quarta-feira, 29 de abril de 2009

Notas de viagem - problemas e soluções de comunicação

Como fazer leitura orofacial numa epidemia que obriga a usar máscaras????









Dia 28 de abril de 2009: chego ao Aeroporto de Ezeiza, Argentina e noto um batalhão de fotógrafos, cinegrafistas e repórteres de todos os meios de comunicação, imagino que não será pela minha presença, afinal não divulguei que iria viajar.
Desconfiei que era a tal de gripe porcina, suina ou como quer que se chame...a maioria das pessoas principalmente quem trabalha no aeroporto usava máscaras protetoras, lá se diz "barbillo".
Até então eu tinha visto nos jornais e TV mas no aeroporto percebi que o problema distante também era meu problema, até esse momento não havia pensado em usar máscara mas acabei evitando até comer por lá e fiquei esperando numa área ao ar livre observando os repórteres.
Resolvi fotografar algumas pessoas, e pedia autorização aos fotografados explicando que era surda, fazia leitura labial para complementar o aparelho auditivo e que o uso de máscaras desse tipo atrapalhava minha comunicação ao pedir informações.
A maioria das pessoas com quem falei eram funcionários de empresas que haviam orientado e fornecido o uso de máscaras. Mas ao saberem que eu era surda muitos se ofereceram para tirar a máscara ao falar comigo.
Por isso sempre digo que é importante numa situação em que precisamos nos comunicar explicar nossa deficiência e que num caso como esse a comunicação escrita pode ajudar e muito se o uso de máscaras for indispensável como num hospital ou consultório dentário por exemplo. Eu quando vou ao dentista peço para ele me explicar tudo antes de colocar a máscara para começar o tratamento porque se ele falar mascarado e com o ruído dos equipamentos não vou entender nada.
Como já disse não tive poblemas no embarque porque pedi para falar mais alto e entendi bem e fui gentilmente atendida e se fosse necessário tirariam a máscara para falar comigo.
Os avisos de partida, portões, horários etc estão em painéis luminosos o que facilita bastante para os surdos, não reparei na acessibilidade para outro tipo de deficiência. Mas no meu avião iriam embarcar três pessoas em cadeiras de rodas e uma senhora com bebê. Pela lógica, boa educação e também pelas regras eu me coloquei na fila depois dessas pessoas e não é que outros apressadinhos tentavam furar fila e passar diante dos cadeirantes e da mamãe com bebê? Por sorte os funcionários fizeram com que esses passageiros cadeirantes passassem antes mas para isso tiveram que afastar o amontoado de mal educados...
Os filminhos oferecidos tipo documentários todos tinham legendas em português além dos fones de ouvido, pude passar meu tempo de viagem numa boa. Mas as mensagens do piloto e tripulação são emitidos por sistema sonoro e eu nunca entendo direito...seria bom que colocassem as mensagens por escrito nas telinhas mas para isso teriam que ter a bordo alguém que as digitasse porque são informações sobre tempo, temperatura, duração da viagem, zona de turbulência...mas as mensagens padrão como proibido usar celular, proibido fumar, apertar o cinto, etc poderiam ser previamente legendadas.
Para os amigos cegos:
Descrição das fotos feitas no Aeroporto de Ezeiza, Argentina:
Mulher limpando o chão com rodo, luvas e máscara.
Dois homens chegando e colocando suas máscaras.
Atendentes do posto de informações usando máscaras.
Atendente do posto de taxis igualmente mascarada.
Os modelos variam mas cobrem nariz e boca.
Alguns funcionários usam máscara e também luvas tipo cirúrgica, de borracha.

terça-feira, 28 de abril de 2009

CADA MUNICÍPIO, UMA BIBLIOTECA


Para abrir a primeira biblioteca Pública nas 661 cidades brasileiras que ainda não têm esse equipamento, o Ministério da Cultura, através do programa Mais Cultura, investe R$ 37,18 milhões na aquisição de kits a serem entregues aos municípios até julho. Cada um deles inclui dois mil livros, mobiliário, computador, televisão, aparelho de DVD e de som. Para garantir que todos os municípios sejam beneficiados, o ministério lançou a campanha “Cada Município, uma biblioteca”, na qual o cidadão poderá ajudar a fiscalizar se há de fato esse equipamento em sua cidade.

A nova campanha institucional, lançada nos sites do ministério e dos demais parceiros, tem o objetivo de ampliar o apoio ao programa. “Temos a meta, mas precisamos da colaboração das comunidades”, afirmou o ministro Juca Ferreira. Por meio dos sites, é possível informar qual a cidade que ainda não dispõe de uma unidade.

Leitura - No Brasil, 73% dos livros estão concentrados nas mãos de apenas 16% da população, segundo a Pesquisa de informações Básicas Municipais de 2006, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “As bibliotecas públicas ainda são um território estrangeiro para a maioria da população e o que queremos é tornar mais fácil seu acesso e, ainda, modernizar esse conceito”, disse o ministro. Ele informou que o brasileiro lê em média 1,3 livros per capita/ano, enquanto na França são sete livros e na Colômbia, três vezes mais do que no Brasil.

O Piauí é o estado que vai implantar o maior número de bibliotecas públicas municipais do programa Mais Cultura. O estado vai receber 136 kits para a instalação das bibliotecas, com um investimento de R$ 7,9 milhões.

Segundo a secretária de Articulação Institucional, Silvana Meireles, coordenadora do Mais Cultura, o programa quer estimular o gosto pela leitura e o acesso aos livros. “Temos uma visão ampliada de biblioteca como espaço de fruição, difusão e produção cultural. Queremos que as bibliotecas se tornem centros culturais dinâmicos e interativos, estimulando a formação cidadã, o convívio social e o desenvolvimento regional”, destacou.

Outra ação de estímulo à leitura é a modernização das bibliotecas já existentes, nas quais foram investidos R$ 24,312 milhões somente no ano passado. As unidades receberam mil livros, mobiliário, almofadas, pufes, tapetes e telecentro digital com acesso à internet em alta velocidade (banda larga).

http://www.brasil.gov.br/noticias/em_questao/.questao/EQ796c/



segunda-feira, 27 de abril de 2009

“Acessibilidades para a Vida: Educação e trabalho – uma realidade de e para todos”



“Acessibilidades para a Vida: Educação e trabalho – uma realidade de e para todos” é o tema do Fórum organizado pelas autarquias da Póvoa de Varzim e Vila do Conde que reúne, no Auditório de Vila do Conde, representantes da área da educação, formação e emprego que se dedicam ao trabalho em prol da pessoa com deficiência.
Estiveram presentes, na sessão de abertura, a Governadora Civil do Porto, Isabel Oneto, o Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Mário Almeida, o Vereador dos Pelouros da Educação e Acção da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino, a Coordenadora do Conselho Metropolitano de Vereadores da Educação, Dilma Nantes e o Provedor Metropolitano dos Cidadãos com Deficiência, João Cottim.
Mário de Almeida referiu-se a este Fórum como um passo muito importante na reflexão sobre as reais capacidades das pessoas portadoras de deficiência, que considera óptimos colaboradores, e assinalou também o interesse em preparar a integração destas pessoas no mercado de trabalho.


http://www.metronews.com.pt/2009/04/23/acessibilidades-para-a-vida-a-cidadaos-com-deficiencia-debatem-se-hoje-em-vila-do-conde-p-varzim/






quinta-feira, 23 de abril de 2009

Prezados leitores, há poucos dias percebi como o assunto referente à
inclusão ainda é um tabu para algumas pessoas. Então,
resolvi postar esse texto, que pela sua importância não
tive a coragem de suprimir nenhuma linha, e que, tem TUDO A VER com a
causa dos surdos. Boa leitura! Um abraço. Cristina Ferber.



CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO


As referências usualmente feitas de inclusão no campo da
educação consideram as dimensões pedagógica e legal da prática
educacional. Sem dúvida, dois campos importantes quando se pretende
a efetivação destes ideais. No entanto, uma importante ampliação da
discussão sobre os caminhos das políticas públicas para a inclusão escolar seria a consideração do contexto em que se pretende uma sociedade inclusiva.

As instituições educacionais, organizadas para estabelecer modelos de relações sociais, reproduzem com eficiência a lógica das sociedades. Trata-se de um lugar legitimado socialmente onde se produzem e reproduzem relações de saber-poder, como já teorizado por Foucault (1987). Nestas, a lógica das classificações sempre foi necessária
para o estabelecimento da ordem e do progresso social. Daí pode advir a idéia de que a escola, como mais um equipamento de disciplinamento social, não foi concebida para ser inclusiva, mas para ser instrumento de seleção e capacitação dos “mais aptos” a uma boa conduta social.

A efetivação de uma educação inclusiva neste contexto secular não é tarefa fácil. Não menos desprovida de dificuldades é a tarefa de um Estado que intenta organizar uma política pública que, como tal, se empenha na busca de um caráter de universalidade, garantindo acesso a todos os seus cidadãos às políticas que lhes cabem por direito.

O campo da inclusão, entretanto, fundamenta-se na concepção de diferenças, algo da ordem da singularidade dos sujeitos que acessam esta mesma política. Como não torná-la, a cada passo, um novo instrumento de classificação, seleção, reduzindo os sujeitos a marcas mais ou menos identitárias de uma síndrome, deficiência ou doença mental?

Um possível recurso de que poderia se lançar mão neste sentido, seria o de uma lógica que oferecesse elementos de processualidade ao longo deste trajeto. Pelo simples fato de se tratar, não somente em discurso, mas na prática cotidiana, de uma rede de relações no trabalho educativo que estão instituídas há séculos e que se repetem como naturais e definitivas. É por dentro desta lógica que uma política macro quer se instaurar.
Uma nova concepção de educação e sociedade se faz por vontade pública e é essencial que o sistema educacional assuma essa vontade. Para operar as transformações nos modos de relação dentro da escola é, também, necessário que os profissionais envolvidos tomem para si a tarefa de pensar estas questões de forma reflexiva e coletiva.

Dito de outra forma, é necessário que todos os agentes institucionais percebam-se como gestores e técnicos da educação inclusiva.
Nesta perspectiva, é essencial que o exercício social e profissional destes
agentes esteja sustentado por uma rede de ações interdisciplinares, que se entrelacem no trabalho com as necessidades educacionais especiais dos alunos.


PROCESSO DE INCLUSÃO *

A investigação dos aspectos que necessitam evoluir na política
de educação especial requer que se situe como este processo vem
acontecendo efetivamente nas redes de ensino. Considerando que a
inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais produz
impasses no cotidiano escolar que exigem um constante repensar das
práticas pedagógicas é importante a análise de alguns aspectos do
contexto atual da inclusão no país.

Os temas, delineados a partir de um mapeamento realizado em
diferentes espaços educacionais, representam uma síntese dos principais
aspectos percebidos como tensionadores do processo e emergiram da
análise das opiniões dos diferentes segmentos da comunidade escolar
envolvidos com a proposta de inclusão, as quais foram obtidas através de
observações, de entrevistas semi-estruturadas, de grupos de discussão,
bem como de diferentes experiências profissionais existentes.

Comunidade Escolar e a Política de Inclusão

A associação mais imediata e comum no ambiente escolar,
quando se trata de questionar posições acerca da política de educação
inclusiva, é a de mais um encargo que o sistema educacional impõe
aos professores. Mesmo sendo favoráveis à concepção contida na lei
e percebendo os benefícios que sua implementação traria a toda a
sociedade, o temor e as preocupações daí decorrentes são inevitáveis.
Algumas expressões como: “a inclusão é forçada” ou “é inclusão só de
fachada” sinalizam as dificuldades em lidar com o acesso de pessoas
com necessidades educacionais especiais no ensino regular.

As escolas, de modo geral, têm conhecimento da existência
das leis acerca da inclusão de pessoas com necessidades educacionais
especiais no ambiente escolar e da obrigatoriedade da garantia de vaga
para estas. As equipes diretivas respeitam e garantem a entrada destes
alunos, mostrando-se favoráveis à política de inclusão, mas apontam
alguns entraves pelo fato de não haver a sustentação necessária,
como por exemplo, a ausência de definições mais estruturais acerca da
educação especial e dos suportes necessários a sua implementação.

Não raro ouve-se nas escolas referências a alunos com necessidades educacionais especiais como “os alunos da inclusão”, o que sugere o questionamento sobre o modo como são percebidos diante dos demais alunos. “Tenho vinte e cinco alunos, dois de inclusão”, comenta um professor. Além da evidente concepção de uma educação voltada para a “normalidade”, tal idéia contrapõe-se à compreensão da inclusão, largamente defendida na bibliografia, como um processo que deve abranger todas as diferenças.

Outra evidência da fragilidade que ainda se encontra no
entendimento do processo inclusivo diz respeito aos critérios utilizados
na seleção e encaminhamento dos alunos com necessidades educacionais
especiais. É senso comum nas escolas que todo “aluno com condições
de aprendizagem formal” deve ser encaminhado para escola de ensino
regular. No caso, os educadores consideram as escolas cicladas como as
mais preparadas para receber estes alunos, já que o sistema por ciclos de
formação possibilita o convívio com as diferenças e com colegas de sua
idade. No entanto, ressaltam que algumas crianças e adolescentes não
possuem condições de freqüentar a escola regular comum e, em alguns
casos, nem a escola especial.

Existe ainda, uma certa resistência em pensar a transformação
do espaço da escola especial, pois muitos acreditam que sua estrutura
também é inclusiva, promotora de laço social e que somente nela seria
possível a permanência de algumas das pessoas com necessidades
educacionais especiais. Porém, neste aspecto se evidencia uma
contradição, enquanto a escola regular comum em cumprimento à
legislação deve receber todo e qualquer aluno, a escola especial ainda
mantém certos critérios de seleção, os quais permitem que não receba
alguns casos com quadros psíquicos graves e/ou deficiências múltiplas.
Este é um importante paradoxo verificado no atual panorama da política
de educação especial.

Outra ressalva bastante proferida pelos grupos escutados é de
que o processo da inclusão deve ser compartilhado com vários segmentos
sociais, não ficando apenas ao encargo da escola, ou do professor, como
pode se verificar nas seguintes expressões: “Sou a favor da inclusão,
mas não jogando tudo no professor”; “Acredito na inclusão, mas estou
decepcionada com esse ‘fazer de conta’ de que se está incluindo...”.

Neste sentido, torna-se especialmente relevante à participação
dos diferentes segmentos na implantação dos direitos assegurados em
lei para que os benefícios percebidos na política de inclusão educacional
possam ser efetivados. Não há dúvida de que incluir pessoas com
necessidades educacionais especiais na escola regular pressupõe uma
grande reforma no sistema educacional que implica na flexibilização ou
adequação do currículo, com modificação das formas de ensinar, avaliar,
trabalhar com grupos em sala de aula e a criação de estruturas físicas
facilitadoras do ingresso e circulação de todas as pessoas.

Em que pesem as inúmeras dificuldades presentes no cotidiano
das escolas, permanece uma expectativa entre educadores e gestores
escolares de que as transformações sociais alcancem a instituição
educativa. O que está em discussão é qual a compreensão que temos
da relação entre escola e sociedade. É pela educação que se transforma
a sociedade, ou a escola é mera reprodutora das estruturas da
sociedade?

A concepção que tem orientado as opiniões de muitos gestores
e educadores que atuam na perspectiva da educação inclusiva é de que
a escola é um dos espaços de ação de transformação. Uma compreensão
que aproxima a idéia de políticas de educação e políticas sociais amplas
que garantam a melhoria da qualidade de vida da população.
Consideradas essas questões, a educação inclusiva implica na
implementação de políticas públicas, na compreensão da inclusão como
processo que não se restringe à relação professor-aluno, mas que seja
concebido como um princípio de educação para todos e valorização das
diferenças, que envolve toda a comunidade escolar.

Os Educadores e a Educação Inclusiva

A posição da família do aluno com necessidades educacionais
especiais é apontada como um obstáculo do processo de inclusão
educacional, quando esta “dificulta a inclusão por não reconhecer as
possibilidades da criança”. Sabe-se que o nascimento de um filho com
deficiência traz uma série de impasses às relações familiares, seguidos
de sentimentos de frustração, culpa, negação do problema, entre tantos
outros. Os anos iniciais da criança abrangem o período de suas mais férteis aquisições, as quais podem ser prejudicadas se a família não tiver a ajuda necessária para reconhecer seu filho como um sujeito que apresenta diversas possibilidades. A escola, como o segundo espaço de socialização de uma criança, tem um papel fundamental na determinação do lugar que a mesma passará a ocupar junto à família e, por conseqüência, no seu processo de desenvolvimento.

Outro aspecto a ser considerado, especialmente nas escolas
públicas, é a situação de miséria econômica e carência social de algumas
famílias. Para estas, a escola é um dos poucos lugares de cuidado e
acompanhamento de suas crianças, quando não de sobrevivência direta,
pela possibilidade de alimentação e cuidados primários e, indireta, pela
viabilidade do afastamento dos adultos para o trabalho.

A formação dos professores também ganha destaque entre as
demandas mais emergentes para o aprofundamento do processo de
inclusão. Existe um consenso de que é imprescindível uma participação
mais qualificada dos educadores para o avanço desta importante
reforma educacional. O “despreparo dos professores” figura entre os
obstáculos mais citados para a educação inclusiva, o qual tem como
efeito o estranhamento do educador com aquele sujeito que não está
de acordo com “os padrões de ensino e aprendizagem” da escola.

Nessa mesma direção, a formação inicial dos educadores oferecida
no currículo dos cursos de licenciatura também é referido. Segundo os
entrevistados, os cursos de formação de professores pouco abordam sobre educação inclusiva e conhecimentos acerca das necessidades educacionais especiais dos alunos. “As principais dificuldades são de recursos humanos, pessoal preparado. (...) Todos precisam estar preparados, principalmente o professor em sala de aula, que muitas vezes não sabe como fazer.”

Assim, constata-se a necessidade de introduzir tanto modificações na
formação inicial dos educadores, quanto a formação continuada e
sistemática ao longo da carreira profissional dos professores e demais
profissionais da educação.

Além da formação profissional, muitos educadores ouvidos
apontam como obstáculos ao processo de inclusão o grande número
de crianças em sala e a falta de recursos para sustentação da prática
pedagógica. Consideram que classes com menor número de alunos
seriam mais acolhedoras e possibilitariam um trabalho mais cuidadoso.
Mencionam também a necessidade de em algumas situações específicas,
a constituição de turmas de alunos diferenciadas. “... há uma estrutura
que é de turma com 30 alunos... A escola regular precisaria ter turmas
menores”. Nessa direção, ainda, as escolas citam as salas de recursos,
os serviços de orientação educacional e o atendimento educacional
especializado como importantes dispositivos para propiciar a
escolarização.

Com relação à proposta pedagógica, cabe apontar a importância
das flexibilizações curriculares para viabilizar o processo de inclusão.
Para que possam ser facilitadoras, e não dificultadoras, as adequações
curriculares necessitam ser pensadas a partir do contexto grupal em
que se insere determinado aluno. Como afirma Filidoro (2001 p.112),
“as adaptações se referem a um contexto - e não me refiro à criança,
mas ao particular ponto de encontro que ocorre dentro da aula em
que convergem a criança, sua história, o professor, sua experiência, a
instituição escolar com suas regras, o plano curricular, as regulamentações estaduais, as expectativas dos pais, entre outros, - então não é possível pensar em adaptações gerais para crianças em geral. Como refere esta autora, as “adaptações” curriculares devem ser pensadas a partir de cada situação particular e não como propostas universais, válidas para qualquer contexto escolar. As adequações feitas por um determinado professor para um grupo específico de alunos só são válidas para esse grupo e para esse momento.

Na medida em que são pensadas a partir do contexto e não
apenas a partir de um determinado aluno, entende-se que todas as
crianças podem se beneficiar com a implantação de uma adequação
curricular, a qual funciona como instrumento para implementar uma
prática educativa para a diversidade. Pois, como acrescenta a autora
citada, as “adaptações curriculares” devem produzir modificações que
possam ser aproveitadas por todas as crianças de um grupo ou pela
maior parte delas.

Cabe salientar, ainda, que além de não serem generalizáveis,
as adequações curriculares devem responder a uma construção do
professor em interação com o coletivo de professores da escola e outros
profissionais que compõem a equipe interdisciplinar.
Um outro importante elemento assinalado pelas pessoas
escutadas nas escolas, quando se fala na inclusão de crianças com
necessidades educacionais especiais no ensino regular, é que as
escolas costumam fazer alusão a serviços de apoio especializados para
desenvolver um trabalho de qualidade. Dentre os especialistas, são
citados neurologistas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, psiquiatras,
fonoaudiólogos, assistentes sociais, entre outros. Supõe-se que, por
trás desse pedido, está a idéia de que o aluno precisa suprir algumas
necessidades específicas que poderão ser atendidas por um, ou vários
especialistas, bem como que estes profissionais poderiam ajudar o
professor a descobrir os caminhos possíveis para facilitar a aprendizagem
do aluno. A falta de atendimento de saúde e assistência ao aluno com
necessidades educacionais especiais é apontada como um dificultador à
inclusão, mostrando a carência de articulação de uma rede de serviços,
fundamentais para inclusão educacional e para a qualidade de vida dos cidadãos.

É mister ressaltar que a menção a vários especialistas, muitas
vezes, costuma referir-se a um modelo historicamente constituído
como multidisciplinar, no qual adaptação ou inadaptação se constituem
como critérios que direcionam os diagnósticos. Nesta visão tradicional
de educação especial, multiplicam-se as intervenções supondo-se que
a adição sistemática de várias disciplinas contribuiria para completar o
“quadro da normalidade”, reforçando a idéia de que bastaria que cada
especialista fizesse a sua parte para que o aluno estivesse apto para ser
“integrado”.

Jerusalinsky (1998) chama atenção para as conseqüências deste
modelo de atendimento, visto que a fragmentação na forma de olhar e
se relacionar com uma criança tem conseqüências no modo como ela irá
constituir seu modo de ser. Esta fragmentação pode chegar ao limite de
impossibilitar sua constituição como sujeito. Esse mesmo autor aponta,
como imprescindível, o trabalho interdisciplinar para decidir sobre
as estratégias terapêuticas. No paradigma da interdisciplinariedade
não se trata de estímulo à prevalência do discurso de uma ou outra
especialidade, mas de articulá-Ios entre si. Páez (2001, p. 31) observa
que “este novo espaço discursivo, esta nova região teórica possibilita a
comunicação interdisciplinar e a produção de uma nova ordem do saber,
em que uma concepção acerca do sujeito é compartilhada por todas as disciplinas”.

A observação do tipo de relação atualmente percebida entre
especialidades das áreas de saúde e educação, mais diretamente
relacionadas ao processo de inclusão educacional, parece apontar para
um caminho bem diverso ao da interdisciplinariedade. Escola e saúde
aparecem como lugares que se excluem entre si, tanto nas políticas
de atendimento quanto na organização dos seus saberes específicos.
Os serviços de saúde não são percebidos como lugares que se somam
à escola, mas para os quais se encaminha alunos, evidenciando o
caráter dissociativo que se imprimiu às práticas do encaminhamento e
atestando a desresponsabilização de uma área em relação à outra que,
na maioria das vezes, sequer inclui o acompanhamento da escola ao
caso encaminhado.

A fragmentação dos saberes e disputa de territórios de poder
daí decorrentes apontam para uma lógica de especialismos que se afasta
da concepção de interdisciplinariedade insistentemente referida como
fundamental aos avanços deste campo de intervenção. Sabemos que o
sucesso de uma política inclusiva depende da qualidade de uma rede de
apoio que lhe dê sustentação e que as interações entre os profissionais
envolvidos, da educação, saúde e assistência, são fundamentais a um
processo de inclusão do sujeito na escola e na sociedade. Todos esses
dados apontam a necessidade de uma organização das políticas de
atendimento que contemple a atuação interdisciplinar, rompendo com
o viés de exclusão e fortalecendo o processo educacional.

A inexistência de uma equipe interdisciplinar é mencionada pelos
entrevistados, como um obstáculo para que se possibilite o trabalho dos
professores em sala de aula com a inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais. Nesse sentido, supõe que o professor além de ser
apoiado em sua prática pedagógica por uma equipe de profissionais,
também é parte atuante desta equipe interdisciplinar, pois é ele que
detém um “saber fazer” com relação à aprendizagem, que o habilita a
propor adequações, partindo de cada situação particular para favorecer
uma proposta inclusiva





quarta-feira, 22 de abril de 2009

Secretaria realiza oficinas para difundir Plano Municipal de Acessibilidade nas cidades do interior de São Paulo


Nos próximos dias 23 e 24, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, de São Paulo, realiza, em Sorocaba, a Oficina "Subsídios à Elaboração do Plano Municipal de Acessibilidade". Em parceria com a Fundação Prefeito Faria Lima - Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (CEPAM), é a primeira de uma série de 18 oficinas a serem realizadas até o mês de outubro deste ano. Visam estimular o desenvolvimento de ações voltadas à pessoa com deficiência nos municípios de São Paulo.

As oficinas foram antecedidas de envio aos prefeitos da cartilha "Prefeito Cidadão - Cidade Acessível", que estimula a indicação de um representante de cada cidade para atuar exclusivamente com assuntos sobre os direitos da pessoa com deficiência e orienta sobre os principais aspectos de acessibilidade a serem implementados nos municípios.

As oficinas enfocam o estabelecido no Decreto 5.296/04 de âmbito federal e são direcionadas para membros da administração pública municipal das cidades de cada região. O Ministério Público também participa da programação.

As inscrições são gratuitas e, para a primeira oficina, devem ser efetuadas até o dia 22 de abril pelo e-mail oficinasorocaba@cepam.sp.gov.br, com nome, CPF, telefone com DDD, endereço completo, cargo e município em que trabalha ou que representa. Quando se tratar de pessoa com deficiência, esta informação deve ser determinada no assunto da mensagem.

Serão realizadas oficinas nas cidades de Sorocaba (23 e 24/4), Presidente Prudente (5 e 6/5), Marília (7 e 8/05), Registro (19 e 20/5), Santos (21 e 22/5), Fernandópolis (2 e 3/6), São José do Rio Preto (4 e 5/6), São João da Boa Vista (23 e 24/6), Campinas (25 e 26/6), Ribeirão Preto (4 e 5/8), Araraquara (6 e 7/8), Barretos (18 e 19/8), Franca (20 e 21/8), Araçatuba (15 e 16/9), Bauru (17 e 18/9), Botucatu (29 e 30/9), São José dos Campos (5 e 6/10) e São Paulo (8 e 9/10).



SERVIÇO
Subsídios à Elaboração do Plano Municipal de Acessibilidade - SOROCABA.

Hotel Nacional Inn, Rodovia Senador José Ermírio de Moraes, km 2,5.

Fonte: http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=277


terça-feira, 21 de abril de 2009

Guia para multiplicadores pelo direito das Pessoas com Deficiência

A Inclusão Social das Pessoas com Deficiência no Brasil: como multiplicar esse direito
A CORDE – Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, o Instituo Paradigma e o Instituto do Legislativo Paulista convidam para o evento de lançamento do Guia para Multiplicadores pelo Direito as Pessoas com Deficiência, com objetivo de disseminar conceitos e informações sobre o tema.

Data: 12 de Maio de 2009 - Terça Feira
Horário: das 08h30 às 12h00
Local: Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
Endereço: Av Pedro Álvares Cabral, 51
Auditório: André Franco Montoro

Inscrições gratuitas
Por telefone: 11-5090-0075, com Valdinéia ou
por e-mail - instituto@iparadigm a.org.b


Programação:

08h30 às 9h00 –Welcome Coffee: Credenciamento e distribuição da publicação “A Inclusão Social da Pessoa com Deficiência no Brasil – Como Multiplicar este Direito.

09h00 às 09h20 - Abertura
Dra. Luiza Russo - Presidente do Instituto Paradigma
Deputado Estadual Barros Munhoz - Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo

09h20 às 10h10 - As conquistas no cenário da inclusão social das pessoas com deficiência no Brasil e os desafios na disseminação e garantia de seus direitos.
CORDE - Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
Apresentação do projeto e metodologia do curso de formação de multiplicadores dos direitos das pessoas com deficiência.
Sra. Luiza Russo Presidente do Instituto Paradigma.

10h10 às 10h30 - Apresentação do Resultado da Pesquisa sobre o Acesso a Pessoa com deficiência às urnas eleitorais da Cidade de São Paulo
Prof. Humberto Dantas da ONG Voto Consciente

10h30 às 10h45 - Relato de Experiências: Apresentação do CD com o áudio da Constituição do Estado de São Paulo – lançamento do Instituto do Legislativo Paulista para as pessoas com deficiência visual.
Sr.Roberto Lamari - Presidente do Instituto Legislativo Paulista.

10h45 às 11h15min - Mesa Redonda: Os desafios da representação da pessoa com deficiência nas esferas políticas.
10h45 -Deputada Célia Leão
10h55 -Deputado Valdir Agnello e Presidente da Frente Parlamentar da pessoa com deficiência
11h05- Deputado Rafael Silva
11h15 -Vereadora Mara Gabrilli

11h25min – Espaço para perguntas e considerações

12h00 - encerramento

Realização: Instituto Paradigma e CORDE, Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
Apoio: Instituto Legislativo Paulista e Voto Consciente
__._,_.___

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Mensagem de Claudia Grabois Conade Sedh

Queridos companheiros na última sexta-feira fui eleita coordenadora da Comissão de Políticas Públicas do CONADE-SEDH.
Compartilho a informação com vocês afirmando que ainda temosmuito a conquistar e a tirar do papel para que um dia as pessoas com deficiência tenham acesso a uma vida digna,independente e com autonomia.Continuem a contar com a FBASD e comigo particularmente como parceira de luta.
Somente com a mobilização do movimento de defesa dos direitos humanos das pessoas com e sem deficiência e da sociedade civil teremos de fato direito à cidadania.Precisamo s cada vez mais nos integrar com os movimentos sociais e nos fortalecermos em rede, caminhando juntos para a construção de uma sociedade mais justa para Todas as pessoas.
Um abraço, Claudia Grabois
presidente da FBASD
http://fbasd. blogspot. com

Audiodescrição e legenda oculta (closed caption) para comercial da Natura

A partir desse domingo, 19/04, todos poderão ver o mais novo comercial da Natura, da linha "Mamãe Bebê". Este é o segundo vídeo da empresa a ser veiculado com o recurso do Closed Caption (legenda oculta) e da Audiodescrição (AD), ambos produzidos pela Iguale.
O comercial teve sua primeira inserção no "Fantástico" da Rede Globo e passa a fazer parte da programação nos próximos dias.

A Audiodescrição é um recurso utilizado para que pessoas com deficiência visual possam ter acesso ao conteúdo do comercial ou filme, de forma que passem a compreendê-lo de maneira mais completa. Trata-se da descrição das cenas em que não há fala de personagens ou locutores, por um outro narrador, conhecido por "audiodescritor".
A "AD" pode ser acessada pela tecla "SAP", presente na maioria dos televisores.
Por enquanto somente as capitais São Paulo e Rio de Janeiro transmitirão o comercial "Mamãe Bebê" com Audiodescrição.

Em breve postaremos o vídeo aqui, aguardem!

Fonte: Leo Rossi

http://www.iguale.com.br/blog




sábado, 18 de abril de 2009

Festival Assim Vivemos - INSCRIÇÕES ABERTAS!
Queremos conhecer todas as novas produções! Filmes de ficção com atores com deficiência, documentários ou animações sobre pessoas com deficiência; novos personagens, idéias, abordagens, propostas e estéticas... Leia o Regulamento, preencha a Ficha de Inscrição e envie seu filme!
www.assimvivemos. com.br
Datas:Inscrição on-line no site: até dia 11 de maio.Recebimento do material de seleção: até 22 de maio.Estamos emocionados com a repercussão do Programa Assim Vivemos na TV BRASIL, que ficará em cartaz de março até agosto, sempre aos domingos, às 18h30. Cada programa também pode ser vistos durante uma semana no site!
www.tvbrasil. org.br/assimvive mos
Em 2009, o Festival Assim Vivemos chega à sua quarta edição, com uma grande novidade: realizaremos o festival também em São Paulo, no Centro Cultural Banco do Brasil, nosso patrocinador e fiel parceiro. Outras cidades podem ainda receber o festival este ano, estamos trabalhando para isso!A Produção.Lavoro Produções ArtísticasRua Bartolomeu Portela 50/106Botafogo - Rio de Janeiro - BrasilCEP: 22290-190Tel./Fax: 21 2235 5255 Tel: 21 2235 5440 E-mail:
festival2009@ assimvivemos. com.br
Site:
www.assimvivemos. com.br

sexta-feira, 17 de abril de 2009

FILMES SOBRE SURDEZ E DISTÚRBIOS DA FALA


Rita de Cássia da Rocha Machado Preto, mãe de pessoa deficiente auditiva, pesquisou e selecionou vários filmes sobre surdez e distúrbios da fala. Acesse o endereço abaixo e veja que interessante! Bom filme para você!


http://www.cultura-sorda.eu/resources/Machado_Prieto_Filmes_sobre_surdez_2007.pdf



quarta-feira, 15 de abril de 2009

CUIDADOS FUNDAMENTAIS COM A AUDIÇÃO


Cintia Végas

Nathaniel Dodson/sxc.hu
Com baterias que duram mais e fones mais eficientes, tocadores de MP3 deve ser usados com cautela.

Não são apenas os operários que perdem a audição devido ao barulho de britadeiras ou as pessoas mais velhas que deixam de escutar em função de perdas naturais percebidas com o avançar da idade.

É cada vez mais comum encontrar jovens com deficiências auditivas acarretadas pela exposição constate a ambientes com excesso de ruídos ou utilização inadequada de fones de ouvido.

Com base em dados divulgados pelo England's Royal National Institute of Deaf, o Centro Auditivo Telex informa que três em quatro freqüentadores assíduos de boates e danceterias correm o risco de perda permanente de audição. O mesmo pode acontecer com quem acompanha com freqüência trios elétricos, por mais que os mesmos geralmente não fiquem em locais fechados.

"Em uma jornada de trabalho de oito horas, é tolerável ao ouvido humano uma intensidade sonora de até 80 decibéis. Em algumas boates, o som chega a ultrapassar 120 decibéis, o que é bastante desconfortável", comenta a fonoaudióloga do Centro, Isabela Gomes, do Rio de Janeiro. "O ideal seria que, nesses locais, as pessoas utilizassem protetores auditivos, como os usados por determinados profissionais. Entretanto, como ninguém faz isso, recomendo ficar distante das caixas de som, em lugares onde possa ser mantida uma conversação."

Em relação aos tocadores de MP3, gomes afirma que muitos jovens os utilizam com volume excessivo. "As baterias duram mais, contribuido para que o tempo de exposição seja maior. Já os fones costumam ficar bem próximos da membrana do tímpano, o que também é prejudicial".

A fonoaudióloga aconselha as pessoas a manterem um volume médio, com o qual possam conversar mesmo que utilizando o aparelho. Também é recomendável realizar intervalos no uso: para cada duas horas de uso, uma pausa de cerca de 30 minutos, o que pode ser suficiente para preservar a audição.

"Tem sido cada vez mais comum encontrar adolescente e mesmo crianças com perdas auditivas. Nas crianças, isto pode afetar o desenvolvimento da linguagem, prejudicando-as na escola, fazendo com que elas tenham problemas físicos, emocionais e psicológicos. Já entre os adolescentes, a capacidade de comunicação e a vida social podem ser prejudicadas", diz.

Crianças

A audição é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento completo da criança. Por isso, especialistas recomendam que, logo ao nascer, bebês sejam submetidos ao "teste da orelhinha", capaz de diagnosticar perda auditiva precoce.

De acordo com Gomes, o exame consiste na colocação de uma sonda que emite um som no ouvido da criança, através do qual é possível saber se a mesma tem algum problema.

Em caso positivo, o bebê é imediatamente encaminhado para tratamento, o que evita agravamento do problema. "Assim como o exame do pezinho (que detecta doenças metabólicas, genéticas e infecciosas), o exame da orelhinha logo ao nascer é imprescindível", comenta.

Escolas e academias

Integrantes do laboratório de acústica ambiental e industrial e conforto acústico da UFPR constataram problemas nas escolas e academias de ginástica. Eles analisaram a qualidade acústica de algumas instituições públicas da capital e encontraram problemas ligados à reverberação (prolongamento do som após
o fim da emissão do mesmo).

"A qualidade acústica das salas é péssima. Quando foram construídas, não foram pensadas sob parâmetros acústico. Constatamos que o tempo de reverberação nesses locais é acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde", afirma o coordenador do laboratório, Paulo Henrique Trombetta Zannin.

Para uma sala de aula vazia, voltada para estudantes com audição normal, a reverberação média deve ser de 0,6 a 0,7 segundo. Nas escolas da capital, chegou a ser de 1,6 segundo.

"A reverberação depende do volume da sala e dos materiais de que são feitas as paredes, o chão e o teto. Quando ela está acima do recomendado, o som não chega claramente aos ouvintes e podem começar a surgir problemas de aprendizado."

No que diz respeito às academias de ginástica, os estudos demonstram situações ainda mais graves. Também em Curitiba, foram avaliados seis locais. Em todos eles, foram detectados níveis sonoros superiores a 85 decibéis.

http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/324637/






terça-feira, 14 de abril de 2009

Combate à surdez ainda vai permanecer por "muitos anos" (Manuel Pais Clemente)

Combate à surdez ainda vai permanecer por "muitos anos"

Foto: SXC

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Manuel Pais Clemente pede "cautela" para o estudo da Universidade de Sheffield, que promete acabar com a surdez. "Não podemos criar falsas expectativas nas pessoas", alerta o especialista.

O otorrinolaringologista Manuel Pais Clemente desvaloriza os resultados do estudo de investigadores da Universidade de Sheffield, que acreditam ter dado um passo para acabar com a surdez.

Segundo um anúncio feito a semana passada, os investigadores descobriram como transformar as células estaminais em células sensoriais ou em neurónios auditivos, que através de uma cirurgia poderiam ser implantadas no ouvido, terminando com a surdez.

"Esses resultados têm de ser olhados com muito cuidado e não podemos criar falsas expectativas nas pessoas que sofrem de surdez, pelo facto de aparecer um estudo que naturalmente está numa fase muito embrionária", afirma o especialista ao JPN.

O que são células estaminais

São células extraordinárias cujo destino ainda não foi "decidido". Podem transformar-se em vários tipos de células diferentes, através de um processo denominado "diferenciação". As células estaminais diferem das restantes células do organismo por terem as seguintes características:são células indiferenciadas e não especializadas; têm a capacidade de se auto-renovar e dividir indefinidamente; são capazes de se diferenciar em linhagens celulares distintas.Este tipo de células indiferenciadas estão também em investigação para o tratamento de diabetes, cancro e Parkinson.

"Isto são estudos de laboratório"

"Isto são estudos de laboratório, depois temos de passar para a fase seguinte que é estudos para animais e depois estudos nos seres humanos", alerta Pais Clemente. Em declarações ao jornal brasileiro "Globo", Marcelo Rivolta, um dos investigadores, salientou, no entanto, que ainda iria levar "vários anos" para ter "condições de começar a fazer testes em humanos".

Manuel Pais Clemente reconhece o carácter "pluripotencial" das células estaminais. Ainda assim não quer levantar falsas esperanças. "Reserva" e "cautela" são as palavraspalavras de ordem para o especialista.

"Nós clínicos sabemos que as células do ouvido, quando traumatizadas ou destruídas por qualquer mecanismo, não têm capacidade de se regenerar. Daí que para falarmos na possibilidade de as células estaminais num futuro virem substituir as células verdadeiras da audição, termos muitos anos pela frente para poder realmente afirmar com segurança que isso poderá ser uma realidade, explicaexplica.

http://jpn.icicom.up.pt/2009/04/06/combate_a_surdez_ainda_vai_permanecer_por_muitos_anos.html



segunda-feira, 13 de abril de 2009

É sempre bom lembrar, nosso abaixoassinado espera ansioso a sua participação, precisamos mostrar quem somos e o que queremos:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3657

Sou idoso, com limitações auditivas. Mas, minha maior e mais próxima preocupação deve-se ao meu neto mais velho (hoje com 10 anos) que tem surdez congênita e necessita uso permanente de aparelho auditivo.José Antônio S.Alves

Eu e meu marido temos três filhos, um deles com deficiencia auditiva: Gabriel. Ele tem 10 anos, fala e compreende a lingua portuguesa, claro que com alguma dificuldade. Há mais ou menos 1 ano e meio, nos demos por conta como as legendas facilitavam a vida dele, a um ponto de que as tvs estão sempre programadas com close-caption aqui em casa. Começamos então meio que sozinhos a pensar sobre as possibilidades de como melhorar a vida dele e de tantos outros...Ana Lucia Saleme

Mensagem de Cristyne em apoio ao nosso Manifesto:"tenho 14 anos, fico perdida nos canais da SKY de desenhos e de filmes infantis. mamãe gostaria de comprar os DVDs da turma do DIDI mas não tem legenda. assim fica difícil, nem sempre mamãe está assistindo comigo para traduzir a fala deles. um bjo e vamos a luta "

Renata Christina Vieira Gomes Sou fonoaudióloga e trabalho com surdos, estimulando a linguagem através da educação auditiva. Sou linguísta e estou a disposição do movimento para o que precisarem.

Eu como surda usuária da lingua portuguesa apoio totalmente o manifesto e espero que sirva de algo!!! Diefani
Realmente os recursos para facilitar a comunicação e o reconhecimento do mundo a que pertence um deficiente auditivo, incluindo o acesso à cultura, ainda é muito restrito. Maria Cristina

domingo, 12 de abril de 2009

Cartilha para prefeitos sobre deficiência

Cartilha para prefeitos
A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo participa de Congresso de Municípios e orienta prefeitos com ações que promovem a acessibilidade e a inclusão



A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo esteve presente, no dia 31 de março, na abertura do 53º Congresso Paulista de Municípios, organizado pela Associação Paulista de Municípios. Para representar a Secretaria na mesa de abertura do evento, esteve o secretário-adjunto da pasta, Luiz Baggio Neto. Na cerimônia de abertura estiveram presentes também os deputados estaduais Célia Leão e Barros Munhoz, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, entre outras autoridades.Durante o Congresso, a Secretaria apresentou o novo Programa de Orientação para a Implantação de Políticas Públicas Municipais Inclusivas. O programa, desenvolvido pela Pasta em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (CEPAM) pretende apoiar os prefeitos paulistas na estruturação de projetos e ações realmente atentos às necessidades das pessoas com deficiência. O projeto é importante para que "as prefeituras desenvolvam legislações que atendam as barreiras arquitetônicas e também as barreiras em empregabilidade e educação", ressalta o Secretário de Estado adjunto dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Luiz Baggio Neto. "É preciso haver uma regulamentação concreta e bem feita para que as pessoas com deficiência tenham acesso aos serviços municipais", conclui.A Secretaria também trouxe para o Congresso a unidade móvel da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, que desde janeiro viaja pelo interior paulista para atendimento das demandas reprimidas por órteses, próteses e ajudas técnicas. A participação da Pasta no evento envolve ainda a demonstração dos parâmetros recém definidos das moradias com Desenho Universal, acessíveis para todos os públicos, a serem observadas nos projetos da CDHU - Companhia de Desenvolvimento e Habitação Urbana.O Programa de Orientação, desenvolvido pela Secretaria, oferecerá aos prefeitos e suas equipes técnicas, em rodadas de encontros regionais, oficinas de capacitação temáticas, com abordagem de assuntos de interesse das pessoas com deficiência - e, portanto, merecedoras de foco especial de atenção durante a formulação das políticas públicas. A primeira ação do Programa de Orientação desenvolvido pela Secretaria e pelo CEPAM foi a distribuição de uma cartilha, já no 53º Congresso Paulista de Municípios, com dicas de ações que facilitem a acessibilidade e a inclusão, a serem observadas pelos prefeitos em suas cidades.
http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=13247&canal=mercado

http://www.sentidos.com.br/
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terça-feira, 7 de abril de 2009

Implante Coclear

ENCONTRO CARIOCA DE IC

Estamos contando com sua presença no Encontro Carioca de IC. Este ano escolhemos um local que é a cara do Rio de Janeiro, esperando promover um encontro agradável e rico em trocas de informação como sempre tem sido.Ele acontecerá no dia 6 de junho as 12hs, na Praia Vermelha - Urca, no restaurante do Círculo Militar, Praça General Tibúrcio, sem número.Vocês poderão chegar por vários meios:De metrô: na estação Botafogo, pegar integração e saltar em frente à UNIRIO e caminhar uns 100 metros até lá.De ônibus: na Central do Brasil pegar o ônibus 107.De carro: tem estacionamento nos arredores da Praia Vermelha.No restaurante a comida é a quilo, atualmente, 100 gramas está R$3,50.O convite está em anexo e pedimos que confirmem presença até o dia 31 de maio, para que possamos fazer as reservas.Aguardamos todos vocês, ansiosos e felizes pelo nosso encontro.Um abraço e até lá!Comissão organizadora,Gil LitaMarcusMônica Patty
εϊз Patty
Convite ...
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?uid=10770576724390794705&pid=1238709158480&aid=1238683908$pid=1238709158480



Marcus
Link para o convite: http://marcus.valle.fotoblog.uol.com.br/

Sobre deficiência e trabalho

http://www1.folha.uol.com.br/folha/classificados/empregos/ult1671u545338.shtmle
Começou ontem, em São Paulo, a terceira maior feira de inclusão, reabilitação e acessibilidade do mundo, a Reatech. O evento reúne empresas dispostas a contratar funcionários que tenham algum tipo de deficiência. Neste ano, serão oferecidas cerca de 6.500 mil vagas --em 2008, foram quase 8.000 postos, mas apenas 500 foram preenchidos.
Para o diretor da feira, Rodrigo Rosso, a falta de capacitação profissional dos trabalhadores com deficiência é o principal problema encontrado pelas empresas. Segundo ele, a demora na contratação se deve a esse motivo.
"Há vagas para todas as deficiências, mas é difícil encontrar um profissional que tenha aquele exato perfil", explicou.
Segundo ele, em geral, as pessoas com deficiência mental são contratadas como empacotadores em supermercados. Já os deficientes auditivos costumam conseguir vagas em linhas de montagem.
"Esta dependência do tipo de função relacionado com o tipo de deficiência é a que impede mais contratações. Os deficientes visuais são muito procurados para telemarketing", disse.


Essas considerações sobre trabalho e capacidade profissional das pessoas deficientes são generalizadas, pouco explicativas e até mesmo preconceituosas.

Faço parte do grupo e movimento SULP-Surdos Usuários da Língua Portuguesa e é desses surdos que posso falar com algum conhecimento de causa.
O deficiente padrão não existe, existem diferentes pessoas com diferentes deficiências e diferentes graus de instrução e formação profissional.
Sou surda póslingual (fiquei surda depois de alfabetizada) e eu e meus colegas surdos usuários da língua portuguesa estamos em todos os lugares, temos diferentes níveis educacionais e profissionais.
Somos advogados, professores, pedagogos, engenheiros, bancários, economistas, estudantes, fonoaudiólogos, médicos, escritores, comerciantes, trabalhadores de várias áreas e formações, donas de casa, etc...uns são oralizados, uns usam aparelhos auditivos, outros implantes ou ambos, lemos e escrevemos na língua portuguesa (e outras tais como inglês, francês, espanhol, italiano, alemão...) e com as chamadas ajudas técnicas podemos estudar e trabalhar normalmente, em várias profissões.
Nada tenho contra trabalho em linhas de montagem, telemarketing, embalagens, etc...afinal todo trabalho é digno ou deveria ser digno oferecendo remuneração justa a quem o executa. Mas penso que encaixando os deficientes em geral em profissões ou postos de trabalho específicos como os citados como exemplo na matéria acima também se está exercendo uma espécie de discriminação...
Como se diz nesses casos, cada caso é um caso...
Claro está que um texto legal não pode contemplar casos individuais mas publicar matérias tão genéricas também não ajuda a esclarecer nem a superar preconceitos.

O que vocês acham?

Mais sobre o assunto:

http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=300&c=31

sábado, 4 de abril de 2009

CONVITE

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida - SMPED, convida a todos para o evento de assinatura do Termo de Adesão à campanha “Acessibilidade. Siga essa idéia”, do Governo Federal, que acontece no próximo dia 6 de abril, às 15h30, no Auditório do Edifício Matarazzo, Sede da Prefeitura.

A Campanha é promovida pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - CONADE, órgão ligado à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. A solenidade contará com a presença do Secretário Especial de Direitos Humanos da Presidência da República; da Presidente do CONADE; do Prefeito de São Paulo e do Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida.

Contamos com a presença de todos!

Serviço:

Adesão da Prefeitura de São Paulo à Campanha “Acessibilidade. Siga essa idéia”.


Local: Edifício Matarazzo - Sede da Prefeitura de São Paulo
Endereço: Viaduto do Chá, nº 15 - 7º andar
Data: 6 de abril
Horário: 15h30

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Repasso informação importante.

abraços,
Marta Gil

Entenda Direito fará programas com LIBRAS e legenda


O Entenda Direito por sugestão da SJCDH, transmitirá, a partir deste sábado (21), os seus programas utilizando a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legendas, possibilitando a acessibilidade das pessoas com deficiência auditiva.
Pela primeira vez o Entenda Direito, programa veiculado no Brasil pela TV Justiça e na Bahia, pela TVE e TV Itabuna, fará uma série de programas acessíveis a pessoas com deficiência auditiva. A idéia partiu da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) que foi contactada pelo Entenda Direito para participar de edições do programa, que começarão a ser transmitidos a partir deste sábado (21), com assuntos relacionados ao sistema penal, direitos do consumidor, subregistro, direitos humanos, anistia, entre outros.
A sugestão foi da Coordenação Executiva dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos da SJCDH, visando a inclusão das pessoas com deficiência auditiva. A coordenação é responsável por propor políticas e programas estaduais de desenvolvimento, voltados para a proteção e promoção dos direitos das pessoas com deficiência.
“A gente sabe que a acessibilidade nos programas de TV ainda é um grande problema, apesar desse direito ser garantido através do decreto 5296 de dois de dezembro de 2004, ainda está bastante aquém do que poderia ser”, afirmou o coordenador Executivo dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Alexandre Baroni, ao destacar a importância da iniciativa da Secretaria da Justiça, em sugerir a implementação de Libras e legendas nestes programas. A união desses dois recursos se dá pelo fato de que nem todas as pessoas com deficiência auditiva entendem a Língua Brasileira de Sinais.
"A maior parte dos programas que possui acessibilidade são do governo. Alguns telejornais utilizam o Closed Caption, que é a legenda oculta, mas não utilizam intérpretes da língua de sinais, nem a audiodescrição. Eu acho que na medida em que o governo dá o exemplo e faz corretamente, a iniciativa privada tende a seguir este exemplo e fazer da mesma forma”, disse. Um exemplo de programa que utiliza todos os recursos de acessibilidade, citado pelo coordenador, foi o “Assim Vivemos”, da TV Brasil, que teve estreia, no último domingo (15). O programa é composto por entrevistas e exibição de filmes e “é apresentado por uma pessoa cega e um surdo, que faz a tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais”.
A coordenação está com a proposta de tornar acessível o site da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e, além disso, realizar um curso sobre acessibilidade para capacitar mais pessoas para esta questão. Os dois projetos ainda estão em andamento.
O Programa
O Entenda Direito foi criado no ano de 2004 para abordar questões de cunho social e político e é transmitido em todo o país através da TV Justiça. Na Bahia, o programa é transmitido pela TV Educativa e pela TVI, TV por assinatura do município de Itabuna. Segundo a suplente do Conselho Editorial, Vânia Lima, o programa tem uma média de 60 mil telespectadores, só na capital e região metropolitana, através da TVE, e 50 mil em Itabuna, sem contar a população do interior e do país. A proposta de incluir nos programas as Libras e legendas foi bastante elogiada pela TV Justiça, ainda de acordo com Vânia Lima.
Programação
• O Entenda Direito é veiculado na TV Justiça, para Brasília em canal aberto, e na Bahia pode ser assistido através de TV a cabo, (TV Cidade – canal 8 e Sky/DirecTV – canal 117). Inédito: sábado - 13h30, reprises: domingo - 17h e sexta - 5h30.
• Na TV Educativa da Bahia (TVE) o Entenda Direito é transmitido todo sábado, às 08h, para todo o Estado.
• Na TVI, o Entenda Direito é exibido aos domingos (inédito) às 9h e com reprises no domingo às 6h; segunda às 3h30, 7h e 19h30; quarta às 1h30 e 21h10 e quinta às 13h30.