Algumas pessoas supõe erroneamente que basta colocar um par
de aparelhos auditivos e os problemas da pessoa com surdez acabaram. É claro
que não é assim. Com a perda auditiva a capacidade de discriminar os sons foi
perdida e o aparelho será o auxiliar nessa aprendizagem de reaprender a
discriminar e depois, selecionar o som que deseja ouvir e ignorar o que não
deseja. Mas o desafio não para por aí. E
no trabalho, como fica esta questão? Você já ouviu falar em readaptação? Pois
bem, no serviço público temos a possibilidade de nos readaptarmos a essa nova
condição de ouvinte. E posso dizer, por experiência própria, que nem sempre é
uma boa idéia tentar voltar às suas funções. Nesse meu período de adaptação no
trabalho, tenho preferido ambientes mais calmos, sem muito ruído, o que é quase
impossível, já que trabalho numa escola. O som das crianças gritando, brigando,
conversando e brincando tornou-se um grande pesadelo para mim. Felizmente
encontrei tarefas junto à coordenação da escola e a ansiedade sobre “o que será
de mim” diminuiu bastante. Tenho colegas professoras afastadas de sala de aula
com problema de voz vivendo uma “via crucis” na tentativa de executarem outras
tarefas e ocupando outros espaços que muitas vezes a escola não está preparada
para fornecer. Portanto, tenho sempre em mente que reinventar-se, ressignificar
as incumbências diárias e aceitar os desafios, são ingredientes fundamentais
para prosseguirmos confiantes e esperançosos. Um abraço!
Cristina Ferber
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