de aparelhos auditivos; incompetência de profissionais da área de saúde; e, até mesmo, a opção dos próprios pais, por acharem que o filho deva conviver com seres "iguais". Todos esses motivos podem ser resolvidos pelo Poder Público se efetivamente houver uma vontade política determinante. Só não vemos o motivo para aprendermos uma língua que não nos será de utilidade e com a qual não nos identificamos. É quase a mesma coisa que sermos obrigados a aprender Latim, uma língua morta. E como o restante da sociedade não conhece LIBRAS, como também não sabe falar Latim, o máximo que estamos conseguindo com essa medida legal "humanitária" é criar mais uma diferença entre nós e os ouvintes ‐ donde, certamente, nascerá mais um preconceito ‐.   Não somos favoráveis ao sectarismo. Acreditamos numa sociedade heterogênea, onde as diferenças possam conviver, sem conflitos, permeando, com isso, o ideal da prevalência da característica mais intrínseca da humanidade: a diversidade. Só assim, nós aprenderemos e amadureceremos como pessoa. E só convivendo com pessoas diferentes, é que aprenderemos Este material encontra‐se na íntegra no blog do SULP (Surdos Usuários da Língua Portuguesa): http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=1062   (Consultado em 10/12/2008) a sermos tolerantes com as diferenças. Na nossa opinião, a língua de sinais favorece a formação de guetos, uma vez que nossa sociedade, majoritariamente ouvinte, não sabe língua de sinais. E a maioria dos surdos acaba se excluindo, formando grupos sectários, no intuito de defesa de seus interesses.   A nossa maior preocupação é com atitudes generalizadas e falta de informação sobre a surdez. O grande problema da surdez não é a falta de comunicação, é a falta de informações por parte da sociedade. Lendo um comentário da DD. Senadora do PT‐AL, Senadora Heloísa Helena, por ocasião da aprovação da legalização da LIBRAS, notamos o pedido para que o Senado tivesse suas sessões plenárias transmitidas para todo o país também na língua dos surdos, isto é, em LIBRAS. Onde ficam os surdos oralizados, que não sabem língua de sinais? A posição mais correta seria um pedido de colocação de legenda, e obrigar a que todas as redes de televisão coloquem legendas em suas programações, o que vai universalizar a comunicação para o surdo que sabe ler ‐ seja sinalizado ou oralizado.   Por motivos citados acima, encaramos que a legalização da LIBRAS, embora caracterize um avanço por levantar a problemática do surdo, não irá resolver os problemas mais graves de informação e de comunicação. Além do uso de legenda obrigatória nas transmissões via televisão, todo local público que faz uso de alto‐falantes, como aeroportos, rodoviárias, ferroviárias, por exemplo, deveriam fazer uso de mensagens legendadas. Já houve surdos que perderam seu meio de locomoção por não ouvirem através de alto‐falante sobre a mudança de portão de embarque, ou de horário, ou de plataforma. No campo do ensino superior, mais especificamente em provas de vestibulares, deveria‐se seguir o mesmo padrão dos concursos públicos. Não precisamos de reserva de vagas para deficientes. Queremos concorrer com os ouvintes em igualdade de condições, para que não sejamos recebidos com preconceito pelos demais alunos. Nos moldes dos editais para concursos públicos, deveríamos ser aprovados com os pelos menos 50% de acertos. Afinal, se a regra vale para concursos públicos, por que não para provas de admissão à Universidade? Devemos prestigiar aqueles que, por mérito, querem optar por integrar a sociedade, serem bem recebidos pelos próximos. No campo da inclusão de deficientes físicos no mercado de trabalho, a legislação que trata de reserva de 5% das vagas de empregos nas empresas privadas ou públicas para as minorias deveria ser mais bem regulamentada. A idéia aqui é tornar esta lei a mais específica possível no caso dos surdos, de forma que não se permita às empresas se aproveitarem da brecha legal para contratarem surdos somente como estagiários por causa dos custos, por exemplo. Aliás, outro fato que impede as empresas de contratarem surdos formados é a "convicção" dos administradores de que nós, surdos, por possuirmos uma limitação sensorial (a surdez), não podemos crescer na carreira. Para evitar esse tipo de atitude mal intencionada por parte das empresas, é interessante propormos a V.Exas. que, além de aumentar as cotas de inclusão de surdos no mercado de trabalho, estabelecessem tais cotas em separado: uma para os surdos estagiários e outra para os surdos formados com registro na CLT  ‐ Consolidação das Leis do Trabalho. Aliás, que essa idéia seja válida também para outros tipos de deficiências. Este material encontra‐se na íntegra no blog do SULP (Surdos Usuários da Língua Portuguesa): http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=1062   (Consultado em 10/12/2008) Queremos aqui esclarecer que sempre defendemos o reconhecimento das pessoas surdas como capazes de ter livre arbítrio sobre suas vidas e sua carreira, capazes de auto‐determinar suas decisões e escolhas, contrariamente à opinião dos assim conhecidos como "donos‐de‐ surdos", pessoas que se intitulam especialistas em surdez, criadores de teses mirabolantes sobre a situação dos surdos, e que querem manter o poder e o controle sobre a comunidade surda, com o monopólio da profissão de "intérpretes" em LIBRAS, o que conduz à dependência dos surdos não oralizados. Para nós, o surdo, ORALIZADO e NÃO ORALIZADO, ao menos tem que saber ler e escrever corretamente, fazer uso da linguagem literária sem restrições, poder usar dos meios modernos de comunicação, como possuir, por exemplo, um e‐mail, poder participar de cursos de aprimoramento profissional e se qualificar, adequadamente, como qualquer cidadão, para enfrentar o mercado de trabalho. Isso é INCLUSÃO! Deixar de ter os conhecimentos prévios e básicos de informática, bem como noções básicas de inglês, é se condenar à exclusão do mercado de trabalho.   Outro projeto mais polêmico e caro, mas que pretendemos lutar para sua aprovação, é o de o Governo Federal custear o tratamento fonoaudiólogo e os aparelhos auditivos para crianças surdas cujos pais comprovem não ter condições financeiras para fazê‐lo. A assistência ao deficiente auditivo é necessária logo após o resultado positivo do teste de surdez feito na maternidade (ver portaria número 432, datada de 14 de novembro de 2000). Quanto mais cedo o tratamento começa, melhor é o resultado. Se na área de AIDS, somos o grande exemplo para o mundo, devido aos remédios, distribuídos de graça, por que não sermos o grande exemplo para o mundo, na área de surdez? A maioria dos surdos oralizados é proveniente de familias de médio poder aquisitivo, com possibilidades de obtenção de informações mais atualizadas sobre a surdez e seus efeitos no desenvolvimento da criança e, de maneira geral, com recursos para financiar uma educação adequada, mais cara, sem dúvida.   Indispensável é o diagnóstico precoce para detectar a surdez em recém‐nascidos, visando uma melhor eficiência na sistematização dos projetos de Saúde Pública voltados para a divulgação da informação aos pais sobre as possibilidades e os métodos disponíveis para a reabilitação das alterações auditivas. Através do Teste do Pezinho para a detecção de alguns tipos de surdez genética e o do Teste da Orelhinha (ver em www.craf.com.br/lei.htm), ambos já praticamente exigidos por lei em muitos hospitais de alguns dos principais municípios do país, como Campinas/SP, Rio de Janeiro/RJ, Ribeirão Preto/SP e Brasília/DF, os profissionais de saúde podem orientar os pais de bebês surdos. Mais uma vez, ressaltamos que essa questão é de suma importância, visto que quanto mais cedo se fizer o diagnóstico precoce da surdez, mais estaremos contribuindo para a estimulação de pequenos resíduos auditivos que a criança surda ainda possuir e, por conseguinte, crescendo a possibilidade de a criança surda poder trabalhar melhor sua voz e a compreensão da linguagem falada.   Não somos mais privilegiados que os surdos que fazem uso da língua de sinais. Também temos muitas dificuldades na sociedade  ‐ sofremos os mesmos preconceitos. Temos dificuldade de conseguir empregos, de alcançar altos postos na sociedade. Temos dificuldades de acompanhar os outros alunos nas escolas e de competir para entrar numa Universidade. Uma Este material encontra‐se na íntegra no blog do SULP (Surdos Usuários da Língua Portuguesa): http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=1062   (Consultado em 10/12/2008) vez enfrentados todos esses desafios, na maioria das Universidades, os professores não respeitam nossa deficiência. Como fazemos leitura labial, alguns dão aula virados para o quadro e trocam dias de provas e testes e objeto de trabalhos sem qualquer aviso escrito, embora os surdos oralizados, ao ingressarem na faculdade, procurem se identificar e explicar ao corpo docente suas dificuldades e necessidades. Nós, surdos oralizados, não somos poucos no Brasil. Talvez muitos deles estejam escondidos, por acharem que não passam pelas mesmas dificuldades dos surdos sinalizados ou por se acomodarem diante das dificuldades, achando tudo isso uma coisa natural. É cada vez maior o número de surdos oralizados devido ao aprimoramento do tratamento fonoaudiólogo e do aumento de aparelhos auditivos potentes. Estes dois itens são úteis ao sucesso da oralização e, claro, o sucesso na oralização depende principalmente da força de vontade do próprio surdo e do apoio psicológico e financeiro da família. Finalizando e resumindo nossa mensagem, a legalização da língua de sinais não nos ajuda, nem resolve nossas dificuldades. Seria como uma obra de fachada, de aparência humanitária. Os surdos não precisam somente de demonstração de humanitarismo do Poder Público. Precisam de um apoio mais direcionado, mais eficaz, mais positivo, mais competente. O que adianta colocar um intérprete de LIBRAS em cada serviço público? Melhor usar esta verba para colocar uma fonoaudióloga em cada escola! Nada adianta nos encaminhar ao aprendizado de uma língua que visa excluir e separar as pessoas.   E estamos aqui, pela primeira vez na História, reivindicando direitos, bens muito mais importantes do que simplesmente legalizar uma língua de sinais, que nos estigmatiza e nos faz dependentes. Como V.Exas. puderam constatar, temos problemas muito mais sérios do que simplesmente "legalizar" a língua de sinais. "Queremos viver tudo e fora de guetos. E se não sabemos por onde vamos, sabemos que por aí não vamos". Assinamos embaixo nós, surdos oralizados, agradecidos antecipadamente pela atenção, (...

Felizmente achei uma página onde podemos identificar os participantes dessa importante discussão, os pioneiros...é possível que hoje em dia tenham  alguma opinião diferente...

Texto atualizado novamente

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  • Raul S. Sinedino Pinheiro
    Mensagem 1 de 11 , 7 de abr de 2002 
        Pessoal,
        Eu e a Anahi fizemos umas pequenas modificações no texto, de acordo com as propostas da fonoaudióloga Roberta Alvarenga, mas sem alterar o conteúdo proposto.
        E também podem ver as assinaturas que conseguimos. Ainda precisamos de mais, tanto que resolvemos prorrogar mais um dia para mandar ao Senado. O manifesto será entregue ao senado na Quarta-Feira de manhã.
        Ficamos eternamente agradecidos àqueles que colaboraram através das assinaturas, propostas e mais. Só assim poderemos um dia, sermos cidadãos plenos em nossa sociedade. Afinal, é isso que queremos.
        Boa sorte à todos.
    Raul, Anahi e Graziella
    Prezados Senadores,
     A recente legalização da Libras (Língua Brasileira de Sinais) é, sem dúvida, um passo importante para a vida de muitos surdos. Não resolve, porém, os nossos problemas mais importantes, que vão além do que muitos estão acostumados a ver. Antes de qualquer suposição, que fique bem claro aos senhores que, neste texto, não estamos sendo contra a língua de sinais.
    Não sei se alguns de vocês sabem da existência dos surdos oralizados. Estes comunicam-se oralmente, sem problemas, embora alguns tenham dificuldade na fala e entendem por leitura labial. Como podem ver, nós, surdos oralizados, por nos comunicarmos oralmente, não usamos língua de sinais. Nada temos contra a língua de sinais, a oralização foi uma opção exclusivamente nossa e de nossos pais, sem menosprezarmos e negarmos nossa surdez, como muitos psicólogos e educadores de surdos gostam de afirmar.
    Nós, como ninguém, sabemos que somente a oralização amplia nossas possibilidades e iniciativas como qualquer ser humano e, por isso mesmo, acreditamos que somente o oralismo é capaz, como um todo, de nos incluir na sociedade, sem sermos marginalizados. Por este motivo, não concordamos com o fato de a língua de sinais ser a língua exclusivamente única do surdo.
    Também vale ressaltar que não somos contra a língua de sinais, sabemos  perfeitamente que a língua de sinais é uma fonte de comunicação para aqueles surdos que, por motivos diversos, não alcançaram a oralização. Que motivos seriam estes? A demora para realizar o diagnóstico da surdez (diagnóstico tardio), o que dificulta em muito a oralização, uma vez que "queima-se" as etapas naturais do desenvolvimento da fala, a falta de informação por parte dos pais sobre a Surdez,  falta de dinheiro para bancar um tratamento fonoaudiólogo e compra de aparelhos, pela incompetência de profissionais ou, até mesmo, pela opção dos próprios pais, por acharem que o filho deva conviver com seres "iguais". Só não vemos o motivo para aprendermos uma língua que não nos dará utilidade e que não nos identificamos com ela. É quase a mesma coisa que sermos obrigados a aprender Latim, uma língua morta.
    Não somos favoráveis ao sectarismo. Acreditamos numa sociedade heterogênea, onde as diferenças possam conviver juntas, sem conflitos, permeando, com isso, o ideal da prevalência sobre a característica mais intrínseca da humanidade: a diversidade. Só assim, nós aprenderemos e amadureceremos como pessoa. E só convivendo com pessoas diferentes,  é que aprenderemos a sermos tolerantes com as diferenças. Na nossa opinião, a língua de sinais é favorável à formação de guetos, uma vez que nossa sociedade majoritariamente ouvinte não sabe língua de sinais. E a maioria dos surdos acaba se excluindo, indo parar em guetos.
    A nossa grande preocupação é com atitudes generalizadas e falta de informação sobre a surdez. O grande problema da surdez não é a falta de comunicação, é a falta de informações por parte da sociedade. Lendo o seguinte comentário, da então senadora do PT-AL, a senadora Heloísa Helena, onde ela, na ocasião da aprovação da legalização da Libras, pediu que o Senado possa ter suas sessões plenárias transmitidas para todo o país também na língua dos surdos, isto é, em Libras. Onde ficam os surdos oralizados que não sabem língua de sinais? A posição mais correta seria também colocar legenda e obrigar que todas as redes de televisão coloquem legendas, o que vai universalizar a comunicação para o surdo –  seja sinalizado ou oralizado, que sabem ler –.
    Por motivos citados acima, encaramos que a legalização da LIBRAS, embora caracterize um avanço por levantar a problemática do surdo, não irá resolver os problemas mais graves. O grande passo seria obrigar todas as redes de TV a colocarem legendas e também nos locais públicos que contêm alto-falantes, como no aeroporto, por exemplo. Já houve surdos que perderam o avião por não ouvir no alto-falante sobre a mudança de portão de embarque. Outro grande passo seria as cotas para deficientes em provas de vestibulares, no mesmo padrão dos concursos públicos, com os pelos menos 50% de acertos exigidos pelas normas dos editais de concursos. Afinal, se há em concursos públicos, por que não em vestibulares? Devemos dar uma grande chance àqueles que, por mérito, querem optar por integrar na sociedade, serem bem recebidos pelos próximos.
    Ainda, também gostaríamos de reivindicar a revisão de um item da Constituição Brasileira que trata da lei sobre a  inclusão de portadores de deficiências no mercado de trabalho, isto é, a lei dos 5% das vagas de empregos das empresas a serem destinadas para as minorias. A idéia aqui é tornar esta lei a mais específica possível no caso dos surdos, de forma que não deixe as empresas se aproveitarem da brecha da mesma para contratarem somente surdos estagiários por causa dos custos, por exemplo. Aliás, outro fato que impede as empresas de contratarem surdos formados é a sua "convicção" de que nós, surdos, por possuirmos uma limitação sensorial (a surdez), não podemos crescer na carreira. Para evitar esse tipo de atitude mal intencionada por parte das empresas, é interessante propormos aos senhores senadores que, além de aumentar as cotas de inclusão de surdos no mercado de trabalho, estabelecessem tais cotas em  separado: uma para os surdos estagiários e outra para os surdos formados com registro na CLT – Central das Leis do Trabalhador –.
    Por outro lado, queremos aqui lhes esclarecer que sempre defendemos o emponderamento das pessoas surdas como pessoas capazes de chegar às universidades, ao contrário de alguns "donos-de-surdos", pessoas estas que se intitulam especialistas em surdez e mantêm o poder e controle por serem capazes de se comunicar em Libras com surdos não oralizados. Para nós, o surdo, ORALIZADO e NÃO ORALIZADO, ao menos tem que ter e-mail, saber ler e escrever corretamente e usar dos meios modernos de comunicação, estudar e se qualificar como qualquer cidadão. Isso é INCLUSÃO! Exige de qualquer cidadão conhecimentos prévios e básicos de informática bem como noções básicas de inglês, sob pena de sermos excluídos do mercado de trabalho.
    Outro projeto mais polêmico e caro, talvez seria obrigar o Governo Federal a bancar o custeamento do tratamento fonoaudiólogo e aparelhos às crianças surdas, de preferência quando bebês (ver portaria número 432). Quanto mais cedo o tratamento, melhor é o resultado. Se na área de AIDS, somos o grande exemplo para o mundo, devido aos remédios, distribuídos de graça, por que não sermos o grande exemplo para o mundo, na área de surdez? Nós, felizmente, viemos de uma família abastecida de informações e recursos para bancar nossa educação, mais cara, sem dúvida. E estamos aqui, pela primeira vez na História, reivindicando coisas mais importantes do que simplesmente legalizar uma língua de sinais, visto que muitos surdos não a sabem. Legalizar a língua de sinais vai nos acrescentar alguma coisa? Obrigar a maioria a aprender uma língua que eles mal vão usar é a solução?
    Indispensável também é a importância do diagnóstico precoce para detectar a surdez em recém-nascidos, visando uma melhor eficiência na sistematização dos projetos de Saúde Pública voltados para a divulgação dessas informações sobre diagnóstico e reabilitação das alterações auditivas, através de projetos tais como o do Teste do Pezinho para a detecção de alguns tipos de surdez genética e o do Teste da Orelhinha (ver em www.craf.com.br/lei.htm ), ambos já praticamente exigidos por lei em muitos hospitais de alguns dos principais municípios do país, como Campinas/SP, Rio de Janeiro/RJ, Ribeirão Preto/SP e Brasília/DF, por exemplo. Mais uma vez, ressaltamos que essa questão é de suma importância, visto que quanto mais cedo se fizer o diagnóstico precoce da surdez, mais estaremos contribuindo na estimulação de pequenos resíduos auditivos que a criança surda ainda possuir e, por conseguinte, poderá trabalhar melhor sua voz, fala e compreensão de linguagem. Portanto desta forma, a criança surda poderá, mais tarde, exercer sua cidadania com mais dignidade e qualidade de vida, consciente de seus direitos e deveres amparados legalmente pela Constituição Brasileira.
    Também queremos deixar claro que não somos mais privilegiados que os surdos que fazem sinais. Também temos muitas dificuldades na sociedade. Temos dificuldade de conseguir empregos, de alcançar altos postos na sociedade.  Temos dificuldades de competir com vestibulandos de Medicina em universidades federais, por exemplo.
    Nós, surdos oralizados, não somos poucos no Brasil. Talvez muitos deles estejam escondidos, por acharem que não passam pelas mesmas dificuldades dos surdos sinalizantes ou por se acomodarem diante das dificuldades, achando tudo isso uma coisa natural. É cada vez mais evidente o número crescente de surdos oralizados devido ao aprimoramento do tratamento fonoaudiólogo e do aumento de aparelhos potentes. Estes dois itens são úteis ao sucesso da oralização e, claro, depende da força de vontade do próprio surdo.
     Finalizando o e-mail, a legalização da língua de sinais não resolve nossas dificuldades. Seria como uma obra de fachada, reforçando-nos ao aprendizado de uma língua que visa excluir e separar as pessoas. Como puderam ver, temos problemas muito mais sérios do que simplesmente “legalizar” a língua de sinais. “Queremos viver tudo e fora de guetos. E se não sabemos por onde vamos, sabemos que por aí não vamos".
    Assinamos embaixo nós, surdos oralizados, agradecidos antecipadamente pela atenção devida,
    Raul Silva Sinedino Pinheiro - 24 anos (surdo profundo bilateral de nascença e oralizado. Usa os dois aparelhos de audição. Iniciou o tratamento fonoaudiólogo desde os 10 meses de idade e finalizou-o com 19 anos. Entrou para o curso de Astronomia da UFRJ em 1997, cursando até 2001, mas teve que trancar por mudança de cidade e no momento está fazendo cursinho pré-vestibular para Arquitetura da UFBA ) –Salvador-BA,  RG: 10652857-3 IFP/RJ
    Anahi Guedes de Mello - 26 anos (surda profunda bilateral desde os 18 meses. Oralizada, iniciou o tratamento fonoaudiólogo aos 3 anos, finalizando-o aos 9 anos, voltou aos 16, para novamente finalizar aos 23. Usa aparelho auditivo no ouvido direito. Primeira colocada no vestibular de 1996 da UFSC na área escolhida, cursa o último ano de Química pela Universidade Federal de Santa Catarina) - Florianópolis-SC, RG 3.306.400 SSP/SC.
    João Luiz Yamamoto - 21 anos (surdo profundo bilateral, de etiologia desconhecida. Iniciou o tratamento fonoaudiólogo aos 2 anos, variando periodicamente até os 16 anos. Usuário de aparelho auditivo. Foi estudante do curso de Odontologia na Universidade de São Paulo de 2000 a 2002, tendo trancado a matrícula e no momento, está se dedicando para prestar vestibular) - Guarulhos-SP, RG 27.591.102-0 SSP/SP

    Graziella Castellões Faini 26 anos (surda profunda bilateral de nascença e oralizada. Iniciou o tratamento fonoaudiológo aos 8 meses de idade e teve alta aos 9 anos de idade, tendo voltado uma vez ou outra para um check-up da sua voz e fala. Atualmente está fazendo terapia fonoaudiológica para melhorar alguns fonemas e fazer uns treinos auditivos para ouvir melhor no telefone. Após ter cursado 3 anos e meio Arquitetura, trocou seu curso para Desenho Industrial há cerca de 1 ano atrás, na UniverCidade-Rio ) - Rio de Janeiro-RJ, RG: 08628073-28 - SSA-BA.

    Alejandro Edgardo Meireles Musso - 21 anos (estudante de Desenho Industrial, na Puc-Rio, atualmente cursando o 4° período; portador de deficiência auditiva profunda bilateral de nascença, utilizando a prótese compatível com seu nível de audição. A partir dos 6 meses de idade, foi diagnosticado a surdez, que imediatamente iniciou o tratamento fonoaudiólogo, tendo alta aos 10 anos de idade. Faz uso de leitura labial e hoje submete-se à terapia fonoaudiológica com vistas à oralização, com a finalidade de aperfeiçoar sua voz e fala, não tendo sido iniciado na Linguagem de Sinais/Libras) - Rio de Janeiro-RJ, RG: 12899982-8 IFP/ RJ.

    Matheus de Carvalho Kanitz - 26 anos (surdo profundo de nascença, oralizado e usa dois aparelhos auditivo. Fez fonoterapia por mais de 15 anos e o faz atualmente com o objetivo de melhorar mais a voz. Estudou e se graduou em Educação Artística com Ênfase em Computação Gráfica, pela UniFacs, de Salvador/BA. Atualmente está desempregado há 10 meses, está prestes a concluir a pós-graduação, latu sensu em Redes de Computadores e Telecomunicações, pela mesma universidade) –Salvador-BA, RG: 0763244350 SSP/BA

    João Frederico Pimentel Gomes - 23 anos (Surdo profundo bilateral de nascença e oralizado. Iniciou o tratamento fonoaudiológo aos 3 meses de idade e finalizou-o com 16 anos. Usa somente um aparelho auditivo no ouvido direito. Fala bem e ouve pouco (20% de audição). Não faz sinais. Usa telefone. Estudou no colégio normal. Atualmente, está fazendo curso de Informática na UNESA. Já estagiou na área de Informática.) Rio de Janeiro-RJ – RG: 11812924-6
    Carla Maria A.Rodrigues – 27 anos ( soteropolitana, tem surdez profunda deste 8 meses de idade. Iniciou o tratamento fonoaudiológico aos 2 anos e continua fazendo c/ 2 fonoaudiologa - uma p/ voz e outra p/ falar e ouvir bem - fez um implante
    conclear há 2 anos. Formada em Artes Plastica pela Universidade Católica da Bahia ,mas trabalha como esteticista e maquiadora há mais 5 anos e como ela é artista plástica faz pintura em telas e tecidos ) Salvador-BA,RG 05739962 02
    SSP-Ba.
    Marise Mara Mattos Salazar - 28 anos (Surda profunda bilateral, oralizada e usa dois aparelhos auditivos. Fez fonoaudiologia dos 3 aos 14 anos, voltando a fazer terapia com 21 anos para fins de treinamento auditivo tendo alta um ano depois. Graduada em Arquivologia pela Universidade Federal Fluminense e atualmente estudando Direito na Universidade Estácio de Sá, ambas no Rio de Janeiro, onde reside. Atualmente trabalha como gerente administrativa eventual numa das agências da Caixa Econômica Federal) Rio de Janeiro-RJ, RG: 08865657-4 IFP/RJ
    Victor Fernandes dos Santos - 7 anos (surdo bilateral profundo e congênito. Iniciou o tratamento fonoaudiólogo desde os 6 meses de idade até atualmente.Estuda na primeira série do Colégio Sagrado Coração de Jesus ) - Curitiba-PR. Usa aparelhos auditivos em dois.
    Alessandra Aparecida dos Santos - 29 anos (surda bilateral profunda e congênita. Iniciou na escola especial aos 3 anos de idade e finalizou aos 16 anos. Formada em Engenheria Química pela PUC-PR. Atualmente está fazendo terapia fonoaudiológica para melhorar alguns fonemas e fazer uns treinos auditivos para ouvir melhor os sons. Usa aparelhos auditivos em dois )Curitiba-PR, RG: 5826321-4 SSP/PR.
    Salete Neves Fernandes ( Deficiente auditiva profunda. É  professora de informática ) São Paulo-SP  RG 14.582.699 5
    Evaldo Paluam ( Sou deficiente auditivo e físico, tive paralisia infantil com seis meses de vida, meu grau de deficiência de audição é profundo. Estudei em escola normal tive acompanhamento de vários fonoaudiologicos. Nao falava e nao ouvia nada, comecei a falar com 4 anos graças a deus meus pais me ajudaram muito e meus professores foram muito atenciosos comigo. Hoje sou digitador de uma empresa em que trabalho 21 anos tenho muito apoio do colegas de trabalho, conclui o ensino médio e estou me preparando para realizar um curso profissionalizante de técnico de computador, sou oralista e para dizer a verdade sou contra a libras porque a libras transmite as frases em português completamente errado e conheço pessoas que até deixaram de falar quando aprende a libras ) São Paulo-SP


    Demais simpatizantes, profissionais da área surdez,  pais e mães de surdos oralizados:

    Taísa Maria Ferreira Bourguignon, pedagoga especialista em deficiência auditiva. Florianópolis-SC, RG: 1.147.811.

    Nelson Jacomel Júnior, engenheiro agrônomo, Florianópolis-SC, RG: 1.070.721.

    Marlete Duarte da Silva, pedagoga, com especialização em Psicologia Educacional. Mãe de Anahí Guedes de Mello. Florianópolis-SC, RG:

    Leo Vescovi Filho, 20 anos, Músico-solo. Primo de Graziella Castellões Faini RG: 27846448 SSP/SP
    Rosina Castellões Vignes – 50 anos - Gostaria de juntar minha assinatura à mensagem que será enviada ao Senado sobre a legislação que reconhece a LIBRAS como a linguagem natural dos surdos. Além de me opor integralmente a essa entitulação, não acho que a melhor maneira de concorrer para a integração do surdo à sociedade seja a de criar mais um entrave, mais uma diferenciação entre o surdo e o ouvinte. Sou mãe de Graziella Castellões Faini, que nasceu surda e começou seu tratamento fonoaudiológico aos oito meses. Lê, fala e escreve português, francês e inglês, cursou a faculdade de Arquitetura e hoje estuda Desenho Industrial. Toca piano e faz curso de canto. Todas essas conquistas de minha filha custaram-lhe muito esforço e enfrentamento de desafios, sendo o pior de todos  o do preconceito. A língua de sinais existe e é muito útil para alguns surdos que não atingem a oralização. E uma linguagem como qualquer outra e pode ser aprendida por qualquer um, surdo ou não. O inglês não é a língua exclusiva dos ingleses e americanos, o italiano não é a língua reservada aos italianos e o francês, muito menos, é de domínio único dos franceses. O que me choca é que nosso Congresso não esteja mais preocupado com medidas legislativas em pról da integração dos surdos como um todo, criando oportunidades para que estes se insiram no sistema educacional, no mercado de trabalho e sejam sujeitos de direitos e deveres inerentes à cidadania. Atrelar a integração do surdo à presença constante de um intérprete LIBRAS / PORTUGUÊS não condiz  com a liberdade que nossa lei maior - a Constituição Brasileira - reserva aos cidadãos de nosso país. Sou ROSINA CASTELLÕES VIGNES, advogada, mãe de uma surda oralizada, tenho 50 anos, OAB-RJ no. 24.702.
    Mônica Azevedo de Carvalho Campello, Fonoaudióloga - RiodeJaneiro/RJ - CRFª 2639/RJ
    Gheise M. S. Di Masi, estudante de arquitetura. Rio de Janeiro - RJ. RG:
    11261635-4, IFP
    José Arivalter Araújo, Administrador de Empresas - João Pessoa - PB, Rg 1.161.869 ssp/PB. 
    Sheila Franco, geóloga. Niterói-RJ, RG: 5.113.070/IFP
    Simone Maria Leite Castellões Mesquita, administradora. Timóteo-MG,
    RG:M-8.806.908.
    Roberto Gonçalves da Silva, arquiteto, professor universitário. Florianópolis-SC, RG 4.104.651 SSP/SP.Marilda Checcucci Gonçalves da Silva, antropóloga, professora universitária. Florianópolis-SC, RG: 8.999.970 SSP/SP.

    Katty Evelyn Mehlan, assistente social. 
    Florianópolis-SC, RG: 3.536.181.

    Lucas Tomairis Klitzke, estudante. 
    Vitória-ES, RG: 1.934.022 - SSP/ES.
    Vera Cristina Moreira Salles, escritora/contista. Curitiba- PR, RG: 3.316.634-6
    Roberta Alvarenga Reis, CRFa 6799/SP, fonoaudióloga especialista em audiologia pelo CFFa, Araraquara-SP, RG: 17.357.865-2 . Acho que este manifesto abre espaço para discussões muito importantes, mostrando a relevância da aproximação entre sociedade, especialistas e comunidade surda (oralizada ou sinalizada) para determinação das melhores estratégias para a inclusão, em benefício de todos e não apenas de alguns grupos. Considero fundamental a colocação sobre as necessidades de divulgar informações e sugiro contato com a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e Conselhos de classe, a fim de estabelecer parcerias com os órgãos governamentais nessa empreitada.

    André Luis Vergilio de Albuquerque, estudante. Florianópolis-SC, R.G.:4462267-0
    Maria Aparecida Amorim dos Santos, mãe de 3 filhos surdos profundos oralizados, Alessandra Aparecida dos Santos, Alisson Fernandes dos Santos e Victor Fernandes dos Santos, ex-professora de deficiente auditivo, reitero as solicitações dos surdos oralizados, na certeza de que o confronto com os problemas e dificuldades sempre é mais eficaz quando o processo se torna uma função não só da família, mas também da sociedade. Curitiba-PR, RG: 1219.683 SSP/PR.
    Leandro Francisco Torquato, oficial de justiça. Florianópolis-SC, RG: 3.683.149-2.
    Rogério Carlos dos Santos Branco Borges, jornalista. Salvador-BA, RG: W636726F

  • \ mensagem
  • Prof. Mestre Paulo Roberto Bortoli
    Mensagem 11 de 11 , 20 de abr de 2002 
    Marcos,

    Quando entrei para esta lista de discussão, há mais ou menos 3 anos, foi
    para compreender a questão do surdo. Nunca houve discriminação pelo fato de
    alguém da lista ser oralizado, sinalizado ou ouvinte, nunca alguém tinha
    enviado e-mail com clara evidencia de ofensas e chiliques histéricos por
    que alguém expressava uma idéia diferente da sua.

    Uma comunidade de surdos (oralizados ou sinalizados) e ouvintes felizes,
    que através da escrita trocavam idéias e ajudas numa grande amizade.

    Nos últimos tempos tudo mudou e isto tem me entristecido.

    Abraço,


    Paulo

    trecho reproduzido na obra....   http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/CiencSociais_LisboaCB_1.pdf
    Um deles me chamou atenção, a reprodução de um e-mail enviado para o Senado logo após a lei de oficialização da Libras em 2002, que define muito bem os interesses dos oralizados. Alguns trechos do “Manifesto dos Surdos Oralizados” merecem destaque: “Não sei se alguns de vocês sabem da existência dos surdos oralizados. Estes comunicam-se oralmente, sem problemas, embora alguns tenham dificuldade na fala e entendem por leitura labial. Como podem ver, nós, surdos oralizados, por nos comunicarmos oralmente, não usamos língua de sinais. (...) Nós, como ninguém, sabemos que somente a oralização amplia nossas possibilidades e iniciativas como qualquer ser humano e, por isso mesmo, acreditamos que somente o oralismo é capaz, como um todo, de nos incluir na sociedade, sem sermos marginalizados. Por este motivo, não concordamos com o fato de a língua de sinais ser a língua exclusivamente única do surdo.(...) Também vale ressaltar que não somos contra a língua de sinais, sabemos perfeitamente que a língua de sinais é uma fonte de comunicação para aqueles surdos que, por motivos diversos, não alcançaram a oralização. Que motivos seriam estes? Falta de informação por parte dos pais sobre a Surdez, falta de dinheiro para bancar um tratamento fonoaudiólogo e compra de aparelhos, pela incompetência de profissionais ou, até mesmo, pela opção dos próprios pais, por acharem que o filho deva conviver com seres "iguais". Só não vemos o motivo para aprendermos uma língua que não nos dará utilidade e que não nos identificamos com ela. É quase a mesma coisa que sermos obrigados a aprender Latim, uma língua morta.(...) Na nossa opinião, a língua de sinais é favorável à formação de guetos, uma vez que nossa sociedade majoritariamente ouvinte não sabe língua de sinais. E a maioria dos surdos acaba se excluindo, indo parar em guetos.(...)” (Disponível em http://www.aja.org.br/surdos/Manifestoralizados.htm)

    Enquanto os gramáticos discutem o problema permanece.     https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/surdos-ce/conversations/topics/1064 ....................................................................................................................................................................DEFINIÇÃO DA COMUNIDADE DE SURDOS ORALIZADOS DO ORKUT................................................................................... É uma comunidade dos surdos oralizados pelo Brasil afora. Somos surdos, porém falamos e entendemos "n" coisas por leitura labial. Os curiosos são bemvindos.:) É uma comunidade voltada para discutir a problemática da surdez no mundo atual. Esta comunidade se propõe a informar e participar sobre vários temas que envolvam assuntos problemáticos comuns dos surdos oralizados na sociedade brasileira.Queremos a integração de todos surdos na sociedade por acreditarmos que é a melhor forma de uma vida plena e feliz. É uma comunidade fundada pelos surdos oralizados e escrito por eles. P.S: Que fique bem claro: É uma comunidade dos SURDOS ORALIZADOS, logo o foco será sobre a problemática dos surdos oralizados. Não estamos interessados em discutir LIBRAS na educação inclusiva ou especial por não fazer parte do cotidiano dos surdos oralizados. Todos são bemvindos, desde que se respeite o propósito da comunidade! NÃO ESTAMOS INTERESSADOS EM LIBRAS! MSGS com foco em LIBRAS não serão toleradas. (Disponível em www.orkut.com/Community.aspx?cmm=60081)...........COPIADO DE    http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/CiencSociais_LisboaCB_1.pdf