AS PERDAS QUE A PERDA AUDITIVA CAUSA NOS RELACIONAMENTOS
MAIS UM TEXTO MUITO ÚTIL DA PAULA PFEIFER:
Costumo dizer que a surdez é uma caminhada muito solitária para quem a possui, mas ela é também dificílima para os que são cônjuges/parentes/amigos/colegas de pessoas que não ouvem. Comecei a perceber isso mais nitidamente depois que voltei a ouvir de verdade com o implante coclear e me deparei com a minha avó de 78 anos que começou a perder um pouco de audição – embora negue o fato e diga que isso é bobagem. Lembro de como eu exigia uma paciência sofrida de todos ao meu redor, e digo sofrida pois quem tem deficiência auditiva está tão centrado na própria dor que sequer percebe a dor que ela também causa naqueles que estão por perto. Por mais que você ame profundamente uma pessoa, é frustrante e cansativo precisar repetir a mesma frase dez vezes, precisar falar sempre muito alto ou chamar a pessoa mil vezes até ela notar que está sendo chamada. Ontem atendi um senhor que usava aparelhos auditivos no trabalho, e por mais que eu repetisse as frases ou berrasse, ele não entendia nada do que eu falava. Imaginem o que isso significa para os nossos pais, irmãos, cônjuges, amigos e colegas, que precisam conviver com isso de modo intenso.
Costumo dizer que a surdez é uma caminhada muito solitária para quem a possui, mas ela é também dificílima para os que são cônjuges/parentes/amigos/colegas de pessoas que não ouvem. Comecei a perceber isso mais nitidamente depois que voltei a ouvir de verdade com o implante coclear e me deparei com a minha avó de 78 anos que começou a perder um pouco de audição – embora negue o fato e diga que isso é bobagem. Lembro de como eu exigia uma paciência sofrida de todos ao meu redor, e digo sofrida pois quem tem deficiência auditiva está tão centrado na própria dor que sequer percebe a dor que ela também causa naqueles que estão por perto. Por mais que você ame profundamente uma pessoa, é frustrante e cansativo precisar repetir a mesma frase dez vezes, precisar falar sempre muito alto ou chamar a pessoa mil vezes até ela notar que está sendo chamada. Ontem atendi um senhor que usava aparelhos auditivos no trabalho, e por mais que eu repetisse as frases ou berrasse, ele não entendia nada do que eu falava. Imaginem o que isso significa para os nossos pais, irmãos, cônjuges, amigos e colegas, que precisam conviver com isso de modo intenso.
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