terça-feira, 31 de março de 2009

Guia Brasil Para Todos

No dia 30, será lançado oficialmente o Guia Brasil Para Todos – Um roteiro turístico e cultural para pessoas com deficiência. Trata-se do primeiro guia a incluir e avaliar a acessibilidade dos pontos turísticos, hotéis e restaurantes de dez capitais brasileiras. As avaliações e sugestões foram feitas por portadores de deficiência em cada uma das capitais, que visitaram todos os estabelecimentos acompanhados de um jornalista. O guia foi idealizado por Jaques Haber e Andrea Schwarz – que é portadora de deficiência física -, que durante dois percorreram pessoalmente 2 mil estabelecimentos da cidade, a fim de avaliá-los. Disso, resultou o Guia São Paulo Adaptada, lançado em 2001, porém agora, os dois resolveram estender a pesquisa a dez capitais brasileiras. Mais do que um material orientador para os portadores de deficiência, o guia traz para o debate público o tema acessibilidade para o lazer e o turismo. Segundo informações oficiais, 14,5% da população brasileira é deficiente, cerca de 30 milhões de brasileiros, aos números de hoje. Os autores do livro defendem a idéia de que, por meio da promoção do turismo acessível para todos os brasileiros, o País pode impulsionar este setor, gerando empregos e aquecendo a economia. Com o patrocínio do Bradesco, o guia será distribuído – e não vendido – na Reatech, a maior feira de reabilitação do País. O material também ficará disponível para download, no site:
www.brasilparatodos .com.br
Fonte: http://www.brasiltu ris.com.br/ diretodaredacao_ materia.neo? Materia=1178

sábado, 21 de março de 2009

Palavras da Patty, nossa fonoaudióloga

Ilustração:http://www.guia.heu.nom.br/images/Orgaos_dos_sentidos.jpg


Descrevo uma reflexão minha, gostaria de dividir com vocês...


A impossibilidade ou a dificuldade de ouvir, promove uma capacidade mais aprimorada de ver?

Estive pensando sobre a questão de como o fato de somar dois encargos a visão, poderia promover um aprimoramento desta habilidade, dias atrás, observei um surdo fazendo LOF (leitura orofacial) com o "rabo de olho" ou seja, olhando a TV e depois me relatando o assunto que nós ouvintes tinhamos tratado.
O ouvir deficitário seria um facilitador de ver o mundo com outros olhos, olhos mais detalhistas...resolvi pesquisar sabendo que fisiologicamente os estímulos sonoros, visuais e proprioceptivos após serem captados, são enviados ao tronco cerebral e então chegam as áreas corticais responsáveis a saber:
41 - 42 e 22 no lobo temporal -> decodificação da mensagem auditiva
17 - 18 e 19 no lobo occipital -> decodificação da mensagem visual
Como unidade fisiológica há uma integração de tais áreas a outros centros importantes responsáveis pela atenção, afetividade e concentração. A visão sendo muito mais "usada", sem dúvidas, provoca uma aferência (chegada) diferente, digamos que melhor elaborada, estando as vias mais ativas para transportar tais estímulos.
Como seria a soma desta capacidade tão delicadamente elaborada da capacidade visual, com os facilitadores auditivos que temos hoje no mercado AASI e/ou IC?
Penso que a soma disso pode gerar uma chegada ainda mais especial dos estímulos ao córtex. Tendo visto que o surdo ( portador de surdez de grau profundo ) que vi demonstrando tão encantadora capacidade visual não faz uso de nenhum tipo de dispositivo auditivo, fiquei imaginando como seria seu desempenho se fizesse uso!!!
Claro que sua atenção estava voltada para o assunto tratado e não para a TV, facilitando assim a captação da mesagem mesmo sem olhar com olhos "inteiros".
Acreditando que o uso desencadeia o aperfeiçoamento de qualquer função, o surdo estimulado auditivamente, somando-se a sensibilidade visual que apresenta, poderia sim ter encargos diferentes da chegada dos estímulos.
Sendo assim, vamos estimular sempre para que se tenha capacidades cada vez mais elaboradas, usando as facilidades latentes para ganhos na melhor adaptação ao dia a dia.
Patrícia

Eis uma reflexão interessante, outros profissionais que trabalham com deficientes auditivos provavelmente terão observado fatos semelhantes.
Que tal somar suas ideias ao texto da Patty?

sexta-feira, 20 de março de 2009

PROGRAMA ASSIM VIVEMOS

Esta semana está sendo exibido no site o primeiro programa:

http://tvbrasil.assimvivemos.com.br/


Segundo episódio do Programa Assim Vivemos na TV Brasil

domingo, dia 22, às 18h30 - com Audiodescrição, LIBRAS e Closed Caption.

Disponibilizado também no site durante uma semana:

http://tvbrasil.assimvivemos.com.br/

O filme A Largura e o Comprimento do Céu mostra a vida e o trabalho de Jean-Claude Grenier, que nasceu com ossos frágeis, domou a deficiência e se tornou ator, fascinando o público europeu ao atuar na versão para o teatro do polêmico filme Freaks.

Tudo foi documentado pela cineasta Dominique Margot, resultando no média-metragem que a TV Brasil exibe neste domingo, dia 22, dentro do Programa Assim Vivemos.
O filme também mostra Jean-Claude em outras montagens teatrais européias de beleza extraordinária.

Depois de três edições bienais do Festival Assim Vivemos, a produtora Lara Pozzobon e o cineasta Gustavo Acioli decidiram levar a idéia para a televisão.

O programa busca romper as barreiras do preconceito ao deslocar as discussões sobre pessoas com deficiência para os meios dedicados à arte e à cultura, estimulando o debate e a formação de novos pontos de vista. Apresentado pela jornalista Moira Braga, que é cega, e pelo ator Nelson Pimenta, surdo, o Assim Vivemos exibe sempre filmes que mostram diversas formas de inclusão e perfis de pessoas com deficiência que fazem a diferença, ora dirigidos por Gustavo Acioli, ora pela diretora convidada Anna Azevedo.
O perfil deste domingo é de Lilia Pinto Martins, psicóloga e presidente do CVI, Centro de Vida Independente, com sede na PUC-RJ.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Sobre dedução no IR da compra de aparelhos auditivos ...


Proj. de lei s/dedução no IR para aparelhos auditivos etc....


Atenciosamente,Câmara dos Deputados - Acompanhamento de Proposições ....Segundo solicitação, informamos que as proposições abaixo sofreram movimentação.PL 3479/2008 - Altera o art. 8º da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, para incluir as despesas com aparelhos de audição entre as deduções permitidas para efeito da apuração da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Físicas.- 18/03/2009 Designado Relator, Dep. Armando Monteiro (PTB-PE) Atenciosamente,Câmara dos Deputados


http://www2.camara.gov.br/proposicoes/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=397357

Você pode se cadastrar para seguir como anda este projeto, abra a página acima e no final há opção de cadastro.
O Sulp não é apenas uma comissão de 3 pessoas, somos todos...então seria legal que cada um pudesse trazer seu graõzinho de areia...seja mandando cópia do manifesto a políticos, a órgãos de educação, saúde, cidadania, a jornais etc...seja divulgando este blog e o grupo Sulp no orkut, e principalmente divulgando nosso manifesto e aderindo no link:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3657

sábado, 14 de março de 2009

Capinhas para aparelhos auditivos: porque não se fabricam no Brasil?



Protetores para aparelhos retroauriculares:


são importados, caríssimos e indispensáveis no clima brasileiro. A transpiração penetra no corpo do aparelho, oxidando pilhas e danificando seus componentes. Não estamos falando dos potinhos Photo: SôRamires
desumidificadores...estamos falando de capinhas de silicone, popularmente chamadas "camisinhas".
Algum fabricante nacional de produtos de silicone ou semelhante, como luvas cirúrgicas, bicos de mamadeiras, etc se habilita a fabricar?
Seria tomar as medidas dos aparelhos retroauriculales mais usados no Brasil, fazer moldes, produzir, divulgar e vender!

Quantas mães agradecidas poderiam proteger os aparelhos dos seus filhos, quantos adultos poderiam fazer suas caminhadas e exercícios sem estragar os aparelhos...sem ter que pagar tanto pelos protetores importados que além do mais não se encontram com tanta facilidade.

Na foto coloquei ao lado do produto importado dedeiras vendidas em farmácias, baratas e que se fossem adaptadas em suas medidas poderiam "quebrar o galho" por um custo muito menor. Não dizem que os brasileiros somos criativos?

Só para comparar preços:

http://www.justbekuz.com/Super_Seals_Hearing_Aid_Covers_Moisture_Protection.htm
INFELIZMENTE O LINK ACIMA NÃO LEVA A UMA PÁGINA ATIVA...IMAGINO QUE A EMPRESA NÃO EXISTE MAIS...UMA PENA.Na página acima uma caixa com 6 pares coloridos, sem a pinça para colocar, sai US$16,50...

Na página de uma empresa conhecida do Brasil:Protetor para aparelhos auditivos tamanho grande (par)
R$13,99
Protetores para aparelhos auditivos tamanho médio (par)
R$13,99


Enquanto nos EUA um par de protetores custa US$ 2,75 no Brasil o mesmo par de protetores custa R$ 13,99...por isso precisamos de redução de impostos para importação de ajudas técnicas ou melhor ainda, a fabricação no Brasil desse produto ou algo similar.

Sô (este verão me mata e acaba com meus aparelhos auditivos)

sexta-feira, 13 de março de 2009




É sempre bom lembrar, nosso abaixoassinado espera ansioso a sua participação, precisamos mostrar quem somos e o que queremos:


http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3657

Sou idoso, com limitações auditivas. Mas, minha maior e mais próxima preocupação deve-se ao meu neto mais velho (hoje com 10 anos) que tem surdez congênita e necessita uso permanente de aparelho auditivo.
José Antônio S.Alves

Eu e meu marido temos três filhos, um deles com deficiencia auditiva: Gabriel. Ele tem 10 anos, fala e compreende a lingua portuguesa, claro que com alguma dificuldade. Há mais ou menos 1 ano e meio, nos demos por conta como as legendas facilitavam a vida dele, a um ponto de que as tvs estão sempre programadas com close-caption aqui em casa. Começamos então meio que sozinhos a pensar sobre as possibilidades de como melhorar a vida dele e de tantos outros...
Ana Lucia Saleme

Mensagem de Cristyne em apoio ao nosso Manifesto:"tenho 14 anos, fico perdida nos canais da SKY de desenhos e de filmes infantis. mamãe gostaria de comprar os DVDs da turma do DIDI mas não tem legenda. assim fica difícil, nem sempre mamãe está assistindo comigo para traduzir a fala deles. um bjo e vamos a luta "

Renata Christina Vieira Gomes
Sou fonoaudióloga e trabalho com surdos, estimulando a linguagem através da educação auditiva. Sou linguísta e estou a disposição do movimento para o que precisarem.

Eu como surda usuária da lingua portuguesa apoio totalmente o manifesto e espero que sirva de algo!!! Diefani

Realmente os recursos para facilitar a comunicação e o reconhecimento do mundo a que pertence um deficiente auditivo, incluindo o acesso à cultura, ainda é muito restrito. Maria Cristina

terça-feira, 10 de março de 2009

TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA


www.galvaofilho. netteofilo@infoesp. netteogf@ufba.br

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÂO DOUTORADO EM EDUCAÇÃO

TEÓFILO ALVES GALVÃO FILHO

TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA: APROPRIAÇÃO, DEMANDAS E PERSPECTIVAS

Salvador - Bahia 2009
RESUMO

Num mundo em profundas e aceleradas transformações, a Tecnologia Assistiva emerge como uma área do conhecimento e de pesquisa que tem se revelado como um importante horizonte de novas possibilidades para a autonomia e inclusão social dos alunos com deficiência.

Na busca de entender e discutir como a ?instituição Escola? tem percebido e vivenciado essas possibilidades em suas práticas e processos, principalmente os relacionados com a Educação Inclusiva, esta pesquisa estudou, através de uma abordagem de Estudo de Caso, o processo de apropriação e uso da Tecnologia Assistiva por escolas públicas de Ensino Básico do município de Salvador, Bahia, tecnologia essa necessária para a inclusão de alunos com deficiência em suas salas de aula.
O estudo foi operacionalizado por meio de entrevistas realizadas em quatro escolas com os profissionais que vivenciam e gerenciam mais diretamente essas realidades, que são os seus gestores, professores, coordenadores pedagógicos e os responsáveis por Salas de Recursos. Nesse sentido, a pesquisa fundamentou- se no pensamento de Bronfenbrenner sobre o modelo ecológico de desenvolvimento, e também na perspectiva sócio-histórica proposta por Vygotsky, mais particularmente nos seus Fundamentos de Defectologia, além do suporte teórico sobre Educação Inclusiva encontrado em autores como Mantoan, Baptista, Miranda, Manzini, Rodrigues e outros, e sobre a relação das Tecnologias de Informação e Comunicação com a educação, encontrada em Lévy, Papert, Silva, Pretto, Bonilla e outros.
Como resultados da pesquisa, destacam-se, além da constatação dos avanços e conquistas verificados no processo de apropriação da Tecnologia Assistiva pelas escolas estudadas, também, e majoritariamente, as dificuldades e obstáculos encontrados nesse processo pelos profissionais entrevistados, juntamente com as demandas desses profissionais por ações mais efetivas das gestões centrais das redes educacionais públicas às quais pertencem, e por políticas públicas consistentes e sistemáticas que favoreçam uma maior agilidade e eficácia no processo de apropriação e uso da Tecnologia Assistiva necessária para a inclusão escolar de alunos com deficiência. Foi possível detectar e analisar, também, as contradições existentes entre o paradigma educacional tradicional hegemônico nas escolas e os princípios da Educação Inclusiva, contradições essas percebidas como desestruturadoras dos processos de apropriação e uso da Tecnologia Assistiva por essas escolas.
A partir dos dados obtidos, analisados e discutidos, são apresentadas possibilidades concretas de novos horizontes, perspectivas e políticas públicas que favoreçam e viabilizem o avanço nesses processos, tal como a implantação de Centros de Referência em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, e a construção de ambientes telemáticos de aprendizagem favorecedores de práticas educacionais escolares mais inclusivas e compatíveis com as necessidades da sociedade contemporânea.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Simpósio: Síndrome de Down

Para conhecimento, participação e divulgação.
“Simpósio: síndrome de down – cinquentenário da trissomia do 21”
21 e 22 de março de 2009

Temos prazer em convidar para o "SIMPÓSIO: SÍNDROME DE DOWN - CINQUENTENÁRIO DA TRISSOMIA DO 21".

O objetivo deste evento é aprofundar o debate e construir um amplo processo de discussão e divulgação do tema, além de informar os recentes avanços.

Local: Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (anexo ao Memorial da América Latina)Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Portão 10 (Antigo bloco Parlatino) - Barra Funda - São Paulo/SP - Brasil.Informações: simposio@sindromede down.com. br / (11) 3721-6200

CLIQUE AQUI E INSCREVA-SE

sábado, 7 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher

Nem tudo é festa e flores!

NUNCA É DEMAIS LEMBRAR QUE MUITO DOS BENEFÍCIOS QUE A HUMANIDADE CONSEGUIU OBTER AO LONGO DA HISTÓRIA CONTÉM EM SI ENERGIA, TRABALHO, SUOR E LÁGRIMAS DOS QUE VIERAM ANTES. ( sô)


História do Dia Internacional da Mulher


História do 8 de março
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na
Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de
trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Conquistas das Mulheres Brasileiras
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e
legislativo.

Texto extraído da página:
http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm

sexta-feira, 6 de março de 2009

Pessoas com deficiência e HIV Pesquisa

Repassamos informação do blog Andrei Bastos:

http://blog.andrei.bastos.nom.br/2009/03/06/pessoas-com-deficiencia-e-hivaids-interfaces-e-perspectivas-uma-pesquisa-exploratoria/

Palavras da Patty, nossa fonoaudióloga







Primeiras frases...
Sementinhas que Brotam...


"Escutar os sons ambientais e os sons da voz nos traz a linguagem, desencadeia-nos os pensamentos e nos mantém na companhia intelectual dos homens."Hellen Keller
Na nossa rotina no ambulatório de Fonoaudiologia, é comum que facilitemos a comunicação com nossos pequenos que chegam com AASI e/ou IC. É comum que falemos como "matracas" e eles fiquem nos olhando com olhinhos curiosos...que contemos sempre com a participação ativa dos pais na terapia.
Um belo dia eles chegam do mesmo jeitinho com aquelas carinhas e olhinhos brilhantes, nos olhando atentamente e não mais que de repente...lançam pequenas frases como "Hoje tem sol", "Hoje escola","Não pode","Aqui ó","Espera tá?"... entre outras coisas que nos deixam indescritivelmente recompensadas, pois a linguagem é desenvolvida se misturando aos sentimentos, as vontades e um belo dia sai, com toda a verdade e espontaneidade...
Hoje se sabe que tudo que é estimulado com base no prazer é melhor assimilado, então o que parece ser uma brincadeira é na verdade um exercício de estruturação da linguagem de alguém.
O "brincar" deve ser praticado, mesmo que seja um brincar com um compromisso latente, de instalar algum vocabulário,estimular a organização frasal, entre outros, deve ser um momento de troca, de real prazer.
Podem ter certeza que a prática será aproveitada pelas crianças e quando menos esperamos elas nos darão respostas lindas e verdadeiras, que ao meu ver, vem como forma das primeiras frases usadas em contexto, ricas em intenção comunicativa e principalmente que partem da criança, sem imposição do mediador (mãe ou terapeuta).
Então vamos brincar, levar emoção e estimular a prática do desenvolvimento da linguagem com prazer, sempre observando a atenção da criança, se ela de fato está inserida na brincadeira, estimulando sua participação e sempre encorajando toda e qualquer forma de tentar comunicar.
Resolvi escrever sobre o tema pois ao retornar do feriado de carnaval fui contemplada com muitas sementinhas que brotaram, fiquei feliz e resolvi compartilhar!!!
Gostaria de lembrar que em toda prática comunicativa devemos estar abertos a escutar, escutar de forma fiel, pra finalizar segue um pensamento belo e verdadeiro...
"Escutar a si mesmo, escutar o outro, escutar com acolhimento e autenticidade."
Don Giancarlo Pravettoni
Patrícia Escobar
Fonoaudióloga

quinta-feira, 5 de março de 2009

Depoimento: perder a audição na idade adulta.

Depoimento para Planeta Educação

http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=1428

http://www.bengalalegal.com/blog/?p=189

Cada caso é um caso, cada surdo é um surdo


Sônia M.Ramires de Almeida

Nas conversas cotidianas vamos soltando palavras sem muita preocupação com definições e precisão. Dizemos orientais para um montão de povos diferentes entre si, o mesmo para africanos ou índios, cometendo erros tremendos, atribuindo a uns características de outros.
Com os surdos acontece a mesma coisa. Quem não está diretamente envolvido com o problema imagina o universo dos surdos povoado por irrecuperáveis "surdos-mudos" ou por velhinhos que a familia prefere considerar distraídos. Até explicar para a pessoa comum que ouvir e falar são funções que dependem de órgãos diferentes, que a deficiência de um não significa a falência de outro, que a gente aprende a falar ouvindo e que aprender qualquer coisa leva tempo e trabalho...
Uma criança surda mal diagnosticada pode ser considerada autista ou portadora de problemas mentais, acarretando consequências sérias e dolorosas para si e sua familia, chegando a comprometer o desenvolvimento intelectual se não houver uma atenção correta. Por outro lado, ainda hoje algumas pessoas tentam negar a deficiência auditiva própria ou de familiares pelo simples fato de não ser uma problema visível e palpável. Lamentavelmente nos setores mais pobres e menos escolarizados a situação se torna mais grave.

Voltando à ideia inicial, os surdos não são todos iguais, não são todos condenados ao silêncio eterno, podem falar, oralmente ou através de sinais, falam e pensam.
Eu pessoalmente tenho um ponto de vista situado no meio do caminho, não nasci surda e comecei a ter dificuldades por volta dos vinte anos, estou entre os surdos definidos como pós-linguais.
Primeiro, quando não entendia o que diziam pensava que era muito distraída. Quando perdia a hora do trabalho por não ouvir o despertador a desculpa era o sono pesado, cansaço etc. Por sorte, tive uma colega de trabalho, a Nílcea, pessoa sensível e amiga, estudante de fonoaudiologia. Ela resolveu fazer uma audiometria e definiu meu problema. Era perda auditiva. Com esse resultado procurei um médico da empresa que me disse que o problema não tinha solução nem remédio.

Por sorte procurei outro profissional que me recomendou tratamento e o uso de aparelhos auditivos. A adaptação aos aparelhos foi rápida e pude seguir estudando e trabalhando. Explicando o problema aos demais conseguia a ajuda de colegas que se tornavam intépretes espontâneos e adquiri o hábito de solicitar ajuda quando necessário evitando constrangimento.

Pude assim estudar música, expressão corporal e idiomas estrangeiros além de concluir Ciências Sociais na USP. Além do meio social mais amplo, muitas vezes a familia se torna um núcleo de negação da surdez ou deficiência. Muitos fonoaudiólogos e médicos descrevem a dificuldade de explicar que o tratamento ou adaptação de aparelhos não tem como finalidade a cura total desejada pelo paciente e pelos pais, mas oferecer instrumentos para melhorar a qualidade de vida e inserção social da pessoa.

A medicina, como a ciência em geral, é dinâmica e o que hoje é conhecimento estabelecido pode ser mudado a partir de novas pesquisas interdisciplinares. Não podemos exigir da sociedade em geral que conheça, respeite e não discrimine. Isso depende da escolaridade, informação, cultura, noções de cidadania e até da sensibilidade de cada um.

Por outro lado, podemos e devemos exigir o conhecimento, respeito e atenção especial dos órgãos públicos, que devem estar aptos a atender a qualquer cidadão, independente de suas características individuais. Na escola, professores e orientadores devem ter conhecimento suficiente para orientar os pais e auxiliar na busca de ajuda profissional se necessária.

Num aspecto mais geral tenho sentido a falta de oferta de produtos e acessórios que facilitem a vida diária: despertadores por vibração, capinhas de silicone para proteger os aparelhos retroauriculares da umidade e transpiração etc. Também faltam salas de aula, de cinema e teatro adaptadas com amplificadores que possam ser captados pelos aparelhos auditivos. Esse tipo de salas existem em Buenos Aires por exemplo, adaptação promovida pela Mutualidad Argentina de Hipoacusicos * que presta uma série de serviços aos deficientes auditivos daquele país.

Outra facilidade seria a incentivar a produção de TV e cinema legendados promovendo a inclusão de um público interessado em arte, cultura e educação.Procurei descrever a situação de uma pessoa que perdeu a audição já adulta, alfabetizada e integrada à sociedade. Outras vidas e experiências serão necessariamente diferentes, enfatizando outros lados da questão. Proponho que tenhamos uma visão dinâmica e multifacetada como merecem as questões sociais e humanas.

*
http://www.mah.org.ar/







quarta-feira, 4 de março de 2009

USO DA ESTENOTIPIA EM CLASSE PARA ALUNOS DEFICIENTES AUDITIVOS

Para saber um pouco sobre o uso da estenotipia em sala de aula...

Entrevista com uma aluna que usou o sistema em aulas nos EUA
http://www.acessibilidadetotal.com.br/aulas-acessiveis-2-transcricao-de-aulas/
convidamos você a visitar esta e outras notas muito interessantes de uma estudante criativa, inteligente e surda que no momento estuda Psicologia nos Estados Unidos da América.

http://igualmentediferentes.zip.net/

Captioning: A 8ª maravilha do mundo
Gente sinceramente depois dos instant messengers como MSN, Yahoo ou AIM, o captioning system para surdos ou deficientes auditivos em sala de aula ou conferencias é simplesmente a melhor invenção. Há anos eu não consigo absorver tanta coisa em uma aula só. É simplesmente FANTÁSTICO. Tem uma CART reporter que fica na sala comigo e ela vai digitando tudo numa maquininha igual essa que se chama estenograma: http://igualmentediferentes.zip.net/images/stenografo.jpg
Aqui do lado do estenograma vocês podem ver umas entradas para alguns cabos. Ela conecta esses cabos no estenograma e no computador. Ela tem um software especial no computador que é pra ser usado com a " maquininha" , então ela vai digitando ( super rapido diga-se de passagem, o que me faz crer que o treinamento pra isso é mais dificil do que pensei) e as palavras vão aparecendo instantaneamente na tela do computador. Tipo tudo o que a professora e os outros alunos falam ela manda brasa e escreve também. Alguém fala algo e ao mesmo tempo ela está digitando tudo tipo, é coisa de um segundo de tempo entre a fala e a escrita. Eu vou pedir permissão a ela pra tirar foto na proxima aula assim eu posso mostrar pra vocês exatamente como que fica a montagem e tudo mais do sistema. E sabe o que é melhor de tudo? O que ela escreve fica guardadinho e ela manda pro meu e-mail depois. Ou seja eu posso ler e reler a explicação da professora tim tim por tim tim quantas vezes eu quiser, ao contrário dos outros alunos que tem que escutar, entender, anotar e se virarem com as anotações. Gente eu juro que fiquei tão empolgada que eu nem sei bem o que dizer pra vocês, é simplesmente maravilhoso, e se eu não tiver conseguido explicar direito ou tiverem duvidas me perguntem. E uma coisa bem legal é que a captionista é MUITO gente boa sabe? Por exemplo, teve uma hora que a professora estava perguntando pra sala "Alguém sabe quem tinha grande poder na china?" ai todo mundo quieto e a Francesca ( é o nome da captionista) escreveu pra mim " As mulheres?" muito bom poder ficar com alguém do seu lado que não é carrancuda e nem via ficar com uma cara de "embucetada" . E o bom é que mesmo quando ela para pra escrever algo que ela quer dizer ela não perde o que a professora ou os colegas de classe dizem, então em menos de um segundo ela já está digitando novamente o que eles estão dizendo. Eu juro que fiquei tão maravilhada com o sistema que juro que se eu não fosse surda eu faria treinamento para ser captionista.
Enfim meus queridos perguntem o que quiser que eu respondo porque tenho certeza que deixei passar algo que vocês estavam curiosos pra saber hahahahaa.
Beijos a todos

Eu me pergunto...
Quando teremos essas facilidades em nosso país?
Espero que brevemente essas ajudas técnicas não sejam mais motivo de "inveja"...
MAS...uma rápida pesquisa no Google nos mostra que existe no Brasil a tecnologia, equipamentos e pessoal treinado...
Ocorre que quando se fala em integração do aluno surdo só se ouve falar de intérprete de libras, nada de sonorização assistida ou serviços de estenotipia...
Trata-se de ignorância? Não acredito porque esse tipo de serviço é usado em empresas, tribunais, etc.
Precisamos sim nos informar para poder exigir métodos e técnicas que realmente contribuam para a inclusão. Eu só entrei na luta pelas ajudas técnicas depois de conhecer algumas, fora do Brasil.
Vamos aproveitar essa maravilhosa experiência de nossa amiga Diéfani para divulgar essa tecnologia e mostrar que pode ela ser útil para um grande número de surdos que conhecem a língua portuguesa.
O que andei achando na net...
ACOMPANHAMENTO DE REUNIÕES POR MEIO DE ESTENOTIPIA
A Estenotipia utiliza o computador como ferramenta de auxílio na tradução das notas estenotipadas. A máquina de estenotipia, acoplada ao computador por meio de software específico, permite a tradução simultânea do registro da língua falada para a escrita, de maneira cada vez mais rápida e eficaz.O estenotipista é o profissional que capta um depoimento, discurso, debate ou mesmo uma simples conversa e transcreve tudo na mesma velocidade em que o texto é falado, simultaneamente. Isso é um fato realizável por meio da conexão entre a máquina de estenotipia e o software no computador.
O link abaixo não deve ser considerado como publicidade de uma empresa específica mas sim exemplo de que a tecnologia já é oferecida no Brasil.
A STN oferece os serviços de estenotipia, que consiste em registrar depoimentos, audiências, debates, palestras ou mesmo uma simples conversa por escrito/digitalizado com a mesma velocidade em que é falado, e, simultaneamente. Para isso, utiliza o estenótipo, um teclado especial conectado a um computador que registra tudo em tempo real. A velocidade de registro de dados por um estenotipista pode chegar a 200 palavras por minutos, sendo esta habilidade a ferramenta primordial para estar na base de várias aplicações em diversos ambientes de trabalho.
outros links:
Notícias sobre estenotipia aplicada para estudantes surdos:
12-09-2008
Ahora, los estudiantes con discapacidades auditivas pueden recibir clase de un modo más sencillo. La Universidad de Padua les ofrece un servicio de estenotipia directamente en salas de conferencias, lo que les permite leer en un monitor la trascripción en tiempo real de la clase del profesor. El servicio de estenotipia fue premiado por Don Lucio Stanca, Ministro de Innovación y Tecnología, durante el Forum P.A. 2003, y actualmente se puede disponer de él en el servicio de discapacidad.


Publicidade de empresa argentina:
La estenotipia es el método más idóneo para registrar un dictado, debates, testimonios y cualquier otra forma de registro por escrito de la palabra expresada oralmente, ya que permite transcribir el lenguaje hablado a un documento escrito al mismo tiempo que el orador está hablando.
Desde la década del 70, la estenotipia empieza a desplazar a la taquigrafía manual. Esto se da principalmente por las grandes diferencias que existen entre ellas:
• Con la taquigrafía es necesario traducir las notas taquigráficas, provocando, por lo tanto, la imposibilidad de una entrega simultánea. El estenotipista no tiene la necesidad de traducir los estenogramas, ya que esto se hace automáticamente en la computadora, utilizando un software determinado.
• Generalmente un orador habla a un promedio de 130-150 palabras por minuto. Un taquígrafo no puede escribir más de 15 minutos seguidos a un promedio de 130 palabras por minuto; en cambio, el estenotipista lo puede hacer por más de 4 horas. • Son pocos los taquígrafos que superan la escritura de 160 palabras por minuto, lo que dificulta que se pueda registrar el discurso en su totalidad; los estenotipistas, en su mayoría, superan el registro de 180 palabras por minuto.
Es por estas diferencias que la estenotipia es considerada la evolución de la taquigrafía tradicional, lo que hace que aumente cada vez más la demanda de estenotipistas.
A modo informativo, un estenotipista puede prestar sus servicios en los siguientes ámbitos:
• Arbitrajes• Asambleas• Audiencias• Conferencias• Congresos• Debates• Declaraciones• Empresas que realizan Closed Caption• Estudios jurídicos y de mediación• Poder Judicial• Poder Legislativo• Seminarios• Subtitulación en directo para la web•
Outra página:
LEGENDA ATRAVÉS DA ESTENOTIPIA COMPUTADORIZADA
A possibilidade de comunicação é a base para que qualquer deficiente
auditivo possa desenvolver adequadamente a linguagem verbal e participar
dos eventos da vida, melhorando o próprio conhecimento e realizando suas
próprias aspirações igualmente a qualquer outro cidadão (com igualdade à).
Quantos são os problemas que um deficiente auditivo deve enfrentar para ter
acesso a serviços comuns como escola, cultura, espetáculos, televisão entre
outros. A estenotipia pode proporcionar uma série de benefícios para estas
pessoas, basta que um estenotipista (com alta velocidade e excelentes
conhecimentos da língua) com aparelhos sofisticados e não custosos, possa
transcrever os ditados, programas, aulas e palestras.
Um salto de qualidade
A estenotipia computadorizada é a única técnica que consiste na obtenção
da transcrição imediata das palavras ditas pela orador. O texto pode ser
convertido em formato Braile para ser lido por um deficiente visual ou
então ser transmitido a distância, arquivado etc.; um expert em
estenotipia pode transcrever um discurso expresso na linguagem dos sinais.
Um americano disse: " A maior invenção depois da estampa (Gutemberg) foi
a tecnologia voz-estampa". Hoje é um fato realizável através da conexão
entre a máquina de estenotipia e o computador. Se a história se repete
esta nova tecnologia poderá ser digital, enquanto que a gravação
audio-visual é somente analógica.
Legenda e linguagem dos sinais
Baseado nas considerações anteriores a legenda, em alguns casos, se
propõe alternativamente à linguagem dos sinais seja por motivos
qualitativos seja por razões quantitativas.
A primeira vez que a legenda foi utilizada pela Corte Suprema dos
Estados Unidos foi por uma causa na qual uma estudante com deficiência
auditiva citava o estado de Nova Iorque por não tê-la colocado à
disposição uma intérprete gestual em sua escola; o advogado da
recorrente também era deficiente auditivo.
Apesar da linguagem dos sinais representar um importante instrumento
para o acesso dos surdos nas manifestações coletivas culturais,
apresenta uma série de limites. Por exemplo, ao deficiente auditivo
vem representado o significado global das palavras filtrado através
da interpretação sintética do tradutor; com a consequência de possíveis
distorções , prejudicando o feed back entre o deficiente auditivo
e o locutor.
A estenotipia permite ao deficiente auditivo receber mensagens detalhadas,
criando a possibilidade de entrar, o máximo possível, em sintonia com o
mundo que o cerca; instrumentos de aprendizagem e aprofundamento dos
seus conhecimentos de maneira genérica.
A aplicação da estenotipia nas escolas traria um maior entrosamento
docente/dicente, propiciando ao aluno a possibilidade de participar
ativamente das aulas, recebendo informações detalhadas das matérias
no lugar da mensagem gestual.
Deficiente visual
A estenotipia computadorizada é a única técnica que permite a obtenção
da transcrição imediata de dados expressos oralmente. O texto pode ser
convertido em formato braile para ser lido por um deficiente visual.
Quem se beneficia com a legenda
Não somente os deficientes auditivos e visuais são beneficiados com
esta tecnologia. Uma sociedade francesa a usa em convenções para
legendar em língua madre tudo que é expresso oralmente.
A legenda permite de efetuar teleconferências à distância e lições
reforçando o processo de aprendizagem, aumentando a compreensão nas
leituras e facilitando a memorização das informações.
O sistema stenotype de legenda
"O Sistema de legenda presente neste Congresso foi realizado com
a tecnologia da Stenotype Italia s.r.l de Firenze.
O sistema é realizado com uma máquina de estenotipia eletrônica
juntamente à aplicação de um software multilínguas (português,
italiano e espanhol) que permite ao estenotipista transmitir em
tempo real no monitor a legenda das palavras pronunciadas pelo orador".
Fausto Ramondelli
Em vez de ficar babando, vamos à luta!
Conhecer o equipamento, suas aplicações, quem fabrica, quem vende, quanto custa, se haveria empresas dispostas a patrocinar a instalação de equipamentos, quem treina profissionais...só pode haver uma demanda se os equipamentos forem amplamente conhecidos. Divulgar é o primeiro passo. Pedimos que todos se empenhem nessa busca e divulguem!!!

Somos Todos Igualmente Diferentes
21/03/2009
Como eu havia prometido eu fiz coma pequena entrevista com a minha captionista e vou postar hoje pra vocês.


O nome da entrevistada é Francesca DiBella, ela irá completar 42 anos em agosto. Fran ( como prefere ser chamada) trabalha com estenografia há 20 anos, mas esse é o seu sexto trabalhando como CART reporter ( é como eles chamam o Captionista para surdos e pessoas com problemas de aprendizagem. )

Igualmente Diferentes: Para se tornar relator ( esse é o termo correto pra captionista “vice”?) , você precisa de alguma formação acadêmica especifica? Faculdade, curso técnico? Quanto tempo demorou o seu treinamento até que você pudesse trabalhar?

Fran: Para se tornar um relator CART repórter ( prefiro esse termo porque relator é muito feinho CART repórter é mais chique ), você tem que treinar como relator de tribunais. Se você irá recebe rum diploma ou certificado isso depende de em qual escola você vai. Aqui no nordeste dos EUA, escolas técnicas oferecem um certificado quando se consegue atingir a meta de 225 palavras por minuto. Há também faculdade na Floria e Colorado que oferecem diplomas. Eu terminei a escola em um ano e meio. Eu sei de pessoas que precisaram de cinco anos e pessoas que precisaram somente de 9 meses. Esses curso tem uma grande taxa de abandono, se não estiver errada a taxa de abandono é de 85%. ( uxi é alta hein?)

Igualmente Diferentes: Quais são suas condições de trabalho? Quantas horas você trabalha por dia/ semana? Você está feliz com o seu salário? ( Não perguntei quanto ela ganha não viu gente?Isso seria anti ético)

Fran: Eu trabalho em todos os tipos de locais com horários variados. Eu trabalho em faculdade, reunião de negócios, consultórios médicos, escritórios de advocacia, tribunais e igrejas. Eu relato reuniões de negócios para grandes companhias por causa de um ou does empregados que são surdos ou deficientes auditivos. Eu relato colações de grau/ formaturas porque o avô/ avó ficaram surdos por causa da idade e querem ver seus netos receberem o diploma. Eu também relato a distancia para estudantes universitários em diferentes estados enquanto eu estou no escritório de casa. Eu trabalho com seminários para o estado de Nova Jérsei. Eu trabalho para grupos que defendem as causas da comunidade surda e deficientes auditivos. E eu também relato casamentos quando um amigo ou parente não pode mais ouvir.
Eu tenho muito orgulho do meu salário. Eu tenho um salário que é impressionante. O lado ruim é que eu tenho que pagar pelas minhas despesas como gasolina, pedágio, contas do carro, plano de saúde, equipamento, manutenção, telefone, internet que são coisas que eu preciso para trabalhar.

Igualmente Diferentes: Quais as dificuldades que você encontra no seu trabalho?
Fran: Meu trabalho tem dificuldades assim como todos os outros, entretanto eu os considero como desafios e não dificuldades. As vezes chega a ser penoso ter que aceitar um trabalho que está um pouco além do que eu posso fazer; por exemplo, eu tive que relatar um Bar Mitzvah (é o nome da cerimônia que insere meninos judeus como um membro maduro da comunidade judaica, isso ocorre aos 12 anos e um dia, para meninas o nome é Bat Mitzvah e ocorre aos 13 anos e um dia- Igualmente Diferentes também é “curtura”) para uma família de surdos. Aquilo foi um desafio e sinceramente eu acho que eu desapontei a família. Escrever palavras em Iídiche ( que significa Judeu que é um pouco mais atualizado e novo que o Hebraico e tem origem alemã) além da minha capacitação. Outro trabalho foi um casamento Indiano. O noivo era surdo. Esses trabalhos são difíceis porque você tem que se preparar muito antes do tempo e não importa o quanto você se prepare, você nunca sabe tudo que vai acontecer ou está pronto para o que estará fazendo.

Igualmente Diferentes: O equipamento que você trabalha é seu ou da companhia que você trabalha?

Fran: Eu pago pelo meu próprio equipamento. Uma maquina de esteno nova custa em torno de $5000,00 ( WOW isso sai quase R$ 12000,00). O software é exclusivo- você não pode simplesmente entrar na RadioShack( loja de eletrônicos) e pedir por ele- e custa uns $ 5000,00. Depois você também vai precisar de um laptop , os preços variam de acordo com marca e modelo. E então você também pode comprar um projetor e tela mas, esse é opcional, usado para grupos grandes.

Igualmente Diferentes: Porque você escolheu essa profissão?

Fran: Essa pergunta é meio complicada. Eu tenho que explicar essa historia do começo. Quando eu estava no ensino médio, eu queria ir para a faculdade. Minha família são Sicilianos e muito rígidos, e eles não acreditavam que mulheres deveriam ir para a faculdade. Meus pais acharam que era perda de tempo para uma mulher ter diploma universitário porque uma mulher deveria começar uma família e ficar em casa. Era uma mentalidade bem anos 50. Bom, teve então Dia das Profissões na minha escola e um relator de tribunais foi e demonstrou como era o trabalho. Eu fui pra casa e perguntei pro meu pai se era uma boa idéia para mim fazer aquilo, e ele AMOU a idéia. Já que ele tinha me autorizado, eu apliquei para a escola e ganhei uma bolsa de estudos, e desde então eu jamais olhei pra trás. Eu me formei na escola de relator de tribunais bem rápido. Logo depois eu comecei a trabalhar na cidade de Nova Iorque. Meu primeiro chefe foi meu mentor e eu amei aprender sob a sua tutela. Quando eu me casei e tive minhas três filhas, essa carreira me deu a flexibilidade de estar em casa pra elas e me dar um pagamento respeitável. Eu amo essa profissão. Tenho orgulho de dizer que foi meu pai quem me deu o bom conselho de escolhe-lha.




Bom gente espero que tenham gostado.
Beijos a todos


Escrito por Diefani Piovezan às 15h31[(1) Apenas 1 comentário] [envie esta mensagem] []