quarta-feira, 15 de abril de 2009

CUIDADOS FUNDAMENTAIS COM A AUDIÇÃO


Cintia Végas

Nathaniel Dodson/sxc.hu
Com baterias que duram mais e fones mais eficientes, tocadores de MP3 deve ser usados com cautela.

Não são apenas os operários que perdem a audição devido ao barulho de britadeiras ou as pessoas mais velhas que deixam de escutar em função de perdas naturais percebidas com o avançar da idade.

É cada vez mais comum encontrar jovens com deficiências auditivas acarretadas pela exposição constate a ambientes com excesso de ruídos ou utilização inadequada de fones de ouvido.

Com base em dados divulgados pelo England's Royal National Institute of Deaf, o Centro Auditivo Telex informa que três em quatro freqüentadores assíduos de boates e danceterias correm o risco de perda permanente de audição. O mesmo pode acontecer com quem acompanha com freqüência trios elétricos, por mais que os mesmos geralmente não fiquem em locais fechados.

"Em uma jornada de trabalho de oito horas, é tolerável ao ouvido humano uma intensidade sonora de até 80 decibéis. Em algumas boates, o som chega a ultrapassar 120 decibéis, o que é bastante desconfortável", comenta a fonoaudióloga do Centro, Isabela Gomes, do Rio de Janeiro. "O ideal seria que, nesses locais, as pessoas utilizassem protetores auditivos, como os usados por determinados profissionais. Entretanto, como ninguém faz isso, recomendo ficar distante das caixas de som, em lugares onde possa ser mantida uma conversação."

Em relação aos tocadores de MP3, gomes afirma que muitos jovens os utilizam com volume excessivo. "As baterias duram mais, contribuido para que o tempo de exposição seja maior. Já os fones costumam ficar bem próximos da membrana do tímpano, o que também é prejudicial".

A fonoaudióloga aconselha as pessoas a manterem um volume médio, com o qual possam conversar mesmo que utilizando o aparelho. Também é recomendável realizar intervalos no uso: para cada duas horas de uso, uma pausa de cerca de 30 minutos, o que pode ser suficiente para preservar a audição.

"Tem sido cada vez mais comum encontrar adolescente e mesmo crianças com perdas auditivas. Nas crianças, isto pode afetar o desenvolvimento da linguagem, prejudicando-as na escola, fazendo com que elas tenham problemas físicos, emocionais e psicológicos. Já entre os adolescentes, a capacidade de comunicação e a vida social podem ser prejudicadas", diz.

Crianças

A audição é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento completo da criança. Por isso, especialistas recomendam que, logo ao nascer, bebês sejam submetidos ao "teste da orelhinha", capaz de diagnosticar perda auditiva precoce.

De acordo com Gomes, o exame consiste na colocação de uma sonda que emite um som no ouvido da criança, através do qual é possível saber se a mesma tem algum problema.

Em caso positivo, o bebê é imediatamente encaminhado para tratamento, o que evita agravamento do problema. "Assim como o exame do pezinho (que detecta doenças metabólicas, genéticas e infecciosas), o exame da orelhinha logo ao nascer é imprescindível", comenta.

Escolas e academias

Integrantes do laboratório de acústica ambiental e industrial e conforto acústico da UFPR constataram problemas nas escolas e academias de ginástica. Eles analisaram a qualidade acústica de algumas instituições públicas da capital e encontraram problemas ligados à reverberação (prolongamento do som após
o fim da emissão do mesmo).

"A qualidade acústica das salas é péssima. Quando foram construídas, não foram pensadas sob parâmetros acústico. Constatamos que o tempo de reverberação nesses locais é acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde", afirma o coordenador do laboratório, Paulo Henrique Trombetta Zannin.

Para uma sala de aula vazia, voltada para estudantes com audição normal, a reverberação média deve ser de 0,6 a 0,7 segundo. Nas escolas da capital, chegou a ser de 1,6 segundo.

"A reverberação depende do volume da sala e dos materiais de que são feitas as paredes, o chão e o teto. Quando ela está acima do recomendado, o som não chega claramente aos ouvintes e podem começar a surgir problemas de aprendizado."

No que diz respeito às academias de ginástica, os estudos demonstram situações ainda mais graves. Também em Curitiba, foram avaliados seis locais. Em todos eles, foram detectados níveis sonoros superiores a 85 decibéis.

http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/324637/






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