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ORL em prol da informação na TV Globo
29/10/2009
Um grupo formado por quatro otorrinolaringologistas - Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, Presidente da ABORL-CCF, Prof. Dr. Silvio Caldas (Presidente-Eleito da SBO) e da UFPE, Prof. Dr. Shiro Tomita da UFRJ e Prof. Dr. Rogério Hamershimidt da UFPR - participou de um almoço com dois diretores do Marketing Social da Rede Globo de Televisão, Luiz Erlanger e Albert Alcouloumbre, para conversarem sobre surdez, tema levado na atual novela das 18 horas da emissora, "Cama de Gato", com o personagem Tarcisio.
"Entregamos uma carta ao Erlanger, assinada por dez professores doutores de várias universidades federais e estaduais - Prof. Dr. Rubens Vuonno de Brito Neto, Prof. Dr. Luiz Lavinsky, Prof. Dr. Shiro Tomita, Prof. Dr. Paulo Porto, Prof. Dr. Silvio da Silva Caldas Neto, Prof. Dr. André Luis Sampaio, Prof. Dr. Robinson Koji Tsuji, Prof. Dr. Rogério Hamerschimidt, além de mim -, pedindo que se preste atenção no implante coclear como tendência mundial em tratamento de surdez severa e profunda e que consideramos um retrocesso o uso de Libras na novela", diz Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, o organizador da comitiva.
Em uma reunião breve, porém, produtiva, foram apresentados os resultados dessa cirurgia no mundo todo, o avanço que representa essa técnica cirúrgica no País e até o número da portaria aprovada pelo SUS - MS 1287 de 1999 - como tratamento gratuito para modificar a situação do surdo severo e profundo brasileiro.
"Há mais de 300 mil implantados no mundo, com aproximadamente 3 mil no Brasil. No dia 9 de novembro, o HCFMUSP comemorará a cirurgia número 500, em coquetel no Memorial da América Latina, e não poderíamos deixar de expressar a nossa opinião. A cirurgia de implante coclear possibilita excelente qualidade de vida a quem nasceu surdo, ou perdeu a audição com o passar do tempo por várias causas e permitindo uma vida normal junto a outros ouvintes, além da inserção num mercado de trabalho competitivo da mesma forma que qualquer outra pessoa", esclarece Prof. Dr. Ricardo.
Na reunião, houve um pedido dos quatro médicos presentes para os diretores encaminharem às autoras da novela "Cama de Gato", Duca Rachid e Thelma Guedes, o cuidado que devem ter em relação à linguagem de sinais. "Os telespectadores da novela que vivenciam o problema poderão prejudicar a decisão de famílias que virão a tratarem seus filhos surdos. Temos que respeitar a vontade daqueles adultos que não tiveram a oportunidade de serem implantados e hoje desejam continuar surdos. Mas não se pode negar às crianças pequenas, que ainda não podem decidir por si próprias, o direito de serem ouvintes", diz.
Essa reunião, que transcorreu em um almoço dentro do prédio da Rede Globo de Televisão, na Rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, esclareceu mais um ponto sobre o implante coclear - quanto mais cedo for feito o tratamento, melhor o resultado. "Acreditamos que a Rede Globo tem todas as condições de informar corretamente as pessoas de todo o Brasil e, o melhor, ajudará a tirar o estigma da surdez da população brasileira, pessoas que vivem, definitivamente, caladas, por desinformação", continua o Prof. Ricardo.
No final da reunião, os Professores Doutores Ricardo Ferreira Bento, de São Paulo, Shiro Tomita, do Rio de Janeiro, Silvio Caldas Neto, de Recife e Rogério Hamerschimidt, de Curitiba, conheceram parte da Rede Globo de Televisão. "Agora, aguardamos o resultado da carta enviada e que, sabemos, será entregue, em mãos das autoras", finaliza o professor.
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Comentário de SôRamires:
A divulgação desta notícia gerou descontentamento entre os surdos que usam língua de sinais - libras - porque lhes pareceu que promover o uso de implantes cocleares seria um ato de discriminação contra os surdos que se comunicam usando libras.
Gostaríamos que não houvesse tanta polêmica em torno do assunto uma vez que existe uma enorme diversidade na surdez.
Os SULP nos definimos pelo uso da língua portuguesa falada e/ou escrita, somos favoráveis ao uso de qualquer tecnologia que nos permita ouvir sejam aparelhos auditivos, sejam implantes.
Isso não quer dizer que sejamos contra os que usam Libras. Achamos que dentro da diversidade existem opções e soluções diferenciadas. E não grupos inimigos.
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