quarta-feira, 26 de novembro de 2014

MÚSICOS E PREVENÇÃO DA SURDEZ

http://portalotorrino.com.br/prevencao-da-surdez-e-orquestra-sinfonica-da-australia/

Prevenção da Surdez e a Orquestra Sinfônica da Austrália

foto de Simon.
Um artigo publicado nesse mês de novembro na Annals of Occupational Hygiene e liderado por Ian O’Brien da Universidade de Sydney, apresenta os detalhes um programa pioneiro paraprevenção da surdez nos músicos da orquestra sinfônica da Austrália.
É sabido que nossas orelhas podem ser danificadas definitivamente quando expostas à ruídos superiores a 85 decibéis. Considerando-se que uma orquestra sinfônica podem haver picos que ultrapassam os 130 dB, fica fácil perceber o risco que correm aqueles que mais precisam de captar as nuances melódicas e harmônicas que compõem a música erudita. Um grande estudo alemão recente demonstrou que músicos têm um risco 57% maior de desenvolver perda auditiva quando comparados a população em geral.
Os 3 primeiros anos do programa, que já dura 9, foram para mapear e monitorar a exposição sonora nos diversos pontos da orquestra e de cada um de seus membros. Levando-se em conta que o risco da surdez varia com a predisposição genética de cada músico e com o instrumento tocado por ele, foram desenvolvidos protetores auditivos eletrônicos personalizados e de alta performance, bem como introduzidos no corpo da orquestra equipamentos chamados risers, capazes de transferir à plateia a música oriunda da parte de trás, sem que ela tenha que passar pelos músicos da frente. Institui-se também a rotação nas posições dos músicos e a instalação de telas absortivas em alguns espaços acústicos pobres.
A perda auditiva induzida pelo ruído pode se instalar lentamente, o que dificulta o seu diagnóstico no início. Além disso, o uso de protetores é muito raro em músicos que, entregues completamente a sua arte, têm dificuldades para se adaptarem a dispositivos que alteram a forma como percebem o som produzidos por eles. Entretanto, o conhecimento do risco e iniciativas como a australiana mostram que é possível unir música de qualidade e cuidado com audição.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

ARO MAGNÉTICO: TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA DEFICIENTES AUDITIVOS É DIVULGADA NO BRASIL

Câmara realiza curso de capacitação em aro magnético

Com o objetivo de promover cada vez mais a inclusão de pessoas com deficiência, a Câmara realizou, no final de janeiro, um curso de capacitação sobre a tecnologia chamada aro magnético, um sistema de escuta assistida para beneficiar pessoas com deficiência auditiva.
A intenção do Programa de Acessibilidade da Câmara é instalar o aro magnético em áreas de atendimento ao público e em plenários, auditórios e demais espaços de conferência da Casa, locais onde se realizam os grandes debates durante audiências públicas, sessões, seminários e eventos diversos.
O curso foi ministrado pelos professores Ivom Rodrigues Pereira Junior e Roberto Machado, engenheiros eletricistas do Centro Paula Souza, uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo que administra escolas técnicas e faculdades de tecnologia estaduais. As aulas, teóricas e práticas, contaram com a participação de funcionários de diversas áreas (Detec, Cenin, Decom, Defin, Cedi e Aproge - Programa de Acessibilidade).
Aro magnético
Também conhecido como amplificador de indução magnética, essa tecnologia de baixo custo consiste em um sistema de transmissão sonora instalável em ambientes fechados para permitir que pessoas usuárias de aparelhos auditivos tenham acesso às informações com maior clareza.
O equipamento funciona com base em um receptor instalado em uma sala de aula, auditório, teatro, cinema, igreja, entre outros, onde o palestrante usa um microfone que permite que seu som amplificado seja captado pelo receptor e distribuído por ondas magnéticas aos aparelhos auditivos. Basta, para tanto, posicioná-los em uma determinada frequência. Dessa forma, eliminam-se interferências, ecos, reverberações e ruídos que muitas vezes prejudicam a audição e a compreensão. A tecnologia é bastante utilizada na Argentina e em países da Europa, como Inglaterra, Alemanha e Dinamarca.