segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

É UM MITO QUE ALUNO SURDO NÃO ESCREVE BEM...SE UMA MINORIA TEM DIFICULDADE ISSO NÃO PODE SER ATRIBUIDO A TODOS.





CANSEI DE LER ALEGAÇOES DE ALGUNS GRUPOS PEDINDO UMA CORREÇÃO MAIS FACILITADA PARA ALUNOS SURDOS EM PROVAS DE LÍNGUA PORTUGUESA.
O FATO DE QUE ALGUNS ALUNOS, QUE USAM A LÍNGUA DE SINAIS NÃO SE SAIAM BEM EM PROVAS DE PORTUGUÊS NÃO PODE SER ESTENDIDO A TODOS OS SURDOS, DE MANEIRA GERAL.
A MAIORIA DOS SURDOS QUE PODE OUVIR USANDO PRÓTESES AUDITIVAS,QUE TEM LEITURA LABIAL E FREQUENTA ESCOLAS REGULARES NÃO ENCONTRA DIFICULDADES. MUITA LEITURA, USO DE DICIONÁRIO E ESFORÇO PESSOAL AJUDAM A SUPERAR POSSÍVEIS DIFICULDADES DE QUEM NÃO OUVE.

Selecionei algumas matérias que mostram justamente isso, alunos surdos que escrevem muito bem e tiram ótimas notas.








Aos 14, garoto com 50% da audição tira nota mil na redação do Enem



Vários elementos na história de Cezar Vitor Vieira Pinheiro, 14, poderiam ter empurrado sua nota na redação do Enem para o grupo de meio milhão de candidatos que tiraram zero: ele ainda não cursa o ensino médio, é de uma região pobre e tem uma deficiência. Mesmo assim, cravou mil, a nota máxima, feito de apenas 250 candidatos.
Filho de uma família de classe média baixa -o pai é comerciante, e a mãe, professora- Cezar faz o 9º ano do ensino fundamental em São Sebastião do Maranhão, cidade com cerca de 10 mil habitantes nas proximidades do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Estuda em uma escola estadual com nota 4,4 no Ideb, índice nacional de qualidade da educação, abaixo da média do Estado, de 4,7.
Alexandre Rezende/Folhapress
Cezar Pinheiro, na casa de seu tio; o estudante afirma que 'vai além da escola
Cezar Pinheiro, na casa de seu tio; o estudante afirma que 'vai além da escola'
Aos três anos de idade, perdeu parte da audição após uma febre alta repentina. Atualmente, sua perda auditiva é de 50% em cada ouvido. Usa aparelho, mas tem dificuldade de falar ao telefone e precisa prestar atenção extra para entender o conteúdo passado por professores.
No ano passado, fez o Enem para testar seu desempenho. Além da redação perfeita, tirou notas acima da média em todas as áreas.
"Sempre fui estudioso e com frequência estou com um livro na mão ou lendo uma reportagem. Vou além do que a escola me dá", diz.
Uma das suas obras preferidas é o best-seller "A Cabana", de William P. Young, e um de seus autores nacionais preferidos é Machado de Assis. Gosta de filmes de ação e sobre história.
O estilo nerd, porém, não cola totalmente em Cezar, que se diz "muito vaidoso" e trabalha o cabelo minuciosamente com gel, ao estilo de seu ídolo, o jogador Cristiano Ronaldo, do Real Madrid. "Faz sucesso com a mulherada."
FUTURO
Daqui a três anos, quando fará o Enem para valer, o tema de redação dos sonhos de Cezar seria "eficácia dos programas sociais" -no ano passado, ele teve que escrever sobre publicidade infantil.
Cezar pensa em cursar medicina ou direito. Antes disso, quer fazer o ensino médio em uma escola federal de BH.
"O fato de ter passado por muitos médicos me faz querer ajudar outras pessoas com a medicina. Mas ainda não decidi", conta o garoto.
O apoio dos pais, a dedicação ao estudo e o amor à leitura são os recursos de Cezar para se sobrepor às dificuldades aparentes que tem para ser um bom aluno.
"Sei muito bem tudo o que tenho de superar e contra o que eu tenho de lutar", diz.
Para ele, muita gente tira zero na redação porque não se dedica. "Adolescentes se empolgam com as surpresas dessa fase da vida e se esquecem de dividir o tempo entre o lazer e o estudo." 

OUTRA ALUNA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E ÓTIMO RESULTADO: 






quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

ÓTIMO TEXTO DE LAK LOBATO SOBRE A "COMPETIÇÃO" ENTRE TECNOLOGIAS PARA AJUDAR A OUVIR...

Implante Coclear (IC) Versus Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI)

sábado, 3 de janeiro de 2015

APARELHO AUDITIVO FABRICADO NO BRASIL = QUE FIM LEVOU O PROJETO?

http://www.usp.br/agen/?p=17808


FMUSP desenvolve aparelho auditivo digital de baixo custo
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) desenvolveram um aparelho auditivo digital de baixo custo a partir de componentes padronizados. Trata-se de um modelo “genérico” de aparelho auditivo retroauricular (usado atrás da orelha), batizado de Manaus, que apresenta, entre os diferenciais, autonomia de 440 horas com uma bateria e quatro programas de adaptação, além de baixo custo operacional (aquisição e manutenção). Outra vantagem é ser um produto nacional em um mercado dominado por empresas internacionais.
Podem ser criados vários produtos a partir da plataforma eletrônica genérica
“O Manaus apresenta um custo de produção artesanal de US$140,13, considerado baixo quando comparado aos disponíveis no mercado”, conta o engenheiro eletrônico Sílvio Penteado, do Laboratório de Investigações Acústicas (LIA) da FMUSP e autor de uma tese de doutorado sobre o tema. “Numa produção seriada esse preço poderia chegar a US$100,00”, completa. De acordo com Penteado, o projeto envolve uma plataforma eletrônica genérica, a qual permite o desenvolvimento de próteses auditivas de vários tipos.
A pesquisa de Penteado foi defendida em agosto de 2009, sob a orientação do professor Ricardo Ferreira Bento, do Departamento de Otorrinolaringologia da FMUSP, coordenador geral do projeto. A pesquisa teve a co-orientação do professor Nilton Nunes Toledo, da Escola Politécnica da USP.
Penteado conta que a Portaria 587 do Ministério da Saúde classifica os aparelhos auditivos como tecnologia A (básica), tecnologia B (intermediária) e tecnologia C (avançada), de acordo com seus recursos eletroacústicos. Segundo o engenheiro, os aparelhos auditivos disponíveis no mercado são comercializados no varejo com preços que podem chegar a até R$12.000,00 (tecnologia C). Já para o Sistema Único de Saúde (SUS), os valores são de R$525,00 (tecnologia A), R$700,00 (tecnologia B) e R$1.100,00 (tecnologia C). “Esses valores foram definidos pela Nota Técnica Informativa n°004, do Ministério da Saúde, datada de 01 de fevereiro de 2007. Antes disso, os aparelhos eram adquiridos exatamente pelo dobro do preço”, informa Penteado.
“Os aparelhos de tecnologia A são os modelos analógicos e representam 50% das prescrições do SUS. O tipo B é o intermédiário e têm 35% das prescrições. Já o tipo C é o de tecnologia um pouco mais avançada e responde por 15% das prescrições”, explica o pesquisador. “O nosso projeto foi idealizado e desenvolvido para atender a Portaria 587 do Ministério da Saúde. O modelo que desenvolvemos atende às especificações das tecnologias A e B. Isso representa 85% da demanda de aparelhos auditivos do SUS”, completa.
De acordo com o pesquisador, o Manaus poderá ser usado por pessoas com perdas auditivas classificadas como discretas, moderadas, e moderadas severas. “O aparelho já está em processo de patente e apresenta um ganho auditivo de 62 decibéis (dB)”, conta.
No Brasil, de cada 10 aparelhos auditivos vendidos, 6 são adquiridos pelo SUS. Em 2008, o País importou cerca de 242 mil próteses auditivas. Penteado explica que o custo de manutenção das próteses auditivas importadas é muito alto para os pacientes do SUS. “Se a prótese apresenta algum defeito após o prazo de garantia, que é de cerca de um ano, o usuário acaba desprezando aquele aparelho e solicita um novo para o SUS. Um dos objetivos do projeto é oferecer também uma manutenção de baixo custo”, destaca.
Além do Manaus, os pesquisadores também desenvolveram outros aparelho, a partir de componentes padronizados: o Florianópolis (tecnologia C), e o Rio de Janeiro e o Sabará (tecnologia B), sendo que estes dois últimos são intracanais (ficam na parte interna da orelha). “É possível fazer uma família de produtos a partir do mesmo conceito de plataforma eletrônica genérica” garante. Os componentes do aparelho são microfone, processador digital de sinais e receptor, desenvolvidos pelos pesquisadores, e que funcionam com uma programação específica que define o comportamento da prótese.
Software
Penteado explica que para os fonoaudiólogos — os profissionais responsáveis por adaptar os aparelhos auditivos para as necessidades dos pacientes — foi desenvolvido um software simples, autoexplicativo e que não necessita de recursos avançados de informática. “Alguns softwares são tão complexos que exigem que o fonoaudiólogo seja treinado para usar o recurso adequadamente, além de exigirem um computador mais avançado”, diz. Outra vantagem é que software foi desenvolvido com quatro programas de conforto, e o usuário pode selecioná-los de acordo com o ambiente em que estiver “Os aparelhos convencionais apresentam apenas dois ou três programas.”
Os testes com o Manaus foram realizados pela pesquisadora Isabela de Souza Jardim, com 60 pessoas portadoras de deficiência auditiva. O Manaus foi comparado a outros aparelhos disponíveis no mercado, classificados nas categorias A e B. “Os resultados foram considerados satisfatórios de acordo com protocolos internacionais”, destaca Penteado. Este trabalho faz parte do doutorado de Isabela, defendido no dia 3 de agosto na FMUSP, também sob a orientação do coordenador geral do projeto, o professor Ricardo Ferreira Bento.
Segundo Penteado, o conceito de equipamentos genéricos pode ser usado para outros produtos médicos como marcapasso, desfibrilador, bombas de infusão e equipamentos de diagnóstico, como audiômetros. “É um projeto que está inserido na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde do Ministério da Saúde que recomenda o desenvolvimento de tecnologias de reabilitação de baixo custo”, aponta. De acordo com os pesquisadores, no último dia 6 de dezembro houve uma reunião com representantes do Ministério da Saúde, e a receptividade foi muito boa. “A idéia é propormos um modelo semelhante ao dos remédios genéricos para as próteses”, finaliza o professor Ricardo Bento.
Mais informações: (11) 3068-9855, (11) 6523-3007, ou emailspenteado@usp.br">penteado@usp.br, com Sílvio Penteado, ourbento@gmail.com">rbento@gmail.com, com o professor Ricardo Ferreira Bento