domingo, 28 de abril de 2013

Acessibilidade em Museus de São Paulo - falta muita coisa para os deficientes auditivos - legendas para os audiovisuais, estenotipia para eventos ao vivo e aro magnético para quem usa aparelhos auditivos e iimplantes cocleares

A matéria abaixo trata de pontos importantes que faltam nos Museus de São Paulo para permitir a acessibilidade de pessoas com vários tipos de deficiência.
Quanto ao assunto acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva quase nada é citado...falam de libras e vídeo guias. Mas sabemos que existem vários recursos para pessoas surdas que não usam língua de sinais: legendagem em todo material audiovisual, sinalização de emergência com luzes e avisos escritos, estenotipia presencial para palestras e cursos (aquele telão reproduz o que o estenotipista digita no momento ), sonorização através de aro magnético* para concertos, palestras, etc. 
Percebemos pela leitura da matéria que a acessibilidade cultural para pessoas surdas ainda se limita a intérpretes de língua de sinais. Precisamos insistir neste ponto: nem todo surdo usa língua de sinais e existem recursos dirigidos aos surdos oralizados, usuários da língua portuguesa e aos que podem ouvir através de próteses.

*Aro Magnético
http://www.youtube.com/watch?v=8hQta_ZXX14

Acessibilidade nos museus de São Paulo se restringe à estrutura física

Dos dez museus estaduais mais visitados na capital, apenas três possuem um conjunto de materiais complementares para portadores de necessidades especiais


Breno Pires e Danielle Villela
SÃO PAULO - Sete dos dez museus mantidos pelo governo de São Paulo mais visitados na capital não desenvolvem ações de acessibilidade além das adaptações na estrutura física. Apenas a Pinacoteca, o Museu do Futebol e o Museu da Casa Brasileira possuem um conjunto de materiais complementares para auxiliar pessoas com deficiências mentais, visuais, auditivas e físicas na compreensão das obras de arte exibidas. Além desses três, o Estado visitou o Catavento Cultural, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu de Arte Sacra, o Museu Afro Brasil, o Museu da Imagem e do Som, o Memorial da Resistência e a Casa das Rosas.
Deficientes auditivos, por exemplo, só encontram videoguia explicativo na Pinacoteca. É possível ter visitas guiadas por um educador habilitado na língua brasileira de sinais (LIBRAS) em sete dos dez museus, mas a recomendação é que o portador de deficiência auditiva faça o agendamento prévio da visita. O acompanhamento só não é oferecido no Catavento Cultural, na Casa das Rosas e no Museu da Casa Brasileira.
Piso tátil e audioguias para auxiliar pessoas com deficiência visual só são encontrados na Pinacoteca e no Museu do Futebol. Nesses dois espaços culturais e no Museu da Casa Brasileira são oferecidos também conteúdos em Braille.
De forma geral, o recurso mais utilizado pelos museus é a interação através do tato com obras originais, maquetes arquitetônicas, miniaturas e réplicas dos objetos em exposição. Esses materiais são utilizados em visitas guiadas com portadores de deficiências intelectuais, visuais e auditivas. Apenas três dos museus visitados não apresentam o recurso - a Casa das Rosas, o Museu da Língua Portuguesa e o Museu da Imagem e do Som.
No Museu Afro Brasil, por exemplo, os visitantes podem manipular esculturas e máscaras africanas, instrumentos musicais, maquetes tridimensionais com legendas em tinta e Braille, reproduções de obras de arte e jogos educativos. Já no Museu da Casa Brasileira, os portadores de deficiência visual recebem luvas plásticas para tocar nos móveis originais em exposição. "É fundamental desenvolver metodologias de acesso ao conteúdo em exposição e não apenas ao espaço", disse Thelma Lobel, coordenadora do Núcleo Educativo do MCB.
Apesar da carência de recursos para pessoas com necessidades especiais interagirem com as obras de arte, todos os museus visitados pela reportagem possuem rampas e elevadores de acesso, além de banheiros adaptados para cadeirantes. Algumas seções do Catavento Cultural só podem ser acessadas através de escadas. Na entrada da Casa das Rosas, há um lance de cinco degraus, sem rampa contígua. O Museu Afro Brasil não dispõe de elevador em suas instalações, mas é possível locomover-se apenas pelas rampas.
Melhorias

O secretário de Estado da Cultura, Marcelo Araújo, admite que muitos museus estaduais ainda não realizam ações que garantam um acesso amplo à pessoa com deficiência. "Muitas vitórias já foram conseguidas, mas tem uma imensidão de melhorias a serem feitas", disse Araújo ao Estado na quarta-feira, 24, durante o I Seminário sobre Cultura e Acessibilidade, na Oficina Oswald de Andrade, no Bom Retiro.
No evento foi anunciada a criação de um fundo de R$ 2 milhões a fim de viabilizar a implantação de recursos de acessibilidade em produtos culturais diversos, em um plano conjunto da Secretaria de Estado da Cultura e da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Apesar de não ter sido definida uma cota para os museus, o secretário afirmou que será criado um edital específico para projetos que desenvolvam estratégias que tornem os conteúdos dessas instituições mais acessíveis a pessoas com diferentes tipos de deficiência.
"Nossa expectativa é que os recursos possam atingir aqueles museus que ainda não desenvolvam as atividades e que ainda, infelizmente, não têm esses programas, para que eles possam tomar consciência da necessidade de implantação e criar esses processos de acessibilidade comunicacional plena", afirmou Araújo.



sexta-feira, 26 de abril de 2013

ESTENOTIPISTAS E AUDIODESCRITORES: PROFISSIONAIS PARA A ACESSIBILIDADE DE DEFICIENTES SENSORIAIS SURDOS E CEGOS


CAROS AMIGOS, ESTIVE NUM SEMINÁRIO OFERECIDO PELO GOVERNO DE SÃO PAULO SOBRE ACESSIBILIDADE CULTURAL, participei das palestras sobre estenotipia e legendagem. Estes são recursos inclusivos que permitem às pessoas deficiente auditivas acompanharem em tempo real eventos culturais, escolares, sessões de tribunais, etc. O estenotipista ouve o que está sendo dito e usando equipamento especial digita as falas que aparecem um telão. Esse material pode ser posteriormente impresso.
A ESTENOTIPIA REQUER UMA LONGA E ESPECIALIZADA FORMAÇÃO QUE LEVA UNS 4 ANOS. Há poucos e caros profissionais, as máquinas para digitar são caras e também os programas, POR SEREM IMPORTADOS. Estando na mão de poucas empresas os preços são proibitivos e também não existem técnicos nos órgãos do governo. O governo contrata essas empresas. 
Assim como o governo investe na formação de pessoas especializadas em libras deveríamos começar campanha para que o governo ofereça em universidades, área de Letras por exemplo, a formação de especialistas em ESTENOTIPIA. 
Pergunto como poderíamos fazer uma campanha assim. Junto ao Mec? Percebi que empresas que oferecem esse serviço poderiam formar estenotipistas mas ao mesmo tempo vejo que enquanto forem poucos os profissionais os ganhos dessas empresas serão altos. Essa formação não poderia ficar a cargo somente de escolas privadas. As universidades que investem em libras também poderiam oferecer a formação de estenotipistas. O que acham? Vejam a matéria da Diéfani Favareto Piovezan sobre o assunto.
http://igualmentediferentes.com/2013/04/25/entrevista-cart-reporter-estenotipista-21-de-marco-de-2009

Sobre a audiodescrição peço que leiam mais em:

http://www.blogdaaudiodescricao.com.br/

http://www.bengalalegal.com/


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Acessibilidade para surdos na Espanha - Aro magnético e legendas

Red de Promoción de la Accesibilidad >> Servicio de Apoyo a la Accesibilidad >>
http://fiapas.es/FIAPAS/accesibilidad.html
SERVICIO DE APOYO A LA ACCESIBILIDAD - FIAPAS (SAC)
Más del 95% de las personas sordas comunica en lengua oral, considera ésta su lengua materna y, en su mayoría, son usuarios de prótesis auditivas*. Las prótesis auditivas constituyen el instrumento básico de interacción e integración con el entorno y para el acceso a otras ayudas técnicas auxiliares y nuevas tecnologías que normalizan la interacción personal y la participación social. A través de las propias prótesis, de las ayudas técnicas auditivas auxiliares y de los recursos de apoyo que se puedan aplicar, se aprovechan al máximo todos los canales de acceso a la comunicación y a la información**.
Las ayudas técnicas y los productos de apoyo a la comunicación oral son herramientas que proporcionan autonomía a las personas sordas, favoreciendo su integración y participación social a través del acceso a la información y al conocimiento, a la cultura y al ocio, garantizando así mismo los principios de normalización, accesibilidad universal y diseño para todos (Ley 51/2003 LIONDAU, en su artículo 2).
Hoy podemos afirmar que dichos medios facilitan a las personas sordas su participación en el entorno y el disfrute de distintos productos y servicios, en igualdad de condiciones y con las mismas oportunidades que el resto de ciudadanos.
  • El bucle magnético es la ayuda técnica que facilita la accesibilidad auditiva en el entorno en espacios y/o situaciones contaminadas por el ruido ambiente y/o en las que la distancia con el interlocutor o la presencia de varios interlocutores dificulta o impide dicha comunicación y el acceso a la información.
    El bucle es un producto de apoyo a la comunicación y para el acceso a la información de probada eficacia en su empleo para hacer accesiblesactos públicos (congresos, conferencias, cursos de formación, actos electorales, espectáculos…) y espacios y servicios de concurrencia pública donde la megafonía está contaminada por el ruido.
  • Por su parte, el subtitulado es la fórmula más extendida para garantizar el máximo de accesibilidad a la información a todas las personas sordas, siendo imprescindible para la población con discapacidad auditiva cuyo vehículo de comunicación es la lengua oral, pues facilita la literalidad de la información en la expresión de la propia lengua oral.
    El empleo del subtitulado es necesario, útil, eficaz y viable, tanto en cualquier medio audiovisual (televisión en directo o diferido, cine, DVD, materiales educativos…), como en los actos públicos (congresos, conferencias, cursos de formación, actos electorales, espectáculos…) y enespacios y servicios de concurrencia pública donde la megafonía está contaminada por el ruido.
En la sociedad actual ha cobrado mucha importancia la información audiovisual, sobre todo a través de Internet y su difusión es muy superior respecto a cualquier otro medio. La información se ofrece a través de imagen y sonido, con contenidos concebidos para que se puedan ver y escuchar. En consecuencia, hay soportes y materiales audiovisuales que no son accesibles para las personas sordas.
Lamentablemente, todavía se cuenta con una muy escasa oferta de actos accesibles para todas las personas con discapacidad auditiva, con independencia del sistema de comunicación que utilicen. De hecho, las personas sordas, y especialmente, en este caso, las que comunican en lengua oral, se encuentran en clara desventaja y desigualdad de trato respecto al resto de ciudadanos.
Por este motivo en 2010 se puso en marcha el Servicio de Apoyo a la Accesibilidad, gracias a  la financiación del Ministerio de Sanidad y Política Social, actual Ministerio de Sanidad, Servicios Sociales e Igualdad, con cargo a la asignación tributaria IRPF, y de la Fundación ONCE, así como la colaboración de la Fundación Vodafone y Vodafone. Permite a través de la instalación eventual del bucle magnético y el subtitulado en directo que cualquier acto, en cualquier ubicación, sea accesible para las personas sordas, a través de recursos de apoyo a la audición y a la comunicación oral. Provocando que además estos medios se conozcan y penetre en la conciencia social su reconocimiento como recursos para la eliminación de barreras.
La aplicación de este servicio favorece la normalización, la integración y la vida autónoma de las personas sordas.
Desde el SAC, así mismo, presta un servicio de subtitulado para contenidos audiovisuales.
   Folleto informativo del Servicio de Apoyo a la Accesibilidad – FIAPAS (SAC)
* Encuesta sobre Discapacidades, Autonomía personal y situaciones de Dependencia-EDAD (INE 2008),
** JÁUDENES, Carmen. ”Alumnado con discapacidad auditiva: accesibilidad a la comunicación, a la información y el conocimiento” en CNICE Serie informes: Accesibilidad, TIC y Educación (on line). Madrid, CNICE-MEC, 2007 http://ares.cnice.mec.es/informes/17/contenido/17.htm#up
CONTACTAR
Para más información y tarifas:
Servicio de Apoyo a la Accesibilidad-FIAPAS. Tel.: 91-5765149. E-mail: sac@fiapas.es.
El servicio que se oferta tiene cobertura nacional e incluye la asistencia técnica de profesionales especializados en imagen y sonido, que se responsabilizan de proporcionar:
  •  Asistencia Técnica Profesional:
    • Equipamiento técnico para el subtitulado en directo (subtitulado en castellano y/o en inglés), y el servicio en remoto de estenotipia. Tanto  en cuanto no exista un suficiente y nutrido colectivo de estenotipistas, expertos en subtitulado en directo, estos subtitulan a distancia, desde su puesto de trabajo, sin necesidad de desplazarse, y los profesionales de los distintos Equipos de Soporte apoyan la prestación del servicio de subtitulado desde el lugar donde se lleva a cabo el evento.
    • Instalación eventual del bucle magnético, bajo la normativa técnica que fija los estándares de calidad en esta materia.
    • Instalación fija de bucle magnético en espacios públicos, culturales y de ocio, conforme a los estándares de calidad, e instaladores homologados de bucles de inducción magnética Ampetronic.
    • Validación de sistemas de inducción magnética ya instalados con el fin de asegurar que se ajustan a los estándares de calidad vigentes.
  • Accesibilidad en soportes y materiales audiovisuales. Se procederá a la digitalización del material recibido y, a través de un programa de edición, se proporcionará el vídeo aplicando los subtítulos adaptados para personas sordas según la norma AENOR 153010:2003.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Laudo Médico para pessoas com deficiência


Laudo Médico, Laudo Médico para Deficientes, CID para Deficientes

http://www.deficienteonline.com.br/como-incluir-a-deficiencia-fisica-e-o-laudo-no-curriculo___81.html
Indicação da página Tati S-H da Comunidade dos Surdos Oralizados (Facebook)
O MÉDICO DO TRABALHO E A CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS – CID

Para que se cumpram as cotas de contratação de colaboradores com deficiência, a legislação especifica quem pode atestar e de que maneira as deficiências serão comprovadas. Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego estabelecer a sistemática de fiscalização, a avaliação e o controle das empresas, assim como instituir os procedimentos e formulários necessários à contratação.

Uma das determinações é a necessidade do laudo médico, que pode ser emitido por médico do trabalho da empresa ou outro médico, que ateste a deficiência de acordo com as definições do Decreto nº 3.298/99 (artigos 3º e 4º) e com as alterações dadas pelo Decreto nº 5.296/2004.

O laudo deverá especificar o tipo de deficiência, com o código correspondente da Classificação Internacional de Doenças (CID), e ter autorização expressa do empregado para tornar pública a sua condição. A CID é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única, à qual corresponde um código, que contém até seis caracteres.

A CID é revista periodicamente e no momento está em vigor a sua décima edição, a CID-10. Dependendo da deficiência, a avaliação deverá ser feita por um especialista e os laudos devem ser recentes, emitidos a menos de um ano. Nos casos de pessoas com deficiência auditiva e visual é necessário apresentar os exames de audiometria e oftalmológico, respectivamente. Quanto à deficiência intelectual, é aceito o laudo elaborado por um psicólogo.

A audiometria deve comprovar a perda auditiva superior a 41 decibéis, nas frequências 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz, e 3.000Hz, e em ambos os ouvidos. Ou seja, o médico não deve considerar a média aritmética, mas sim a perda em todas as frequências.

O laudo oftalmológico deve comprovar a acuidade visual, não são as doenças do campo visual que atestam a deficiência, mas sim a somatória da perda visual nos dois olhos. Ainda assim, o médico deve levar em conta a acuidade com o uso da melhor correção: óculos ou lentes de contato. Atestados para obtenção de gratuidade em transporte público, como o Bilhete Único Especial (SPTrans), exames médicos do Detran para obtenção de Carteira Nacional de Habilitação ou perícias médicas judiciais não comprovam a deficiência para as cotas porque usam critérios diferentes.

O laudo médico pode ser emitido por qualquer médico, empregado da empresa ou não, porém em alguns casos é necessária a avaliação de um especialista.

Laudo/Atestado Médico – Pessoas com Deficiência

• Nem todas as deficiências enquadram-se na Lei de Cotas, portanto, os laudos devem estar muito bem explicados para que não haja problemas na admissão tampouco com o Ministério Público do Trabalho e/ou Ministério do Trabalho e Emprego.
• O laudo deve ser o mais atual possível.
• O laudo precisa fornecer, além do código da CID, detalhes sobre as limitações funcionais da pessoa na prática, ou seja, a deficiência e sua sequela. Por exemplo: se consta do laudo encurtamento no membro inferior direito, é importante especificar quantos centímetros, se utiliza prótese ou órtese, muletas, cadeira de rodas, se apresenta “dificuldade para ambular”, “dificuldade para subir escadas”, “impossibilidade de ficar em pé por longos períodos”, “distúrbios da marcha”, etc.

Outros exemplos de preenchimento incompleto e como devem ser detalhados os laudos para melhor caracterização da deficiência:

Amputação do Membro Inferior Esquerdo (MIE) – não fica claro se é no dedo, perna, pé. É necessário descrever a partir de onde houve amputação e, no caso de dedos, quais foram os atingidos. Além disso, descrever a sequela ocasionada: dificuldade em subir escadas, ficar muito tempo em pé, etc.

Amputação no Membro Superior Direito (MSD) – a mesma questão: não fica claro se é apenas um dedo, a mão ou todo o braço. Especificar a altura da amputação, assim como a sequela decorrente: dificuldade para escrever, dificuldade motora, falta de força na mão, não consegue fazer o movimento de pinça ou garra, etc.

Sequela de acidente automobilístico – é necessário descrever os membros atingidos, se foi necessário colocar prótese, detalhar se ficou com dificuldade em algum movimento, por exemplo, se não consegue elevar o braço em mais de 25º.

Deficiência auditiva moderada – quando se trata de deficiência auditiva, sempre encaminhar uma audiometria atualizada. A audiometria deve apontar que a deficiência é bilateral, parcial ou total, e sempre abaixo de 41 decibéis, conforme determina a lei.

Hemiparesia, sequela de AVC – caracteriza a paralisia parcial, mas não diz em qual lado ou membro. É importante também ressaltar o nível de dificuldade motora, as limitações, etc.
Sequela de poliomielite – é necessário oferecer o maior número de detalhes – qual a sequela, membros atingidos e em qual proporção.

Fratura do fêmur – necessita informar a sequela, se possui dificuldades de locomoção, se tem limitação nos movimentos e quais são.

Malformação congênita – completar com mais informações: em qual membro, descrever a deformidade e quais as limitações ou dificuldades geradas.

Encurtamento na perna – informar em quantos centímetros, porque é necessário ser acima de 4,0 cm para enquadrar na cota. Dizer também se precisa de adaptações, se utiliza prótese ou muletas e as dificuldades decorrentes do encurtamento.

Fonte: Capitulo 5 - livro Como Vencer os Desafios da Contratação de Pessoas com deficiência. Livro da i.Social
SCHWARZ, Andrea & HABER, Jaques. Cotas: como vencer os desafios da contratação de pessoas com deficiência. São Paulo : i.Social, 2009. Baixe Gratuitamente no link (http://www.isocial.com.br/livro/versao-pdf.pdf)

Saiba mais sobre laudo médico e CID no Cadastro de Curriculos


quinta-feira, 18 de abril de 2013

VI SEMINÁRIO CIENTÍFICO POLÍTICAS PÚBLICAS, SERVIÇOS E SISTEMA EM SAÚDE AUDITIVA


Neste ano, o VI Seminário Científico “Políticas Públicas, Serviços e Sistemas em Saúde Auditiva” com o objetivo de valorizar e divulgar ações e iniciativas de sucesso adotadas na área da saúde auditiva para o aprimoramento do atendimento às pessoa com deficiência auditiva, inseriu em sua grade científica a atividade “Experiências de êxito: ações ou programas desenvolvidos na área de saúde auditiva em todo o país”.

Convidamos serviços e profissionais para fazerem a inscrição de sua proposta desenvolvida.

http://www.centrinho.usp.br/eventos/info/historico.php?id=32

DIVERSIDADE NA SURDEZ Acessibilidade para todos os surdos.


Há surdos que se comunicam usando a língua  brasileira de sinais, libras, para esses é necessário janela de libras nos audiovisuais e intérpretes para comunicação em geral. Como não fazem parte da minha vivência cotidiana desconheço se têm outras necessidades de comunicação. E lembro que muitos usuários de libras também conhecem a língua portuguesa, então podem  usar legendas e textos escritos.

Há surdos que são oralizados, fazem leitura labial e são alfabetizados em português: necessitam legendas escritas.

Para as legendas existem as closed caption (legendas ocultas) usadas na televisão, que podem ser acionadas ou não, as open caption, usadas em cinema e teatro, e  o acompanhamento de aulas, palestras, sessões de tribunais, etc com legendas feitas por ESTENOTIPIA por profissionais especializados e que podem posteriormente ser impressas.

Em todos os locais públicos necessitamos informações escritas e alarmes luminosos. Tudo que for dito por alto falantes deve aparecer também escrito em telões.

Entre os surdos oralizados  um grande número pode ouvir usando próteses, como aparelhos auditivos e vários tipos de implantes. 
Faço parte deste último grupo. 

Existem equipamentos de sonorização especial que enviam som diretamente para aparelhos auditivos e implantes, e assim podemos ouvir teatro, cinema, música, palestras, aulas...diretamente nas próteses, eliminando ecos, ruído ambiente, etc...

O FM é um equipamento individual e requer um microfone próximo à fonte sonora e um receptor acoplado à protese auditiva da pessoa surda.  
O Amplificador de Indução Magnética, aro magnético * (hearing loop) transmite o som  para o ambiente. sendo captado pelo aparelho auditivo ou implante, sendo por isso  de uso coletivo. Nenhum deles interfere no som ambiente e não prejudica a audição das pessoas não surdas. 
* veja o que é Aro Magnético:
https://www.youtube.com/watch?v=T3KDHK8exYY







Nos ambientes de trabalho a comunicação escrita é fundamental. E-mails,  SMS e recursos semelhantes agilizam a comunicação. Existem também telefones com amplificação que alguns surdos podem utilizar com eficiência. No mercado existem ainda telefones com teclado cuja utilização é complicada por necessitar o mesmo tipo de equipamento nas duas pontas da comunicação, é caro e ineficiente, por isso seu uso é quase insignificante. Podemos ver alguns desses modelos em terminais de Metrô de São Paulo, mas sinceramente nunca usei nem vi ninguém usando. A comunicação via SMS e e-mail é mais ágil e precisa ser implantada no atendimento a clientes, na marcação de consultas, atendimento bancário, serviços de urgência, etc.


Levando em conta essas informações peço aos profissionais que trabalham com, escrevem sobre e militam pela inclusão de pessoas com deficiência que ao falar sobre surdos não falem somente de um segmento, os usuários de libras. 
Existe uma enorme diversidade na surdez  assim como soluções específicas para a acessibilidade de cada grupo. 
Dados do Censo do IBGE - 2010


DEFICIÊNCIA AUDITIVA
BRASIL  ....................................................TOTAL 9.722.163


NÃO CONSEGUE (OUVIR) DE MODO ALGUM ......347.481
GRANDE DIFICULDADE (PARA OUVIR) .............1.799.885 

ALGUMA DIFICULDADE (PARA OUVIR) ..............7.574.797


OS NÚMEROS OFICIAIS ACIMA INDICADOS NADA

DIZEM SOBRE QUEM É ORALIZADO, USA PRÓTESES 
AUDITIVAS, IMPLANTES, LEITURA LABIAL OU LÍNGUA DE SINAIS. 
MAS PODEMOS SUPOR QUE TANTO OS QUE APRESENTAM GRANDE DIFICULDADE OU ALGUMA DIFICULDADE PARA OUVIR PODEM SE BENEFICIAR DE AJUDAS TÉCNICAS QUE LHES PERMITAM OUVIR E APRENDER A FALAR, APRENDER A LÍNGUA PORTUGUESA, ETC. 


Sô Ramires para o blog Sulp e Comunidade dos Surdos Oralizados. Abril/2013



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terça-feira, 16 de abril de 2013

PROFISSIONAIS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

SOU LEITORA DO BLOG DA PAULA "CRÔNICAS DA SURDEZ" E SEMPRE ENCONTRO MATÉRIAS INTERESSANTES PARA COMPARTILHAR.
A PARTIR DESTA POSTAGEM RESOLVI ARQUIVAR NO BLOG SULP MATÉRIAS QUE FALEM DE PROFISSIONAIS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA, PESSOAS QUE PUDERAM ESTUDAR, TER UMA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EXERCÊ-LA. PROCURO EVITAR A PALAVRA SUPERAÇÃO PORQUE ADQUIRIU UMA AURA PIEGAS, DE HISTÓRIAS DRAMÁTICAS E DEFICIENTES HERÓICOS. NADA DISSO VAMOS TRATAR DE PESSOAS, GENTE COMO A GENTE QUE VÃO TOCANDO SUA VIDA, ENCONTRANDO SOLUÇÕES PARA SUAS DIFICULDADES.
VAMOS À PRIMEIRA HISTÓRIA...SE QUISER CONTAR A SUA MANDE PARA MEU E-MAIL, mas lembro que só tratamos de deficiência auditiva e de surdos ORALIZADOS,  usuários da língua portuguesa  sramiresdealmeida@yahoo.com.br

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"“Eu nunca imaginei que um dia eu estaria aqui, assumindo para o mundo a minha deficiência. Mas a vida é mesmo muito engraçada e, pesquisando na Internet, acabei encontrando o blog da Paula, que me deu forças para encarar a verdade.
Bem, sou Amanda Verena Carvalho Batista, 23 anos, sou de Teresina – Piauí, Psicóloga, estou concluindo uma especialização na área e, paralelamente, também faço faculdade de Direito. Tenho deficiência auditiva bilateral moderada a profunda, sou oralizada, ninja em leitura labial, nunca me interessei por Libras e, acreditem, faço uso de aparelhos auditivos há apenas um mês.
A Paula me pediu para contar como é ser Psicóloga e deficiente auditiva, então vou começar a falar um pouquinho como vim parar onde estou agora. Minha mãe me contou que, quanto eu tinha uns 3 ou 4 anos, tive uma infecção muito grave nos ouvidos e fiz uso prolongado de antibióticos. Por conta dessa doença, acabei perdendo um pouco a audição e minha família sabia disso, mas nunca me levaram para fazer algum tratamento ou algo do tipo. Nunca pensaram na possibilidade ou necessidade do uso de aparelhos e, assim, cresci sem ouvir muito bem. Eu apenas fazia a audiometria de vez em quando para acompanhar a evolução do quadro.
O engraçado é que, mesmo sem ouvir direito, sempre fui a melhor aluna da sala, as melhores notas sempre eram as minhas e nunca repeti ano. Por outro lado, sempre sofri MUITO preconceito por não escutar direito e não foram poucas as vezes que chorei no banheiro da escola por causa das grosserias dos colegas. Até mesmo os professores e coordenadores  não sabiam como agir quando as pessoas eram agressivas comigo, e olha que eu estudei a vida inteira lá e era uma das melhores escolas da cidade (caríssima, diga-se de passagem, e sem estrutura para lidar com deficientes auditivos!!!)...QUE LER MAIS? VÁ ATÉ O BLOG DA PAULA NO LINK ABAIXO.
http://cronicasdasurdez.com/uma-psicologa-com-deficiencia-auditiva/#comment-41906

Um Professor surdo mas antes de tudo um Professor

O Drauzio é participante da comissão que elaborou o Manifesto Sulp, um bom amigo, um cidadão e professor universitário. 
Às vezes é convidado para falar do SULP e de sua experiência pessoal e profissional. 

O texto que segue é parte da resposta a uma questão originada numa entrevista.
Mas creio que o texto é muito esclarecedor não somente do ponto de vista do Drauzio como do Sulp.


"Sou professor universitário. Ministro aulas na Universidade. Trabalho como qualquer outro professor. 
Entrei na Universidade por concurso público disputando com ouvintes. 
Não permito que minha deficiência auditiva atrapalhe meu trabalho, que executo normalmente como faz qualquer ouvinte. 
Não converso com os alunos sobre a deficiência porque não vejo motivo, afinal, estou lá como professor, não como surdo. 
Abordo a questão apenas quando me perguntam, o que não é comum. No entanto, eu os instruo a me chamar quando estou de frente para eles e a erguer a mão quando querem fazer perguntas. 
Enfim, busco não dar a surdez uma importância maior do que ela deve ter.

Na verdade, eu não estudo o assunto surdez até porque a minha formação é Economia e não Medicina. 

Meu trabalho, bem como o do grupo SULP (Surdos Usuários da Língua Portuguesa) é conscientizar os surdos sobre os seus direitos, sobre as tecnologias que podem ajudá-los e conscientizar a população ouvinte e as autoridades sobre as necessidades dos surdos. 
É um trabalho de popularização e conscientização das necessidades dos surdos usuários da língua portuguesa (oralizados).

Trabalho nesse assunto porque eu também sou surdo e por uma questão de cidadania. 

Tenho surdez severa em um ouvido e profunda em outro. Curiosamente, antes de eu perder a audição em um dos ouvidos, eu seria considerado surdo unilateral, já que ouvia perfeitamente com apenas um dos lados. Porém, perdi a audição ainda jovem e quando entrei no mercado de trabalho, já estava surdo e usando aparelhos auditivos. Então, não vivenciei a surdez unilateral no mercado de trabalho. 
Atuo na questão da surdez, conforme as possibilidades, para contribuir na luta pela melhoria da acessibilidade aos surdos na sociedade e também, tanto quanto possível, para ajudar a combater o preconceito que existe, tanto veladamente quanto explicitamente." 


Audiologistas que usam próteses auditivas

http://desafiodaalma.blogspot.com/2008/07/quando-experincia-faz-diferena.html
Veja uma reportagem muito interessante sobre profissionais que trabalham adaptando próteses auditivas e que também usam esse tipo de próteses.

Como no mundo da Net muita coisa interessante desaparece copiei a matéria e deixo o link acima com os créditos do autor do blog.

QUANDO A EXPERIÊNCIA FAZ A DIFERENÇA


Polliana faz parte de um raro grupo de audiologistas que é usuário de AASI


Existe, no Brasil, um seleto grupo de audiologistas que, por serem usuários de aparelhos auditivos, acabam tendo uma maior aproximação com os pacientes durante a prática terapêutica. A experiência pessoal com o AASI, de fato, revela tantas nuances do processo de adaptação auditiva que pode estar se tornando uma tendência entre os outros profissionais.
“Ser usuária de AASI”, diz a fonoaudióloga Polliana Capellini Saccon, “tem enorme influência na terapia e no entendimento com o paciente. Ele vê que eu estou bem, falo normalmente, sou ‘bem resolvida’, é possível acertar na adaptação, é possível o uso ser ‘confortável’...”. Pós-graduanda em audiologia clínica pelo Hospital AC Camargo e atualmente atendendo em clínicas de Laranjal e Tietê, no interior paulista, Polliana faz parte de um raro grupo de profissionais da área da reabilitação e mesmo da audiologia. Por ser uma das poucas fonoaudiólogas do país com perda auditiva bilateral e usuária da própria prótese que recomenda na prática clínica, ela tem mais facilidade para se pôr no lugar – e assim compreender melhor – os seus pacientes.



A audiologista Samira Camargo Baus:
"Usar aparelhos auditivos influencia de maneira positiva no processo de adaptação"


“Influência positiva”

Samira Camargo Baus, do Hermany Audiologic Instruments, de Florianópolis, também faz parte deste grupo. Usuária de aparelhos auditivos desde 2002, ela tem plena consciência de como o fato de ser adaptada otimizou sua prática terapêutica. “Isto influencia de maneira positiva no processo de adaptação com meus pacientes. O fato de eu ser uma jovem-adulta, usar aparelhos há anos e ter uma excelente adaptação e aceitação dos mesmos contribui para quebrar o estigma e preconceito de que próteses são para pessoas idosas e que é muito difícil de se adaptar aos aparelhos auditivos...” Ela dá um exemplo: “Um jovem tinha dificuldades em aceitar a perda auditiva e o uso dos aparelhos. Quando ele me conheceu, e soube que eu usava aparelhos auditivos, sentiu-se seguro para fazer perguntas (...). Hoje, além de ter tido sucesso na adaptação bilateral, este rapaz se apresenta como uma pessoa mais segura e confiante.” Ela garante que a sua experiência foi bastante válida não só para sua formação, como a de suas próprias colegas de classe. “ No período acadêmico, fui convidada a dar depoimentos para colegas de graduação. A relação da teoria com a prática foi muito proveitosa”. Apesar de ter consciência do seu diferencial, ela está sempre se aprimorando. E dá um recado a outros profissionais: “No caso do fonoaudiólogo atuar com aparelhos auditivos, minha recomendação é atualizar-se técnico-cientificamente. Isto é o que tenho procurado fazer, pois as mudanças tecnológicas nessa área são muito rápidas.”
De fato, um universo em constante mutação – e não só da tecnologia. Seja pelo imperativo de conhecer melhor o produto, seja pela necessidade prática de vivenciar a experiência de seus pacientes, alguns audiologistas, não satisfeitos em apenas ´escutar´ o acessório, estão tentando novas abordagens com o aparelho auditivo, a fim de ter uma experiência mais real e próxima da de uma pessoa adaptada.
A experiência de usar a prótese mudou a abordagem profissional de Larissa

Testar o acessório em si mesma

Larissa Coutinho Fonseca, da clínica Limiar, de Porto Velho, é um deles. Por ter um irmão mais novo usuário de aparelho auditivo, ela acabou se habituando desde cedo com o universo da fonoaudiologia, e foi assim que se apaixonou pela área e decidiu seguir a profissão. Apesar de toda sua prática – tanto pessoal como profissional – e mesmo não tendo perda auditiva, ela resolveu dar um passo além: testar o acessório em si mesma. “Não gosto de usar o termo ‘deficiência auditiva’ e também não concordo quando a Fonoaudiologia tenta “clinicalizar” a surdez, como algo ruim que precisa ser curado. Conheço pessoas que usam aparelho auditivo que são tão ou mais brilhantes que muitas pessoas aparentemente sem nenhum problema. Foi por isso que me interessei imediatamente pelo livro Manual Bem-Humorado dos Privilegiados Auditivos. Ouvir a história do ponto de vista de alguém que sente na pele diariamente o que nós podemos apenas imaginar ou estudar em livros... Foi por causa dessa obra que um dia resolvi usar o aparelho um dia inteiro, desligado, para ver como era”. A experiência a marcou para sempre: “Ao usá-lo em mim mesma, percebi que pode ser uma experiência bastante incômoda! As pessoas ficam olhando, temerosas em dirigir a palavra a alguém que usa aparelho (...). Foi uma experiência única, porque cheguei ao fim do dia louca pra tirar ‘aquilo’ da orelha!” Ela aprendeu a ser mais flexível com seus pequenos pacientes: “Antes eu sempre obrigava minhas crianças a usarem o aparelho o tempo todo e não tirá-los de jeito nenhum... Resultado: elas arrancavam os aparelhos no primeiro deslize da mãe! Hoje, já não exijo que elas o usem o dia todo”.

Compreender melhor seus pacientes

Se as pessoas atendidas por este seleto grupo de fonoaudiólogas acabam tendo uma percepção mais realista do aparelho auditivo e encarando, dessa forma, de maneira mais positiva o processo de adaptação, talvez se possa tirar algumas lições desta experiência. Os profissionais que a conhecem, com efeito, acabaram compreendendo melhor seus pacientes, não só por experimentarem a amplificação sonora, mas também o desconforto associado à prótese e – igualmente importante – a inevitável sensação de estranheza causada pelo preconceito. Em outras palavras, adentraram de fato no muitas vezes intangível universo da pessoa com déficit auditivo.
Para a fonoaudióloga Sandra Braga, da Audibel, isso está se tornando uma tendência entre os profissionais, até porque “algumas queixas dos pacientes são relativas à qualidade do som e para tanto temos que avaliar o som escutando o aparelho”. Camila Quintino, da Starkey, concorda: “Eu trabalho muito com treinamento (...) e sempre recomendo escutar os aparelhos. Enfatizo sempre que, somente quando escutamos os aparelhos, entendemos realmente o que está acontecendo ou mudando, conforme alteramos os controles. Acredito que essa é a melhor forma de relacionar a teoria com a prática, ou seja, entender realmente as mudanças e funcionamento do circuito do aparelho auditivo. Na minha opinião isso se tornou mais claro desde que comecei a atuar com aparelhos auditivos, eu aprendi e aprendo melhor desta forma. Muitas ‘fonos’ do meu convívio fazem isso também.”

“É fácil falar, difícil é agir !”

De fato, nada como a própria experiência. Mas, ao que tudo indica, levará algum tempo para que os profissionais não-adaptados a vejam com mais naturalidade. Embora alguns temam, não sem razão, o risco de trauma causado pela amplificação sonora numa audição normal, a experiência de usar o aparelho auditivo merece ser conhecida, e é possível que venha a surpreender muitos audiologistas, fazendo-os pensar duas vezes antes de mandar uma criança em processo de adaptação usar a prótese o dia inteiro... Afinal, a teoria é uma coisa e a prática, outra. Como disse Polliana: É fácil falar, difícil é agir !”
Realmente. Como qualquer nova abordagem, esta também tem encontrado certa resistência, e a experiência de usar a prótese auditiva permanece desconhecida para muitos fonoaudiólogos. Seja como for, não resta dúvida de que os poucos que tiveram um contato mais a fundo com o aparelhinho auditivo tiraram preciosas lições da experiência. Como lembra Polliana: “Certa vez, uma criança viu que eu estava com o AASI e, por ela estar com uma otite, perguntou o que era aquilo nos meus ouvidos. Ela parecia confusa, mas quando eu respondi que era para ouvir melhor, ela imediatamente abriu um sorriso e pediu um igual pro pai... aquele momento foi realmente gratificante – inesquecível”.
Artigo publicado na revista Audio-Infos #10.
MAIS UM PROFISSIONAL SURDO
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/10/1354994-empresario-surdo-vence-timidez-e-disputa-premio-nos-eua.shtml

domingo, 14 de abril de 2013

SEMINÁRIO SOBRE CULTURA E ACESSIBILIDADE 23 E 24 DE ABRIL


Seminário sobre Cultura e Acessibilidade


Assisti às palestras sobre LEGENDAGEM E ESTENOTIPIA. NOVIDADES? QUASE NENHUMA.

O serviço de ESTENOTIPIA continua sendo oferecido por poucas empresas privadas que atuam também no serviço público sob contrato. 
O serviço é caro, porque os equipamentos (teclados e programas) são importados e caros, porque o treinamento de um profissional leva por volta de 4 anos ou mais, porque temos poucos profissionais no mercado. 
Ouço esses argumentos há alguns anos e me pergunto se ter poucos e caros profissionais não seria também uma estratégia de mercado? A raridade aumenta o preço e mantém um mercado cativo. 

Mas não vejo esforço do poder público para melhorar essa situação. Não seria caso de fazer investimentos para a formação desses profissionais assim como vemos vários cursos de formação de intérpretes e profissionais ligados a língua de sinais?

Afinal tanto a estenotipia de eventos, cursos assim como a legendagem de TV e cinema têm como resultado final um texto escrito, acessível a surdos, idosos que perderam parte da audição, e a todos os interessados. 

O trabalho do profissional de estenotipia é muito especializado, deve conhecer a máquina, os programas, ter um grande conhecimento da língua portuguesa, um vocabulário extenso.

Muitas vezes o que é feito por programas de reconhecimento de voz que vemos nas legendas ocultas de TV,  com erros grosseiros e resultado até cômico, não pode ser atribuído ao profissional de estenotipia.  

De toda maneira é importante termos profissionais de ótima qualidade como pudemos ver no seminário: enquanto palestrantes (e público) falavam em São Paulo, o som era transmitido a um posto da empresa Steno em Brasília. Lá um estenotipista recebia o som por fone de ouvido e quase que imediatamente tínhamos no telão da sala a transcrição das falas, praticamente sem erros ou omissões. 

Tivemos também a exibição dos teclados, a explicação de todo o processo, de como é o aprendizado e treinamento de um profissional. 
Pena mesmo que não tenhamos essa tecnologia mais barata e disponível em universidades e outros eventos culturais. 



Seminário mostra como tornar espetáculos culturais acessíveis a pessoas com todo tipo de deficiência

Agradecemos à amiga Lara Gomes da Comunidade dos Surdos Oralizados do Facebook ter enviado essa importante informação
A Secretaria da Cultura e a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo realizam nos dias 23 e 24 de abril o I Seminário sobre Cultura e Acessibilidade, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Voltado a produtores e gestores culturais, o encontro irá demonstrar técnicas e debater formas de estimular a adoção de recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência.
No evento, o público aprenderá que um espetáculo cultural acessível ao público com deficiência não se limita a instalar rampas e reservar lugares especiais na plateia. Há uma série de técnicas e recursos tecnológicos capazes de garantir que pessoas cegas ou surdas tenham pleno acesso ao conteúdo de peças teatrais, balé, óperas, exposições e shows musicais.
O objetivo do seminário é apresentar o acesso à cultura como direito fundamental de todo cidadão, demonstrando como gerar espaços culturais públicos e privados bem equipados e devidamente preparados para recepcionar esse público.
O evento terá mesas-redondas abordando temas como Acessibilidade Comunicacional, suas características, recursos e tecnologias; Acessibilidade Física nos espaços culturais; cases de sucesso; e também o conceito de “arte inclusiva”.
Oficinas e linhas de fomento
No período da tarde, haverá oficinas mostrando como tornar acessível um produto cultural, através de recursos como legendagem, libras, audiodescrição, estenotipia, entre outros.
No dia 24, os secretários Marcelo Mattos Araújo (Cultura) e Linamara Rizzo Battistella (Pessoa com Deficiência) anunciam uma parceria entre as duas secretarias por meio de programas de fomento para estimular a adoção de recursos de acessibilidade em produtos culturais no Estado de São Paulo.
O seminário será realizado na Oficina Cultural Oswald de Andrade, das 9h às 18h30.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo e-mail generos.etnias@sp.gov.br ou pelo telefone (11) 2627-8024, informando nome do participante, e-mail para contato e indicando a oficina de que deseja participar.
PROGRAMAÇÃO
23 Abril
9h – 10h30
Mesa I – Apresentação Demográfica: Perfil das Pessoas com Deficiência no Estado de São Paulo
Cássio Rodrigo de Oliveira Silva – Secretaria de Estado da Cultura
Luiz Carlos Lopes – Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Camila Benvenuto – Instituto Mara Gabrilli
Rimar Segala – Mais Diferenças
Coffee break: 15 minutos

11h – 12h30
Mesa II – Acessibilidade Comunicacional
Amanda Tojal –  “Programa Educativo para Públicos Especiais” da Pinacoteca do Estado de São Paulo
Adriana Ferrari - Biblioteca São Paulo
Paulo Romeu – Blog da Audiodescrição
Almoço: 12h30 – 14h

Oficinas:
14h – 16h
Sala I:  Audiodescrição – Por Livia Motta
Sala II: Libras – Por Fernanda Wendy – Coordenadora do Instituto Educalibras
Sala III: Estenotipia – Wagner Medici
Coffee break: 15 minutos

16h30 – 18h30
Sala I:  Legendagem – Wagner Medici
Sala II:  Acessibilidade arquitetônica  Silvana Cambiaghi, Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) da Prefeitura de São Paulo
Sala III:  Recepção Por Museu do Futebol – Ialê Cardoso

24 de Abril 
09h – 10h15
Mesa I – Arte Inclusiva: existe?
Fernanda Bianchini – Ballet
Deto Montenegro – diretor dos grupos de teatro Menestréis e Up 
Glauco Matoso – poeta e escritor
Gonçalo Borges – pintor com os pés e a boca 
Ana Lúcia - Representante do Surdodum
Coffee break: 15 minutos

10h30 – 12h
Mesa II – O papel das novas tecnologias na democratização do acesso cultural e formação de público
Como os espaços se tornaram acessíveis? Estatísticas ou noções de volume de público. Cases de sucesso.  Recursos e tecnologias.
Sugestão de nomes:
Cássia Navas – Plataforma de Dança e acessibilidade;
Lara  Pozzobon – Festival Assim Vivemos ou representante do Cinesesc
Walter Siqueira – Centro Cultural São Paulo
SESC/SP

12h – 13h
Lançamento Programa Estadual de Acessibilidade em Espetáculos Culturais
Marcelo Araujo – secretário de Estado da Cultura
Linamara Rizzo Battistella – secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Com apresentação artística – Ballet Fernanda Bianchini

Almoço: 13h – 14h

Oficinas:
14h30 – 16h
Sala I: Audiodescrição Por Livia Motta
Sala II: Libras – Por Fernanda Wendy – Coordenadora do Instituto Educalibras
Sala III: Estenotipia – Por Wagner Medici

Coffee break: 15 minutos

16h30 – 18h30
Sala I: Legendagem – indicação Wagner Medici – Steno Brasil
Sala II: Acessibilidade arquitetônica Por Silvana Cambiaghi, Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) da Prefeitura de São Paulo