- AMIGOS LEITORES DESTE BLOG
- DE NOVO ME DEPARO COM A EXCLUSÃO DOS SURDOS USUÁRIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA QUANDO SE FALA DE SURDEZ.
- É MUITO TRISTE VER QUE PESQUISAS FEITAS NO ÂMBITO DE UNIVERSIDADES FEDERAIS (OU SEJA MANTIDAS POR TODOS OS CIDADÃOS) EM VEZ DE ESCLARECER SOBRE A DIVERSIDADE DENTRO DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA, CONTRIBUINDO ASSIM PARA A CIDADANIA E INTEGRAÇÃO DE TODOS OS SURDOS, SE DEDIQUE EXCLUSIVAMENTE A UM GRUPO ESPECÍFICO: OS SURDOS QUE USAM A LÍNGUA DE SINAIS.
- NADA TEMOS CONTRA A LÍNGUA DE SINAIS E SEUS USUÁRIOS, RESPEITAMOS SEU SEU MODO DE COMUNICAÇÃO E SUAS NECESSIDADES ESPECÍFICAS.
- MAS O QUE A SOCIEDADE E OS LEGISLADORES PRECISAM SABER É QUE NEM TODO SURDO USA LÍNGUA DE SINAIS. QUE OS SURDOS QUE SE COMUNICAM USANDO A LÍNGUA PORTUGUESA PRECISAM OUTROS RECURSO QUE NÃO INTÉRPRETES DE LIBRAS. PRECISAMOS LEGENDAS EM PORTUGUÊS, POR EXEMPLO...
- ESTE BLOG QUE NASCEU JUSTAMENTE PARA AFIRMAR E DIVULGAR AS NECESSIDADES DOS SURDOS USUÁRIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA NÃO PODE DEIXAR DE SE MANIFESTAR. VEJAM ABAIXO A MENSAGEM QUE ENVIEI AO SENHOR IVAN FIGUEIREDO
- ivanfigueiredo1@yahoo.com.br
- ivanfigueiredo@ufmg.br
- CC:
Domingo, 22 de Abril de 2012 12:06
Sr Ivan Figueiredo:
Sou surda, grau de surdez severa e sem aparelhos auditivos muito potentes não ouço nada.
Tentei responder a sua pesquisa pensando que se referia a toda e qualquer pessoa surda mas vejo que restringiu seu universo de pesquisa aos surdos que usam língua de sinais.
Eu como surda que não uso língua de sinais me senti discriminada e não pude responder e colaborar com seus estudos. Então por questão de coerência conceitual você deve deixar isso bem claro.
Faço parte do enorme contingente de pessoas surdas que não usam língua de sinais e que são usuárias da língua portuguesa. Somos os nascidos surdos que foram oralizados, os surdos pós linguais, as pessoas com surdez adquirida, etc. Usamos leitura oro facial (labial), aparelhos auditivos, implantes cocleares, etc.
Para que nos conheça melhor indico o texto da Audiência Pública que tivemos na Câmara dos Deputados onde tratamos dos problemas e necessidades dos surdos usuários da língua portuguesa.
Agradeço sua atenção e peço que amplie o universo de sua pesquisa para nos abranger ou caso isso não seja possível deixe claro que está estudando um grupo específico dentro do universo da surdez.
RESPOSTA DO PESQUISADOR:
RESPOSTA DO PESQUISADOR:
Boa tarde.
Agradeço o contato e, desde já, esclareço que a pesquisa não pretende discriminar ninguém. Pelo contrário, procura justamente saber o que os surdos e não-surdos pensam sobre a surdez. Por isso, a sua participação é essencial para mostrar que existem posições contrárias.
Convido para que acesse o questionário novamente e responda com as suas opiniões.
Durante as respostas do questionário, você vai perceber que as questões pedem para que analise as reportagens do Jornal Visual da TV Brasil. Como o telejornal é direcionado para surdos que se comunicam em Libras, essa característica do programa pode ter gerado a sensação de que falamos apenas de um grupo de surdos, mas não é isso que ocorre. É importante que participe para mostrar que muitos surdos não se vêem representados no telejornal e não concordam com o modo como a surdez é tratada nas notícias.
Quanto à pesquisa de número 2, ela não restringe a participação de surdos que não utilizam a Libras. A questão permite que você marque apenas um campo de resposta, no seu caso, o português e deixe em branco os demais.
Qualquer dúvida ou mais esclarecimentos, entre em contato.
Estou à disposição.
Obrigado.
Ivan Figueiredo.A pesquisa "Imaginários sociodiscursivos da surdez" analisa, de forma comparativa, os dizeres do Jornal Visual (emissora pública TV Brasil) e aqueles produzidos por parte do público-alvo do programa. A intenção é conhecer a divergência de opiniões sobre a surdez e que, por vezes, não aparecem na mídia.
O telejornal se apresenta como inclusivo para surdos e não-surdos brasileiros, mas será que ele representa todas as pessoas e suas necessidades de comunicação? Diante disso, a tese quer discutir:
· Como a surdez é definida pelo Jornal Visual e pelo público-alvo do programa?
· As noções da surdez veiculadas pelo telejornal correspondem àquelas que circulam socialmente entre o seu público-alvo?
· Os surdos e não-surdos brasileiros concordam ou discordam da abordagem feita pelo Jornal Visual nas notícias e reportagens sobre o tema?
· Após assistirem informações sobre surdos no Jornal Visual, o público-alvo reconstrói as noções da surdez? Em caso positivo, de que modo ocorrem essas modificações de posicionamentos e opiniões? O telejornal influencia o público-alvo?
A primeira etapa foi a seleção de notícias e reportagens sobre a surdez veiculadas no telejornal durante seis meses. A segunda fase é a coleta de opiniões dos telespectadores sobre essas informações do Jornal Visual.
Os interessados em mostrar as visões que possuem sobre a surdez podem responder o questionário on-line pelo link:
Não se pretende defender qual é a melhor forma de comunicação para os surdos, nem métodos educacionais mais apropriados para cada pessoa. Observo que o Jornal Visual é, originalmente, veiculado em Libras e português oral, sem a legenda em português escrito.
Para saber mais sobre a pesquisa, acesse: http://pesquisasurdez.wordpress.com
Mais esclarecimentos pelo e-mail: ivanfigueiredo@ufmg.br
ivanfigueiredo@ufmg.br
Um comentário:
Muito importante trazer ao conhecimento as pessoas que são surdas e não mudas, cada pessoa com deficiência auditiva tem sua especificidade. É fundamental o reconhecimento destes.
Parabéns pelas colocações.
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