SURDEZ INFANTIL:MANTENHA-SE ATENTO
Quando se fala de doenças infantis deve ter-se em especial atenção uma que pode remeter a vida de uma criança ao silêncio total ou parcial. Trata-se da surdez infantil que por variadíssimos motivos pode surgir em tenras idades e que pode comprometer todo o processo de aprendizagem comum a qualquer criança. A adaptação social também pode ressentir-se uma vez que a pessoa que sofre desta disfunção tem tendência a isolar-se e a viver como que à margem dos outros.
Perder um dos cinco sentidos como a audição numa fase crucial do crescimento conduz habitualmente a problemas na área da comunicação seja por deficiente desenvolvimento da linguagem seja por incapacidade de receber e exprimir mensagens e pensamentos através do som.
Além disto, e consoante o grau de surdez, pode verificar-se uma falta de experiência no que se refere ao desenvolvimento motor conduzindo a um ligeiro atraso ou a um excesso de atividade. É possível também a falta de equilíbrio e a falta de coordenação de movimentos. A aquisição dos conceitos abstratos básicos de espaço e tempo também pode ser condicionada.
Causas
A surdez pode ter a sua origem em defeitos ou síndromas congênitos, surgir ao longo do crescimento, verificar-se em apenas um ou em ambos os ouvidos e pode ter causas pré e pós natais ou ainda ter origem no parto.
Causas pré-natais:
- infecções intra-uterinas (como rubéola ou sarampo)
- intoxicações intra-uterinas (por álcool ou medicamentos como calmantes)
- alterações endócrinas
- carências alimentares (concretamente ao nível das vitaminas)
- agentes físicos como raios-x ou laser
Causas pós-natais:
- doenças infecciosas bacterianas (como otites agudas, crónicas ou serosas e meningites)
- viroses (como varicela ou hepatite)
- intoxicações por medicamentos tóxicos para o sistema auricular (como é o caso de alguns antibióticos)
- excesso de vitamina D
- inflamações agudas ou crônicas das fossas nasais ou da nasofaringe
- exposição a sons de alta frequência
- traumatismos centrais cerebrais que afetem a zona da percepção auditiva
- traumatismo de alguma das estruturas auriculares
Causas com origem no parto:
- traumatismos obstétricos que provoquem hemorragias no ouvido interno ou nas meninges
- intoxicações
- situações de anóxia (má oxigenação da criança durante o parto)
- incompatibilidades sanguíneas
PrevençãoNenhum método preventivo será demais quando se suspeita da possibilidade de surdez.
- Como métodos de prevenção destacam-se a realização de um diagnóstico pré-natal pelos casais de risco em relação a doenças congênitas que possam originar problemas auditivos. Durante a gravidez é imperativo que se efetuem despistes de infecções como a toxoplasmose, a rubéola ou o citomegalovírus.
Após o nascimento é comum proceder-se também ao rastreio de surdez em recém-nascidos envolvidos em fatores de risco.
Quando não se tem a certeza de tratar-se de surdez deve proceder-se a diagnósticos suportados por audiometrias, timpanogramas, testes de reflexo acústico, avaliações da capacidade cerebral quanto a percepção dos sinais sonoros e testes de emissões audioacústicas.
Deve evitar-se introduzir objetos nos ouvidos e evitar sujeitar as crianças a sons de alta frequência. Quando aparece uma otite certificar-se sempre que a mesma ficou bem curada. Em caso de otites sucessivas ponderar o recurso a especialistas cirúrgicos.
Tratamento
Quanto ao tratamento existe a possibilidade de utilizar próteses auditivas, recorrer a terapias da fala ou no caso de gravidade do grau de surdez implantes cocleares através de cirurgia.
Sintomas
Deve dar-se atenção à criança sempre que esta se queixar de:
- zumbido nos ouvidos;
- sensação de fluxo de ar ou água a correr;
- tonturas;
- desequilíbrio ou vertigem;
- secreção auricular;
- dores;
- febre.
Fonte:http://www.educacao.te.pt/pais_educadores/index.jsp?p=86&id_art=173
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